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Tarefas de casa: cá em casa todos ajudam, crianças também!

Algumas tarefas de casa que podem partilhar com crianças (4 e 7 anos)

15.06.20 | Vera Dias Pinheiro

Tarefas de casa com crianças.png

 

 

A vida em família pode ser bem caótica e a tábua de salvação durante estes últimos três meses foi, sem dúvida, o incentivo diário para que todos contribuíssem para as tarefas de casa. Acima de tudo, foi importante despertar neles a importância do trabalho que “a mãe faz em casa” – e também perceber que até a refeição estar na mesa, por exemplo, há muitas pequeninas coisas para se fazer.

 

E se, por um lado, o inúmeros bolos e bolinhos que foram feitos com a ajuda do Vicente e da Laura lhes mostrou a confusão que se gera na cozinha. Por outro, contribuiu igualmente para terem deixado de perguntar pela colher da sopa, pois quando chegam à mesa e não há talheres postos, levantam-se por iniciativa própria para ir buscar.

 

É certo que cá em casa sempre tive alguma preocupação por não ser uma mãe "carro-vassoura" que vai atrás de todos a arrumar o rasto de destruição ou que trata de tudo como se tivesse poderes mágicos. Desde sempre que vou atribuindo responsabilidade tanto a um, como ao outro em tarefas de casa. Claro que para que tal seja possível, tudo está arrumado de forma a saberem onde estão as coisas e também acessível, naturalmente.

 

Contudo, foi durante a quarenta que este tipo de tarefas domésticas ficou mais enraizado tanto no Vicente, quanto na Laura. Com a total ausência de ajuda em casa e com quatro pessoas em permanência - vocês bem sabem - a confusão gera-se numa questão de segundos e numa base diária. Todaviam se antes eu podia fazer mais, com o acumular da limpeza e do tratar da roupa e para chegar conseguir dar conta de todas as tarefas de casa, eu passava a ser simplesmente uma mãe a desempenhadar a função de professora, empregada doméstica e o resto do tempo com um cansaço gigante e sem qualquer paciência para brincar. Ao mesmo tempo, aumentava a minha implicância com os brinquedos desarrumados, a roupa fora do sítio, as camas por fazer, etc...

 

Juntamente com os dois fui-lhes explicando que:

  • Brinquedos desarrumados e espalhados perdem-se, especialmente se foram as peças de Lego e, depois, não adianta perguntar se a mãe sabe onde está;
  • As tarefas de casa são de toda a família e, por isso, não se trata de ajudar a mãe, mas sim deles próprios não terem que esperar “tanto tempo” ou, então, não ter que perguntar tantas vezes “se a comida já está pronta”… algumas das queixas mais frequentes destes fregueses mais pequenos;
  • E, acima de tudo, que a mãe só consegue ter tempo para brincar com eles se eles fizerem a parte deles, que é tomar conta de algumas das suas coisas.

 

Cá em casa, as tarefas de casa que partilho com o Vicente e a Laura são essencialmente – e numa base de “rotina” – as seguintes:

  1. Puxar as "orelhas" da cama e arrumar o pijama na gaveta;
  2. Quando chegam da escola, cada um esvazia sua própria lancheira para poder ser lavada para o dia seguinte;
  3. Põem em mesa e, cada um levanta, o seu prato no final da refeição;
  4. Arrumar a loiça da máquina depois de lavada (tudo o que sabem);
  5. Arrumar os brinquedos – sempre uma guerra, proporcional à desarrumação que fazem – mas eu sou chata e, no final, vêm ter comigo orgulhosos do que fizeram, mas, outras vezes, também a chorar devido à fadiga extrema em que se encontram… 😉
  6. Regar as flores;
  7. No banho, dividem-se entre tirar os produtos e voltar a pôr no lugar.

 

Estas são as tarefas domésticas em que as crianças mais ajudam. Contudo, não é todos os dias que estão com vontade; não é todos os dias que não tenho que os lembrar e são muitos os dias em que há birras por causa disso e reclamações junto do departamento “mãe” do porquê de terem que fazer taaaaaaannnnnta coisa. Não se iludam!

 

Em contrapartida, do meu lado, comprometo-me a:

  • Valorizar cada coisa que fazem, a incentivar, sobretudo à luz da idade de cada um;
  • A explicar e a fazer com eles para aprenderem, mas a respeitar igualmente quando me dizem que não precisam de ajuda e que querem fazer sozinho, seja qual for o resultado final;
  • A escolher o lugar das coisas também em função deles e, como tal, os armários mais baixos têm as coisas que lhes dizem respeito e outras que podem mexer, como por exemplo, para pôr a mesa. Mas não só na cozinha, na casa de banho que eles utilizam, no quarto e no escritório. Sabem o lugar de tudo para poder ir buscar e, claro, arrumar depois sem a minha ajuda;
  • E, claro, trazer a esses momentos – sobretudo, quando estamos os três juntos – alguma diversão. Afinal, é um momento em que estão com a mãe e podemos tornar aquele momento também divertido – tentar pelo menos.  

 

É, de facto, uma parte importante da educação que lhes dou e essencialmente são três os motivos:

Para que aprendam a cuidar e a dar valor às suas coisas - ninguém o fará melhor do que eles mesmos. De seguida, para que desenvolvam a autononia e a responsabilidade. E, por fim, para que enraizem a noção de equipa e trabalho em conjunto, contrariando um pouco a disputa do quem faz primeiro ou de quem ganha ou perde.

 

O passo seguinte é gerir a disputa pelo garfo e por quem faz isto ou aquilo em primeiro... entre irmãos! 😉

 

 

 

 

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