Sobre a vacina da BCG que a Laura levou | Esclarecimentos!
O facto de ter partilhado nos Instastories que estava com a Laura no Centro de Saúde para levar a vacina da BCG levantou de imediato várias perguntas. É compreensível porque acredito que todos nós, cujos filhos não levaram esta vacina logo à nascença, não percebemos muito bem o porquê de, entre o facto de estar esgotada, passar a estar fora do Plano Nacional de Vacinação e sem qualquer opção de escolha da nossa parte.
Portanto, conto-vos aquilo que aconteceu. Inesperadamente fui contactada pelo nosso Centro de Saúde dizendo que, a zona de residência abrangia os requisitos para que se fosse administrada a BCG e, nesse sentido, queriam saber se eu estava interessada em que a Laura fosse vacinada. Naturalmente, eu disse logo que sim e sem pensar duas vezes.
Fizeram logo naquele momento as marcações e, como a Laura tem mais de 12 meses, teve que fazer a prova tuberculina num dia e, dois dias depois, voltamos para administrar a vacina. E foi neste segundo dia que aproveitei para fazer algumas perguntas ao enfermeiro acerca desta iniciativa até para vos poder dizer algo de mais concreto.
Sendo assim, segundo me foi explicado:
- Esta é uma iniciativa de cada Centro de Saúde e de acordo com o maior ou menor grau de risco de, naquela zona (geográfica), se contrair tuberculose. E isto tem muito a ver com o facto de ser ou não uma zona de grande emigração, com grande heterogeneidade cultural com um elevado número de pessoas provenientes de países em que esta doença apresenta um elevado índice.
- A vacina foi retirada do Plano Nacional de Saúde por dois motivos: por um lado, a vacina que estava a ser administrada não estava a ter a eficácia desejada e, por outro, porque a média nacional do nosso país é bastante inferior ao mínimo definido.
- Contudo, localmente, existem zonas de maior risco e cujos requisitos foram designados pela Organização Mundial de Saúde e daí alguns Centros de Saúde estarem com esta iniciativa.
- Para além de razões familiares, como casos de tuberculose na família, de toxicodependência, de alcoolismo, entre outros e que fazem com que a criança continue a ser vacinada logo à nascença. Existem depois as questões de nacionalidade, raízes ou ligação com países em que o índice da doença é elevado, nesses casos também é vacinada.
Claro que isto continua a ser tudo ambíguo, tendo partido maioritariamente do bom senso destas unidades de saúde. Uma criança pode não residir numa zona de risco, contudo pode frequentar a escola ou ter contacto com pessoas de uma dessas zonas. É uma atitude que protege algumas crianças e que pode fazer com que outras se sintam “descriminadas”. No entanto, e como se trata de uma iniciativa que diz respeito a cada Centro de Saúde o que poderão fazer é entrar em contacto com o vosso e perceber se é algo em consideração.
Percebi ainda que é algo extra ao trabalho normal, uma responsabilidade dos profissionais de saúde que decidiram chamar todas as crianças e não apenas aquelas até um ano de idade. Por exemplo, fiquei a saber que na Amadora estão a vacinar todas as crianças à nascença, todavia só estão a contactar aqueles até um ano de idade. Já na zona do Parque das Nações tal não irá acontecer, uma vez que não se tratar de uma zona de risco.
Ainda assim, se considerarem que a vossa família se inclui em algum factor de risco, qualquer um deles, por qualquer motivo pode pedir para que seja administrada a vacina da BCG. Por exemplo, se o vosso filho estiver em contacto com uma pessoa ou tiver uma babysitter que seja proveniente de um país com elevado índice de Tuberculose isso já é suficiente para pediram para vacinar o vosso filho.
Espero ter ajudado a esclarecer as vossas dúvidas com este post e reforço que isto são informações que me foram dadas no próprio Centro de Saúde, pelo enfermeiro.