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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

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Pais&Filhos | Preparar a chegada do irmão(ã) #3

16.02.16 | Vera Dias Pinheiro
E se eu vos disser que a história desta semana pertence a uma das famílias mais bonitas - de características muito próprias - e que tem duas filhas, a que carinhosamente chamam de abobrinhas. Conseguem adivinhar de quem estou a falar? 
Exactamente, hoje a história pertence à Mariana, ao Frank, à Leonor e à Amelie... a família Pumpkin que tanto tem contribuído para que o tempo em família seja aproveitado sempre com grande animação e que nunca seja aborrecido!


- Mariana, queres apresentar-nos a tua família? A diferença de idades entre as tuas duas filhas foi planeada?
(MARIANA) Nós somos uma família luso-holandesa a viver em Portugal há 6anos e temos duas filhas: a Leonor com 6 e a Amelie com 4.
Entre elas têm 2 anos e 2 meses de diferença. Nós sempre quisemos ter doisfilhos e tínhamos pensado que a diferença ideal seriam 3 anos, para não terduas crianças com fraldas em simultâneo, mas a segunda filha nasceu mais cedodo imaginávamos, e não foi problemático. Na verdade acho que só terem 2 anos dediferença tem vantagens, elas são muito próximas e brincam imenso juntas, aLeonor nem se lembra de um tempo em que a irmã não existisse.


- Como prepararam a Leonor para a chegada da irmã? Tiveram algum tipo de cuidados especiais?
(MARIANA) Eu sou irmã mais velha, tenho mais 4 anos que o meu irmão erecordo-me perfeitamente dele nascer, e de ter sido muito difícil deixar de serfilha única e de todos apenas se interessarem pelo bebé. Lembro-me de sentirque os meus pais gostavam mais dele do que de mim.
Por isso tinha muito receio que a Leonor sofresse, acho queestava mais preocupada com isso do que com o bebé que aí vinha. Na verdade foinessa altura que percebi o que os meus pais devem ter passado, e aceitei queeles gostaram tanto de mim como do meu irmão.
Nós explicámos à Leonor que iria ter uma irmã, escolhemos livroscom histórias sobre o nascimento de irmãos – um livro lindo é o São Todos os meus Preferidos, de Sam McBratney,escolhemos um brinquedo para a irmã lhe trazer quando nascesse.

Ambas as minhas filhas nasceram em casa, na água, com aajuda do Pai, e com o acompanhamento de uma enfermeira parteira holandesa e umadoula portuguesa,  e foram experiências maravilhosas, tranquilas e em quetudo correu lindamente. No caso da Amelie, ela nasceu às 4 da manhã, enquanto aLeonor dormia.
Quando a Leonor acordou de manhã eu fui buscá-la à cama para virconhecer a irmã que tinha acabado de nascer, e lhe trouxera um peluche do Nemo:a Leonor andava encantada com o filme e uma das minhas memórias é estarmos os 4a ver o Nemo em repeat.

- O que foi mais difícil de gerir nessa passagem a quatro?
(MARIANA) Apesar de todo o cuidado, não foi fácil, no início. Ela eramuito pequena para compreender que o bebé precisa mesmo de muita atenção e nóstivemos de fazer um esforço consciente para nunca deixar de lhe dar atenção.
O mais difícil de gerir foram as outras pessoas: um bebé ésempre muito engraçado, e um que ainda por cima é ruivo ainda chama mais aatenção. De repente ninguém lhe ligava, ou quando ligava era para perguntarpela mana, se ela gostava dela, se a podiam levar  (yes, please!). Nóstivemos imenso cuidado sempre que saíamos com ela, para um dos pais estardisponível para lhe dar atenção e compensar o quanto os outros a ignoravam.
A família também teve de ser doutrinada, porque faziam imensoisso, ignorar ou pior ainda: comparar. Como elas são tão diferentes, ainda hojeé uma luta para não as compararem - tenho vontade de mandar algumas pessoaspara a conchinchina, com a sua falta de noção a falar em frente das crianças.
Até à Amelie nascer, a Leonor era muito ligada a mim. Também dopai mas sobretudo de mim. Quando a irmã nasceu o pai teve um papel fundamentalpara compensar o tempo que eu não lhe pude dedicar, e por isso também a Leonoré muito próxima dele, enquanto a Amelie é mais próxima de mim. Sempre que pudeprocurei fazer atividades com ela que me permitissem dar-lhe mais atenção:brincar com ela, leva-la à natação – mas se pudesse voltar atrás gostava de lheter dedicado ainda mais tempo nessa altura.




- E, agora, como é a relação entre a Leonor e a Amélie?
(MARIANA) A Leonor e a Amelie dão-se muito bem, são muito próximas,protegem-se e adoram-se mas há sempre alguma competição pela atenção, e sintoque é sempre necessário partilhar equitativamente quer os bens materiais quer,mais ainda, os imateriais: a atenção e o tempo dedicado a cada uma. Sempre quehá oportunidade celebramos momentos de filho único, e gostava de fazê-lo aindamais frequentemente, porque sinto que as faz mesmo felizes.
Eu tenho na minha família exemplos de irmãs que foram amigastoda a vida, e uma vida longa, e acho que é maravilhoso ter essa companhia comquem partilhamos a nossa infância e com quem podemos contar nos melhoresmomentos e também nos mais difíceis. 
O melhor de terem irmãs é a cumplicidade que partilham, acompanhia que fazem uma à outra e a riqueza que as suas personalidades trazem ànossa vida, que é imensa (diria mesmo infinitos e mais além!).


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Mariana, muito obrigada por teres aceite o convite e partilhares uma história tão vossa connosco. Absorvo cada palavra do que escreveste, pois acredito que aprendemos muito nesta troca de experiências. Um grande beijinho <3


A família Pumpkin já dispensa apresentações, de qualquer forma fiquem atentos ao site e ao facebook, onde sempre com muitas sugestões e dicas para actividades em família. Mas, para além deste projecto, há ainda um blog onde podemos conhecer esta família de uma forma mais próxima e pessoal.


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