Queremos fazer sempre o melhor pelos nossos filhos e senão tivermos acesso a outro tipo de informações, será o nosso pediatra o nosso guia exclusivo e, se confiarmos nas suas competências, não nos surgirão dúvidas de que tudo aquilo que ele nos diz é o melhor - e se assim não for,também não teremos forma de o contradizer.
Foi um bocadinho assim com o Vicente. Era o meu primeiro filho e eu queria seguir tudo à risca, mas tinha uma pediatra belga e também estava inserida em alguns grupos de mães de várias nacionalidades e apercebia-me que haviam outras formas de fazer as coisas igualmente bem - e com as quais eu estava a descobrir que me identificava mais, nomeadamente no que toca a alimentação.
Porém, eu fui fazendo as coisas mais ou menos
by the book, mas atenta ao que se passava à minha volta e quando engravidei pela segunda vez, este foi um assunto que se reavivou. Desde então, procurei mais informações, outras opiniões de especialistas e até foi assim que o projecto
Uma enfermeira em casa dos Vs acabou por nascer - e que é, no fundo, o reflexo da minha visão sobre a fase da introdução da alimentação complementar. E, desta vez, também não houve pressas. Esperamos tranquilamente pela consulta dos seis meses para falar sobre esse assunto -
e com a viagem aos Açores pelo meio, era algo que só iria acontecer uns dias ainda mais tarde.
No entanto, já tinha tomado para mim algumas decisões em relação a esta fase - nada de radicalismos ou de fundamentalismos - mas queria as coisas num mix de BLW e daquilo a que chamamos o tradicional - eu estou em casa, mas também quero aproveitar esta fase para retomar a minha vida mais activamente e para isso, sei que, para quem fica com a Laura, é mais fácil se tiver uma sopa ali à mão.
Mas foi também nesta consulta que me deparei com o plano de um pediatra que em nada revia as minhas vontades (que foram partilhadas) enquanto mãe e vi-me num dilema em ter que decidir o que fazer a seguir: aceitar ou, então, fazer uma coisa diferente e seguir o meu instinto.
Até ontem, o dia em que começamos esta aventura, passei os dias sempre com isto presente, com sensação de que estaria a cometer um "delito" por não querer fazer o que que tinha sido indicado, mas percebi que seguir aquele plano à risca estava a ir contra a minha vontade e instinto de mãe e a deixar-me desconfortável e, por isso, decidi alterar algumas coisas.
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Optei por produtos biológicos |
Ontem, como disse, foi o primeiro dia desta nova fase e não houve papa e nem sopa propriamente dita. Peguei nos mesmos ingredientes indicados no plano, alguns cozi a vapor aos pedaços e outros fiz uma espécie de puré. Não forcei, nem insisti. A Laura esteve imenso tempo a mexer na comida e pouco levou à boca. Aos poucos, eu fui-lhe mostrando a colher com bocados do puré, ela puxava a colher para ela e levava a boca. E neste "reconhecimento" estivemos o tempo que ela deixou e até começar a reclamar. De seguida, ofereci-lhe a mama e, passado pouco tempo, foi dormir a sesta.
Eu não estive interessada nas quantidades, nem sei quanto é que lhe coloquei no prato. Não sei se comeu muito ou se comeu pouco - mas sei que não passou fome em momento algum. Sujou q.b. e refilou pouco do sabor. Hoje voltamos a repetimos a dose.