O resumo da nossa Páscoa: quando a Primavera dá o ar da sua graça!
Os miúdos pregaram-me a partida e juntaram-se para boicotar as idas à escola durante toda a semana que passou. O que para mim, sem organização previa do trabalho, torna-se muito ingrato, porque se há coisa que eu detesto é estar constantemente a dizer-lhe para esperarem um pouco porque eu tenho que terminar alguma coisa. Mas fez-se, com o mau tempo e a crise dos combustíveis, os passeios estavam limitados e acabamos por ficar pelo nosso bairro.
Ainda assim, o meu único desejo era não ter que ser eu a organizar todo o almoço do domingo de Páscoa e a ter todo o trabalho que isso envolve. Admito que a versão destes dias, em que regresso a casa sem ter mais nada com que me preocupar ou arrumar, agrada-me um pouco mais, do que a outra versão, aquela em que fico mais umas horas a arrumar e a limpar o que ficou da “festa”. Mas não, a minha sogra tratou de tudo e eu bem que agradeci.
E, acima de tudo, aquilo que para mim era o mais importante é ter a família reunida, como em todos os outros momentos importantes. Não temos uma família muito grande, pelo que faço tudo para manter a que temos o mais unida possível, mesmo com todas as diferenças que possam existir.
Agora, a tarefa mais difícil foi gerir duas crianças, dois irmãos, que se adoram, mas que convivem no limiar do conflito. Nunca sabemos bem quando é que a coisa vai explodir. A Laura. Com os seus três anos, não faz muito mais do que chorar e gritar para se defender. O Vicente, por sua vez, sai-se com determinadas reacções que me deixam possessa, do género rasteiras, empurrões e sustos. Portanto, estar com os dois em casa é sinónimo de lhes dar liberdade e deixá-los à vontade, verdade, mas sempre com supervisão e sempre a zelar por alguma ordem.
A parte boa é que brincam imenso um com o outro, entretém-se e são companheiro e amigos. A parte menos boa é o caos que duas crianças fazem e a dificuldade, muitas vezes, em, pelo menos, conseguir andar pela casa sem pisar um brinquedo qualquer, entre outras coisas.
Portanto, quando chegou a sábado, eles chegaram da piscina, almoçamos e mal terminámos, despachei toda a gente para rua. Estava bom tempo, eles estavam insuportáveis – desculpem-me a expressão – e eu cansada de andar de gatas a arrumar numa tarefa totalmente inglória ou a chamar a atenção por alguma coisa.
Para além disso, vivemos perto do rio! Como assim não sair de casa logo que o tempo abre?! Fomos finalmente visitar a exposição “Hello, Robot!”, que esteve no museu Maat precisamente até hoje.
Contudo, digo-vos uma coisa: ter filhos é maravilhosos e faz-nos sentir sempre acompanhados, como também nos tira o descanso e a tranquilidade em todos os momentos. Este tipo de programas em família são uma canseira e, por vezes, ingratos. Andamos nós a correr atrás deles, eu, em particular, acabo por nunca ver nada com atenção. E os estados de humor alteram-se em segundos!
Portanto, olhem, chegar a este dia, em que voltamos todos às rotinas, sabe-me muito bem. Voltamos às nossas rotinas, sem bem que comigo nunca existe aquele folgar a sério por estarem de férias, pois, na minha opinião, são a garantia de conseguir alguma tranquilidade para todos, mesmo que eles refilem todos os dias por não quererem tomar banho ou porque chegou a hora de jantar, cheguem eles a casa às 17h ou às 18h. O tempo que eles passam a brincar, para eles, é sempre pouco!
E agora acalmamos, certo? Sem mais festividades, aguardamos pela chegada do bom tempo e das férias de verão, certo? Quer dizer que posso aliviar a velocidade e dedicar-me um pouco mais a simplesmente “curtir” os dias sem mais coisas?
Eu gostava que sim, mas vocês irão perceber que não! Que não vai ser nada assim!
Boa semana!