Por vezes,custa, mas aprendemos a aceitar (quando crescemos)
O desequilíbrio das prioridades é incontornável. Por vezes, mesmo com as tarefas bem definidas e bastante organização (mental), quando pressionadas, acabamos por ceder o nosso tempo para dar aos outros.
Esta semana não tenho feito nada por mim, nada e nem sequer me exercitei um único dia. É verdade! Com todas as teorias que coloco em prática, pesa igualmente ser real e humana e essa “condição” leva-me a aceitar estes momentos com naturalidade. Reordenei as prioridades e nessas prioridades nem sempre conseguimos deixar-nos a nós mesmas como prioridade. Tive que dar assistência à família, a casa que precisou mais de mim, tive burocracias de adultos para resolver e a minha flexibilidade de horários, leva a que a “moça” dos recados acabe por ser eu mesma.
E, nesta roda viva, neste stress diário, quando olho para o relógio, sinto a pressão de já estar na hora de mais alguma coisa. Neste vai e vem, de um lado para o outro, acontece, alguma vezes – vão sendo cada vez menos e ainda bem, é sinal que estou a conseguir ter mais controlo da situação” – que o peso dos filhos e da família pesa mais na balança.
Depois, é verdade que não me tem apetecido estar por aqui, que a minha cabeça vagueia por uma série de coisas que não agora não interessam para o caso e aí fico, nos planos que faço para os próximos meses. Sinto necessidade de mais atenção ao Vicente e à Laura, sinto que entre os dois, há mais momentos de tensão, sinto que o Vicente precisa mais da minha atenção, que é preciso conversar sobre muitas coisas, fazer muitas perguntas e saber ouvir ainda mais e com mais paciência.
Em casa, os ritmos são a correr! As manhãs dependem, são sempre uma carta que tiramos à sorte. Bom… um pouco como os finais do dia e a odisseia que é adormecer a Laura. Hoje é quinta-feira e o meu coração já bate palminhas porque amanhã é o dia em que encomendamos frango assado. Ou seja, é o meu dia livre da cozinha! E o dia em que eles menos reclamam da comida! É o dia em que relaxamos porque, a final, é sexta-feira! E não é que seja daquelas donas de casa que passa horas enfiada na cozinha, mas com mais ou menos refinamento, a cozinha é aquela parte da nossa casa que grita por constante arrumação. Só consigo mesmo equiparar á velocidade com que a roupa cresce no cesto da roupa suja e, na mesma medida, no cesto da roupa por passar – diga-se de passagem, a parte “piorzinha” para mim. Admito que o meu ferro a vapor, aquele do desenrasca e supostamente serve apenas para tirar os vincos, desenrasca mesmo no meu dia-à-dia.
Mas, hei!, amanhã começa o mês de fevereiro e, deixem adivinhar, quantos de vocês já estão a pensar na chegada do verão?
Para já, a minha contagem decrescente é mesmo para o meu aniversário. São 36 anos de vida para assinalar, sei lá eu ainda onde e como, no ano passado estive na Quinta de La Rosa, no Douro e o tempo esteve fantástico, com um sol maravilhoso. Este ano… talvez iremos para sul, talvez fiquemos por cá… o Vicente pergunta-me que festa quero ter. Os 35 foram muito bons, o dia, embora marcado pela minha epopeia da extração dos dentes do siso, foi bom. Tive a festa que queria, desfrutei aquilo que precisava. Tive a atenção de pessoas que me fizerem sentir que sou especial. Senti-me amada por muitas pessoas e isso é bom, com a idade, é isso que importa cada vez mais, perceber quem temos verdadeiramente à nossa volta, quem está do nosso lado, quem festeja connosco, que nos oferece o ombro para nos levantarmos quando caímos.
Janeiro foi cinzento e não falo apenas do estado do tempo. Sinto-o como uma nuvem que pairou na minha cabeça, senti-me sem motivação para muita coisa, sem criatividade e até energia. Mas foi um mês produtivo, dessas coisas chatas que fazem parte da nossa vida quando crescemos. Passar uma manhã nas finanças ou a tratar de coisas importantes, faz-nos sempre sentir crescidos e com coisas de crescidos para fazer. E mesmo que seja uma seca, nesta fase, não queria que fosse diferente. Dizem que é o ciclo dos 7 anos a fechar-se para dar lugar a uma nova fase das nossas vidas, totalmente diferente.
Boa noite!