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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

Para cada filho, uma mãe!

14.12.16 | Vera Dias Pinheiro
Dois filhos, duas experiências totalmente diferentes. Com o primeiro, foi sentir que controlava tudo e havia um padrão, felizmente pode dizer-se "um bom padrão", as horas para dormir era certinhas, para comer igual, começou a adormecer na sua cama logo desde cedo... Eu instituía a rotina, repetia tudo igual, todos os dias e ela ficava implementada. Era fácil sentir-me "boa mãe" ou achar que estava a fazer tudo bem e era fácil fazer a gestão entre o tempo de mãe e o meu tempo.

Com o segundo filho, sou eu que me adapto e que corro atrás. Existe um fio condutor ténue que me/ nos guia, mas é ela que tem o controlo da situação. Ao longo destes quase nove meses de Laura existe a rotina dela - e que é muito diferente daquela que eu gostaria que ela tivesse - o que me tem feito passar por picos emocionais igualmente diferentes entre si. A amamentação está ainda muito presente e se dependesse apenas da Laura, o leite materno era sim a sua refeição principal; usa a maminha para adormecer,  porque não gosta de chucha; dorme comigo na minha cama, porque adormece comigo e continua a acordar muitas vezes durante a noite para comer, outras vezes apenas porque quer conforto - digo muitas vezes, porque a esta altura do campeonato, acordar mais do que uma vez, já é muito para mim.

Nesta dinâmica, há dias que não tenho vontade e de que quero a minha "liberdade" de volta, quero poder ausentar-me e não ter que voltar para casa a correr, pois acordou e ninguém consegue voltar a adormecê-la. Há dias em que não quero que ela dependa unica e exclusivamente de mim tanto e para tantas coisas. Outras vezes, a maior parte ainda, resigno-me e adapto-me, vou levando as coisas ao ritmo dela - sei, por experiência própria, que o tempo passa demasiado rápido, que eles crescem e que, no final, o que ficam são as saudades de quando eles eram pequeninos - coloco o bom que é para ela e o bom que é ela ter-me nesta disponibilidade ainda, acima de tudo. 

Sei que se der ouvidos aos "padrões" posso sentir que sou, por vezes, uma péssima mãe e que estou a fazer tudo errado, que é um disparate uma série de "rotinas" que tenho com a Laura. Eu própria tive que aprender a fazer tábua rasa desta filha e a esquecer que o primeiro tinha sido o oposto. Tive que aprender a olhar para ela e a encontrar a forma disto tudo funcionar da melhor maneira, para ela, para mim e para o resto da família que já cá estava.

Continuo a dizer que preciso muito de dormir, já implorei para que me deixassem dormir - não lido bem com a privação do sono e com a falta de alguma ordem ou consistência no meu dia-a-dia, preciso de saber que consigo equilibrar os dois lados, o de mãe e o de mulher. para estar bem e focada. 

Ao longo destes quase nove meses já ouve tempo para me passar muita coisa pela cabeça, já me senti profundamente cansada, já atribui as culpas à amamentação, já pensei que não estava a ser suficientemente capaz de ser mãe de dois, depois o tempo foi passando, felizmente as hormonas também, olho para a Laura e percebo que ela é simplesmente ela e que criamos um vínculo muito forte e que agora não pode simplesmente ser mandado ao ar. Ela é feliz quando a agarro ao colo, quando está na maminha, quando se aninha em mim para adormecer, ela só é pequenina uma única vez e não, não a vou obrigar a crescer mais depressa nem impor-lhe rotinas que ela não quer. E é neste acto de aceitação que nos tornamos melhores e mais felizes... os quatro.


bebé + menina ´jardim + rotinas + dois filhos nunca são iguais + mãe de dois + mãe de segunda viagem

Boa noite ❤



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