Os três anos e as birras que não acalmam...
Para tudo correr bem, ao final da tarde, porque essa é a minha rotina mais exigente e aquela em que tenho mais trabalho, sou uma mãe de tipo “general” nas categorias de mães. Culpa também, talvez, por encarar como um momento importante do dia deles e importante para o seu equilíbrio. Assim, se cedo em algumas coisas, noutras nem tanto.
Por exemplo, brincam um bocadinho a seguir ao jantar, mas televisão apenas entre o banho e a hora de jantar, o que num dia bom, resume-se a uma meia hora. Sendo que, se fizerem muitas birras, lá se vai a televisão.
Por norma, vou buscá-los à escola entre as 17h e as 17h30. E, por mim, tomavam logo banho, porém percebi que para eles é importante terem um momento de brincadeira antes das rotinas. E eu aprendi a aceitar isso. A seguir, entre os banhos e o jantar, por volta das 19h30, tenho ali um momento para preparar tudo e organizar algumas coisas, nomeadamente, as roupas para o dia seguinte. Antes de irem para a cama, conseguimos brincar um bocadinho e é aí que, regra geral, aproveitamos tempo a quarto, já com o pai em casa.
Contudo, o momento de irem para a cama é entre as 20h30 e as 21h, a partir daí, dá asneira. E, poderia dar o caso, de ficaram com uma inveja brutal da minha pessoa, se a Laura fosse como o irmão e adormecessem os dois bem-comportados e em minutos. Ao invés, podem ter pena de mim, porque a Laura antes de dormir destrói o quarto todo.
Todos os dias, mas sobretudo durante a semana, em que dorme a sesta na escola, ela basicamente desarruma tudo o que tem à sua volta e se isso não for suficiente, é possível haverem gavetas vazias na manhã seguinte. Fico, muitas vezes, na dúvida, de como é que ela conseguiu dormir porque não há espaço na cama para uma criança com 95 cm se meter.
A minha defesa foi ter aprendido a respeitar esse momento dela, não intervenho no momento, mas aviso sempre que não deve remexer nas coisas. Simplesmente, ignoro os barulhos que se ouvem do quatro e que denunciam a desarrumação. E, no dia seguinte, finjo surpresa e arrumo, ao mesmo tempo que refilo e explico que não pode fazer aquilo.
A Laura é mais sofisticada nas birras e nos desafios. Não faz nada do que se lhe pede, ignora as chamadas de atenção e isso toca ali no botão de “irritação-mor” dos pais. Depois, quando reage, é naquelas crises de choro em que a única coisa a fazer é esperar que acabe.
Já vos disse que não me lembro da última vez tivemos uma refeição em família sem gritos ou choros? Já vos disse também que raramente consigo ter uma conversa à mesa com o meu marido? É já vos disse também que a única coisa que faz feliz a minha filha é desarrumar? Ou tasgar papéis que, entretanto, vou encontrando espalhados pela casa? Já vos disse ainda que, às vezes - muitas vezes - só existe uma reacção positiva do lado deles quando um ou outro me veiem realmente chateada?
Tanto um como o outro já sabem que vou vão levar apenas uma caixa (razoavelmente grande) de brinquedos para a casa nova e que isso lhes vai dar a responsabilidade sobre as suas próprias coisas. Veremos como irão decorrer as negociações…
Boa noite!