O nosso feriado: eles pediam tanto e, finalmente, o dia acabou por chegar!
Este ano sinto que não grande importância a esta altura do ano – Halloween e Pão Por Deus, se bem que já conseguimos fazer uma fornada de broas da avó. Contudo, com tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo e eu determinada a ser dona do meu tempo – acreditem que não é algo assim tão óbvio quando possa parecer – e a definir prioridades.
Vivemos rodeado de solicitações, de pedidos e de convites, mas eu pergunto quantos desses “acontecimentos” resultam verdadeiramente num benefício para nós? À medida que os filhos crescem, a nossa percepção do tempo tornar-se assustadora e a verdade é que não temos grande tempo a perder. Aliás, precisamos e de ganhar tempo para as coisas que realmente importam.
Frequentemente, somos confrontados com noticias e estudos que nos confrontam com o impacto negativo desta falta de tempo, das consequências da falta de tempo para os filhos, do burnout, da importante da presença alargada do pai e da mãe assim que o bebé nasce, que trabalhamos demasiado horas e que passamos demasiadas horas no transito. Com tudo, os níveis de stress aumentam e a saúde física e, principalmente psíquica, degrada-se. E, para agravar, damos pouca importância às doenças do foro psíquico, às depressões e afins. Estas doenças existem! São reais! E são bem mais frequentes, quer em homens, quer em mulheres, do que imaginamos.
Todavia, e isto não é novidade para ninguém, creio eu, acabamos por colocar a responsabilidade no outro. No patrão que devia ser mais humano, no Governo que devia mudar as leis… E, à medida que nos vamos queixando do estado da sociedade, da degradação da qualidade e vida e da inércia dos políticos para certos assuntos, continuamos a acrescentar mais stress à nossa vida. E nada de concreto, para melhorar o que está mal, acontece.
Os meus filhos lembram-me todos os dias da importância das pequeninas coisas e é em pequeninas coisas que eu acho que está a solução deste “mal social”. É nas pequeninas coisas, sobre as quais temos efectivamente controlo que podemos agir, mudar e trazer algo de bom à nossa vida, às dos nossos filhos e à daqueles que nos rodeiam. Às vezes trata-se de fazer uma escolha diferente, em detrimento de outra, optando por escolher algo que nos deixa com uma melhor sensação. Escolher bem as pessoas de quem nos rodeamos, aqueles que sentem a mesma vibe que nós e que, por isso, nos entendem e naturalmente nos motivam e inspiram - isto é fundamental desde que “mudei de vida”. Ou cortar com um hábito ou, pelo contrário, criar um novo.
Na relação com os filhos é a mesma coisa. Eles não esperam grandes coisas da nossa parte e nós não podemos ficar ansiosos pela obrigação de ter um plano, especialmente em dias como o de hoje, em que estão connosco mais tempo. O importante é dar-lhe espaço para ter uma voz, para dar a sua opinião.
Durante quatro dias, seremos apenas três e não será como antes, porque vamos estar de fim-de-semana prolongado. Vão ser 24h intensivas, acordar e adormecer, mas para todos os efeitos, para eles, são férias e eles merecem sentir isso. E embora não tenha feito grandes planos, hoje, por exemplo, fez-lhes o dia terem ido almoçar pela primeira vez ao MacDonalds. Pediram o que quiserem, comeram o que quiseram, dei-lhes espaço para também decidirem o que queriam fazer e por onde queria andar.
Saímos bem cedo de casa, aproveitamos imenso até à hora de almoço, eu consegui fazer trocas de roupa para a Laura que, afinal, eram pequenas, ainda reforcei o stock de pijamas e dois pares de botas para o frio. É que assim, de repente, eu sinto que passei do verão directamente para o inverno. Vocês não?
No final da tarde, deixaram a sala de pernas para o ar porque estiveram a fazer recortes e colagens e entretidos com pinturas. E eu, chego ao fim, sem sentir que fui atropelada por um camião, como já senti outras vezes em que estive sozinha com eles.
Amanhã será um novo dia e o plano vai ser o mesmo, não ter plano e andarmos entretidos à medida de cada um e na possibilidade de conjugar o gosto de todos. Mas sobre esta questão do equilibro de todos, eu conto-vos melhor amanhã! E que, afinal, eu há mesmo um plano que eu acho que vai agradar a todos.
Boa noite!