No fundo, queremos todos o mesmo: um amor e ser feliz!
O Dia dos Namorados, na minha opinião, não é mais do que o somatório de todos os outros dias do ano. Se temos andado bem, é tudo mais fácil e natural e vice-versa. O Dia dos Namorados pode ser ainda a oportunidade, o empurrão, o motivo ou a razão para dar uma nova oportunidade, para mudar ou tentar mais uma vez. Mas nunca será o dia exclusivo do amor. Esse sentimento que tanto nos permite mover vales e montanhas, como, ao mesmo tempo, tem tanto de frágil e delicado. O amor exige de nós um cuidado diário e constante. Um cuidado que nem é tanto nos gestos ou nas atitudes, nos presentes ou nas palavras, é no dia-a-dia, todos os dias da nossa vida e enquanto o amor durar, nas mínimas coisas. Aliás, diria que nas coisas mais insignificantes.
Se formos honestos connosco próprios (e com os outros), saberemos que não existem amores perfeitos e que o amor para a vida toda assumirá várias tonalidades e versões de si mesmo. Na sua base: o respeito, a compreensão, o diálogo e a capacidade de ouvir o outro… sempre! O amor não é um sentimento para os distraídos, é para aqueles que estão atentos e zelosos como se de um tesouro muito raro se tratasse (e é mesmo). Porque no final do dia e da vida, tudo se resume ao amor e à felicidade. Tudo se resume ao ombro amigo, à companhia, ao nosso amigo com o qual choramos, sorrimos, discutimos, beijamos, lutamos e geramos vidas perfeitas, os filhos. Claro que, na prática, nem tudo se resume a histórias bonitas, mas quero pensar que esta ainda é a regra.
Talvez o desafio maior que o amor enfrenta é precisamente quando os filhos aparecem na vida de um casal. Pode parecer estranho, mas é aqui que a história de amor, ao assumir novos personagens, enfrenta novos desafios. O tempo deixa de ser exclusivo, a atenção dispersa-se e, enquanto nos vamos nos adaptando, o tempo vai passando. Um tempo impiedoso e, quando menos esperamos, já se passaram muitos meses em que esse amor teve que esperar. Quando os filhos nascem, o desafio dos apaixonados é voltar a encontrar-se, sabendo que continua a existir um homem e uma mulher para além do pai e da mãe.
E eu, que continuo a ser uma mera aprendiz nestas coisas do amor, mas muito fiel aos meus princípios, sendo um deles a capacidade de olhar mais a frente dos problemas e de colocar na balança sempre mais prós do que contras, trouxe comigo aquele que considero o maior ensinamento que recebi dos meus pais. Foram raras as discussões que presenciei, foi com o meu pai que tive o exemplo de um homem cuidadoso para com a mulher e protector da sua família e foi com ambos que percebi que um dos maiores erros que podemos cometer é ir dormir chateados. Mas isso eu só vi a perceber mais tarde, pois durante muito tempo não entendia o porquê de tanto conversavam na cama aquelas horas.
E, no meio de tudo isto, acho importante dizer que não foram o casal perfeito e que a relação não durou para a vida toda. Porém arrisco em dizer que o amor e o respeito ficaram e permaneceram para além da separação física.
Aos meus pais agradeço o facto de ter aprendido o que são as tais famílias reais das quais tanto se fala. Aprendi o que são as famílias que tem como prioridade a própria família, que vivem em comunhão e como isso os torna focados no mais importante: o respeito como base do amor e a família pela qual se deve lutar sempre. Conheci um amor altruísta e amigo, um amor que conheci também com os meus avós paternos, pois nunca esquecerei a ternura um com o outro, a amizade, o facto de saberem que, no mundo, só precisam um do outro.
E com isto, termino dizendo que o importante não é encontrar o par perfeito, mas sim a metade que nos completa, nos respeita e que sabe viver connosco sem que tenhamos que mudar (muito). Alguém que ceita os nossos defeitos e aprecia as nossas qualidades. "Só" isto!
Feliz Dia de São Valentim!
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Flores "da época" da Saudade Flores