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Os (meus) erros de principiante | Diário de um Peixe #5

13.11.18 | Vera Dias Pinheiro

os erros que podemos cometer com os peixes de estimação

 

Seria incorrecto da minha parte se vos dissesse que para ter este aquário bonito em casa bastam três coisas essenciais: não esquecer de dar comida, ver o nível da água salgada todos os dias e fazer as trocas parciais de água salgada uma vez por semana. Aliás, na teoria é realmente apenas isto. Sem qualquer dificuldade até para a pessoa mais amadora, como eu, e que só quer ter um aquário pelo lado divertido.

 

Estou há sensivelmente quatro meses com os peixes em casa e, se aquilo que mais me perturbava eram as ausências com as férias, foi ainda antes disso que se deu a minha primeira preocupação a sério. Na véspera de irmos para fora, encontro o camarão falecido no aquário e tive ali ainda algum tempo até perceber que era real. Fiquei imediatamente inquieta, com medo de falhar. Mas, ao mesmo tempo, não estava a conseguir entender como era possível, uma vez que eu picava os itens todos, conforme a listinha que me tinham deixado. Afinal, onde estava o erro?

 

O erro é, de certa forma, olharmos para um aquário e não o encarar com a devida complexidade. Não perceber que estamos perante um ecossistema e que tudo, mesmo tudo, está ali dentro por um motivo. Até o camarão tinha uma função muito particular, os corais, as luzes, etc… Ou seja, entender que não é só para ser bonito, mas que existe um sentido e que quanto mais informados estivermos, melhor para todos.

 

Falando com os especialistas no assunto, percebi que o camarão estava bem, mas a água não. É essencial fazer as mudas de água “como manda a lei”, porque um pequeno deslize pode ser fatal – como foi! Alguns problemas com a água fizeram com que ficasse demasiado tóxica e o camarão, que na muda de casca fica mais sensível, não aguentou.

 

E, por isso, o meu conselho mantém-se: desloquem-se sempre a uma loja especializada. Estas lojas não se destinam apenas a aficionados e a vantagem é que vão estar sempre a falar com alguém que percebe tudo sobre o assunto e que será capaz de responder a todas as dúvidas até as mais insignificantes. Cabe-nos a nós saber onde nos queremos posicionar. No meu caso, eu não quero aumentar a complexidade do meu aquário. O meu objectivo é manter-me exactamente tal e qual como estou agora. Todavia, quero (e preciso, sem dúvida), mais informação, preciso de saber mais e de ser o melhor possível para este ecossistema.  

 

No meu caso, dirigi-me à loja especializada Aquaplante, em Benfica, e percebi de imediato que se tivesse lá ido mais cedo comprar comida, mais cedo teria descomplexado tudo. Porque resume-se apenas a isso: precisamos de comida ou de sal ou de outra coisa qualquer e é naqueles instantes que podemos antecipar ou resolver um problema.

 

A sensação de impotência e total desconhecimento perante alguma coisa, sobretudo, um ser vivo, não me deixa nada confortável. Não me senti nada bem com a morte do camarão e tive quase a desistir porque não queria lidar com mais nenhuma perda.

O sentimento de responsabilidade também existe aqui, é real e, se dúvidas houvessem, eu já perdi as minhas!

 

Portanto, em resumo:

O truque:

  • Ser consistente e metódico nas rotinas. Fazer as coisas certas no timing certo.

No meu caso: bastou-me não lavar o filtro na primeira semana para ter comprometido a eficiente limpeza do mesmo nas trocas parciais de água.

  • Não perder o entusiasmo quando algo não correr bem.

No meu caso: quis desistir nas primeiras dificuldades. Eu própria comecei a criar obstáculos.

  • Falar com quem tem mais experiência que nós, mesmo quando se trata apenas de um

No meu caso: já sei que tenho uma porta aberta naquela loja para me esclarecerem caso necessite de alguma coisa. Também sei que vão sempre indicar-me o melhor porque, no meu caso, eu não tenho qualquer referência. Eu espero que me seja dada a melhor informação e o melhor conselho.

  • Não se acomodarem: não ter preguiça e fazer mesmo tudo certinho, especialmente, após os primeiros dias.

No meu caso: talvez tenha havido um dia ou outro que tenha apenas dado comida, em vez de repor também a água salgada. Desvalorizei - assumo por completo - a questão das luzes. Aliás, não posso dizer que foi desvalorizar, foi desconhecer o tal impacto de “tudo no todo” e que existe uma função subjacente a cada tipo de luz e ao número de horas que estão ligadas.

 

peixe para animal de estimação

peixe para animal de estimação

Mas que este post não sirva para enfatizar erros, mas sim aprendizagens e valorizar que eu, amadora assumida no aquarofilismo, me atirei de cabeça para um aquário de água salgada, tenho a minha crew de peixinhos em franco crescimento e felizes no meio aquático onde estão. Ainda assim, falar desta experiência sem mencionar os aspectos menos positivos não era ser sincera.

 

E para quem quiser acompanhar esta aventura desde o início, podem ler também:

A chegada dos novos amigos | Diário de um Peixe #1

Porquê um Peixe para animal de estimação | Diário de um Peixe #2

Os primeiros tempos e a habituação | Diário de um Peixe #3

Os cuidados que os peixes exigem de nós | Diário de um Peixe #4

 

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