Sobre a tomada de decisões e quando essas deixam de ser só nossas
07.11.16 | Vera Dias Pinheiro
Antes e depois de ter filhos, um mundo de alterações, de adaptações, de exigências, de responsabilidade, de alegrias, de choros, de excitação, de planos, de amor, de carinho e tantas outras coisas.
Em nós tudo muda, em mim tudo mudou, o meu foco, as minhas prioridades, o meu sentido de responsabilidade... este até de mais. Termos optado por uma alteração no nosso estilo de vida enquanto família e com todas as mudanças que isso implicou, fez-me concentrar a 300 por cento na maternidade. O facto de ter tido uma primeira experiência que tantas marcas me deixou, fez-me lutar ainda mais para que tudo desse "certo" a seguir. Não me admitia falhas, afinal, eu tinha feito uma pausa em tudo o resto para me dedicar "apenas" à maternidade. Porém, mal sabia eu das exigências que viriam pela frente e, de como, ao colocar os meus objectivos sempre lá bem no alto, poderia estar a tornar o meu dia-a-dia cada vez mais desgastante.
O facto de vivermos expatriados tem o lado maravilhoso de nos fazer concentrar muito em nós e na nossa família. Sem a habitual rede de apoio ou as facilidades de estarmos no meio que dominamos, só dependemos de nós, as relações tornam-se mais fortes e mais intensas, vivemos 24h sob 24h uns para os outros, com tudo o que isso tem de bom e de menos bons - faltam-nos os pontos de fuga! São alterações de vida que deixam marcas, às vezes, muito ténues, mas que ficam ali à espera do momento certo para se manifestarem.
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Antes de ser mãe era mais fácil tomar decisões, escolher caminhos diferentes a meio de um percurso sem que isso que perturbasse dias e dias a fio ou que me tirasse o sono. Tenho um espírito que gosta de arriscar, que arregaça as mangas e faz aquilo que lhe for pedido e que coloca sempre tudo de si nas mínimas coisas. E a prova disso, foram todas as experiências profissionais que tive. Mas ter filhos, faz me pensar que agora tenho que jogar pelo seguro, que não me posso dar ao luxo de seguir sonhos, pois preciso ser auto-suficiente mais por eles do que por mim. Racionalizo de mais e quando assim é também se torna mais difícil receber o que o universo tem para nos dar - e como eu acredito nisso, acredito que nada acontece por acaso, que há rupturas que são necessárias acontecerem para podermos deixar entrar algo de melhor na nossa vida. Acredito ainda que, chegados a determinada fase, quando já alcançamos alguma estabilidade digamos assim, a fase seguinte é a de escolher o nosso estilo de vida. E que passa por coisas tão básicas como: onde queremos morar, que tipo de casa queremos, o tempo que queremos despender em certas coisas, as pessoas com que queremos estar, o tipo de coisas que fazemos e, claro, descobrir aquilo que realmente nos realiza e nos apaixona.
Este é o grande desafio, o desafio que uma vez superado, nos permite estarmos felizes e de bem com a vida e com os que nos rodeia. É este equilibro que nos permite dar o melhor de nós aos outros. Mas é até lá chegarmos? Mas e conseguir quebrar as barreiras que nos fazem deixar o caminho que todos esperam que sejam o nosso? E se esse caminho que parece o mais fácil e o mais seguro, for aquele que nos provoque mais tristeza, ansiedade e até angústia? E o medo? O que fazer com o medo do desconhecido?
Terá, afinal, a nossa felicidade um preço a pagar?
Os items abaixo não são exactamente os que estou a usar, mas podem carregar nas imagens para mais detalhes. No fundo, arranjei uma forma de me divertir quando publico estas fotografias em jeito de "mãe com estilo" eheheh .
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