Voltei a sentir-me em casa e tudo o resto se encaixou!
Os últimos dias têm sido longos e bastante exaustivos. A última vez que vos escrevi ainda não estávamos em nossa casa e ainda não tinha chegado a transportadora com as nossas coisas. Entretanto, quando chegaram, emergimos (de novo) no caos e na confusão e o meu foco era livrar-me logo das caixas. O segundo (foco) era ter as coisas no seu devido lugar e o terceiro, ter a casa limpa e arrumada para conseguirmos sentir alguma tranquilidade.
O pequeno detalhe é que eu queria fazer estas três coisinhas logo no primeiro dia… Quem me conhece sabe que eu não sou a pessoa de ir fazendo e a verdade é que as minhas costas ficaram (também) logo todas afanadas. E, no total, foram três dias sem ver mais nada à frente, mas ao terceiro dia, à tardinha, consegui finalmente desfrutar de um banho como (acho) já não tomava há semanas…
A casa para mim é muito importante. Gosto de passar tempo em casa e, por isso, é importante sentir-me bem na minha casa e no meu espaço. Como tal, o processo de escolha de casa em Bruxelas foi difícil. Por um lado, desgastante fisicamente, porque passamos literalmente os dias com visitas as casas, muitas casas, e foi mesmo aquela experiência de chegar a ter 7 visitas agendadas no mesmo dia - portanto, imaginem! Por outro, em Bruxelas, as casas têm tipologias um pouco estranhas e, em particular com as casas de banho, podemos ter experiências bastante bizarras. Por exemplo, é possível encontrar uma sanita no meio da sala ou um lavatório nos quartos. Isto é assim o mais “fora” comparativamente com Portugal. Porque, depois, tal como aí, vemos de tudo e, à medida que vamos sentindo a pressão de ter que encontrar uma casa, começamos a ficar um pouco desesperados.
E, embora Bruxelas não seja desconhecida para nós, neste momento, existem os factores a ter em consideração: a localização do trabalho do pai e de duas escolas diferentes, a conveniência de serviços e comércio por perto, a própria casa em si e até que ponto estaríamos preparados para abdicar de algum destes factores em detrimento de outros. E, tendo que ser feito, o que seria mais importante?
Para mim, o mais importante era, sem dúvida, estar perto da escola da Laura. O meu marido estava mais focado na casa em si, para que fosse “perfeita” para os miúdos e, no caso, procurávamos algo com um pequeno jardim.
No entanto, saberão tão bem quanto eu, que é muito difícil, para não dizer impossível, ter o match perfeito entre todos os elementos importantes para nós. Como tal, tanto eu, como o meu marido tivemos que redefinir as nossas prioridades.
Sendo que, tivemos um pequeno obstáculo “extra” que foi o ter que matricular a Laura na escola em março, numa altura em que era ainda muito cedo para procurar casa. E aí acabamos, ainda que involuntariamente, por restringir a nossa área de procura face à localização dessa escola. O que acabou por dificultar ainda mais as coisas.
Demos por nós, sentados num café, a rever em voz alta a ordem de prioridades dos factores, a fazer contas às distâncias e às casas e aquilo que estávamos dispostos a abdicar. Nunca tinha passado por nada igual, talvez porque nunca me deparei com a situação de ter que escolher uma casa com esta “obrigatoriedade”.
Senti-me num daqueles episódios, que eu adoro, das séries que passam na Sic Mulher, ao género Proprety Brothers.
(Volto a referir) A casa é muito importante para uma família, temos que nos sentir bem, temos que conseguir transformá-la no nosso lar. A cada casa que entrávamos, fazíamos o exercício mental de nos imaginar ali e às nossas coisas. Porém, e como em tudo na vida, nós sentimos quando é a tal e quando isso acontece, deixamos de lado um pouco aquela tal lista de prioridades, porque sabemos que vamos dar um jeito para ajustar tudo e porque o mais importante é essa sensação de que entramos na “nossa casa” mesmo sem ser ainda. E foi assim que aconteceu.
Neste momento, já estamos mais do que instalados, sobraram duas caixas que ainda não foram desfeitas, outras pequenas coisas que ainda estão à procura do seu lugar. Mas já nos sentimos completamente em casa, nós e sobretudo o Vicente e a Laura.
A partir de agora, acredito que só irá melhorar!
Entretanto, um pequeno disclaimer:
Desculpem a ausência por aqui nos últimos dias, mas o meu foco estava a 200% na nossa instalação, especialmente, por querer muito que os miúdos voltassem a sentir-se em casa, numa casa deles, e que esquecessem toda a fase de caixas, de andarmos aqui e ali… e o quarto deles foi a primeira coisa que tratei.
Mães entenderão 😉
Boa noite.