Veneza, que bom que foi rever-te! Dicas importantes para quem vai.
Estive em Veneza duas vezes, na altura do meu Erasmus, o entusiasmo era muito, mas talvez proporcional à minha desilusão com a mesma… sim, é verdade! Mas agora percebo porquê, porque é uma cidade particular, com muito turismo e que o melhor truque é viajar quando essa afluência é menor.
Sempre que vou para uma cidade diferente, que viajo, não são os pontos turísticos que me entusiasmam, porque esses mal os conseguimos ver, mal nos conseguimos mexer – aconteceu-me o mesmo, por exemplo, com a Capela Sistina, no Vaticano, em Roma. No final, fico sempre com a mesma sensação de frustração.
Assim que chegamos a Veneza, fomos fazer check-in no nosso apartamento, um terceiro andar sem elevador, mas calma! Por aqui, o melhor é jogar pelo seguro e ainda que não tenha sido propositado, fomos alertados pela proprietária de que é intencional como forma de precaução por causa das inundações. A localização era perfeita, a cerca de dez minutos da estação dos comboios e a mesma paragem onde apanharíamos, dai a dias, o nosso barco directo para o aeroporto - o Alilaguna.
Foi a forma perfeita de evitar, desde logo, as varias (muitas) pontes que não se conseguem evitar em qualquer que seja o vosso trajecto. Como tal, se vão com criança pequenas, preparem-se com uma boa resistência de braços, para levantar várias vezes o carrinho e subir (várias vezes) muitas escadas. E, por isso, permitam-se a comer uma pasta ou pizza, porque garantidamente que queimam todas as calorias a seguir!
Uma outra vantagem da nossa casa era a proximidade com uma praça muito simpática, com vários restaurantes, um supermercado, padaria onde gostávamos de tomar um cappuccino de manhã, antes de iniciar mais um passeio, e um bar, onde sabia sempre bem tomar um copo de vinho antes do regresso a casa.
Chegamos a uma quinta-feira, pela hora de almoço, e aproveitamos para fazer logo nessa tarde, a Piazza San Marco, para fugir de lá o mais possível durante o fim-de-semana, quando os próprios italianos se deslocam até lá em passeio. A altura do ano em que fomos ajudou, pois eram as semanas que antecediam a altura do natal e do ano novo e, de facto, haviam muito poucos turistas.
As ruas são mesmo apertadas, porque isso imaginem o que é circular por ali com milhares de turistas e acrescentem o carrinho e duas (ou mais) crianças. É, sem dúvida, perder uma oportunidade de descobrir uma cidade especial, com a calma que a própria água transmite e a mística daquelas ruas, quase desertas, que parecem um autêntico labirinto. O facto de não haver carros é mais uma vantagem e tanto nos habituamos aquela tranquilidade que, passados quatro dias, quando avistamos um carro foi assim qualquer coisa estranha. 😊
Veneza é linda, sim! Mas precisa de atenção especial para não nos desiludirmos. Precisa de dicas para “não turistas” para que o encanto seja absorvido, como, finalmente foi.
Comer em Itália, regra geral, pode ser muito caro. É preciso ter alguma atenção, pois a “gorjeta” já vem incluída muitas vezes na vossa conta e, muitas vezes, as crianças também pagam. Por vezes, o valor pode ser o equivalente a mais um prato. Só para terem uma ideia. Mas come-se muito bem, claro, e com alguns truques, conseguimos poupar algum dinheiro em refeições. Dividir um “menu” pelas crianças, pode ser, por exemplo, uma opção.
- Locais em Veneza que, para mim, fizeram a diferença:
- Ghetto dos Judeus;
- Apanhar a gôndola, junto ao mercado, para atravessar a margem. A viagem é super curta, mas a experiência é espectacular e o preço por pessoa são apenas 2€ (uma forma económica de terem a experiencia típica de Veneza);
- Fazer todo o percurso a seguir a termos atravessado a Ponte dell' Accademia. Conhecemos uma zona muito mais pitoresca, a zona “dos artistas” e com uma magia totalmente diferente da zona da Piazza San Marco;
- Conhecer a Libreria Acqua Alta. Embora seja considerada uma atracção turística e seja local de paragem para muitos turísticas, vale muito a pena conhecer e vale a pena ir lá mais do que uma vez, se for para conseguir absorver todo o seu encanto.
O nosso último dia foi o mais especial de todos, talvez por ser aquele dia dedicado a tudo o "resto", que não o considerado "must see" da cidade. Percorremos muitas ruas, andamos sem pressa e descobrimos praças e recantos únicos.
Foram quatro dias, que nos permitiram ver tudo com bastante calma, porém, três dias serão suficientes. Nós é que gostamos de andar com calma, não apressar os miúdos e sentir mesmo a vida e o espírito dos nossos destinos de férias.