Fim-de-semana em família e amigos: as novas rotinas em Bruxelas!
A vida por aqui desenrola-se com calma e com tempo para todos. Talvez por já termos vivido em Bruxelas não sentimos aquela vontade extrema de bater perna pela cidade, afinal, já conhecemos e já a exploramos antes.
Em contrapartida, temos todo um bairro novo para conhecer e descobrir. É uma zona com imensa vida e em outros tempos, vínhamos muito pouco para aqui e quando vínhamos acabava por ser sempre aos mesmo locais. Imaginem uma espécie de Campo de Ourique amplificada… é a melhor comparação que encontro.
Como tal, temos tudo aquilo que precisamos à volta: os parques, os restaurantes, os supermercados, as lojas, desde a moda aos serviços mais básicos do dia-a-dia. E o facto de passarmos agora mais tempo por aqui faz também parte do processo: de construir rotinas e hábitos que nos tragam algum sentimento de pertença e de integração. E, aos poucos, vamos alargando os horizontes e mostrando outras coisas ao Vicente e à Laura.
Porém, este fim-de-semana toda a cidade esteve agitada com a Grande Partida da Grande Prova de Ciclismo de Franca ser em Bruxelas. Estradas cortadas, transportes públicos gratuitos durante todo o fim-de-semana e muita, muita gente, a aderir ao entusiasmo da prova, vestindo-se a rigor. E se no sábado tentamos, mas não conseguimos apanhar a partida, hoje fizemos finca pé para ver passar os ciclistas e conseguimos.
Mas nem só de ciclismo se fez este fim-de-semana. Levamos o Vicente e a Laura a fazer o pequeno tour pelos pontos turísticos mais emblemáticos de Bruxelas e, por assim dizer, fazer mais uns baptismos belgas. A zona da Praça Royal, onde está o Palácio dos Reis e o Museu Magritte, a zona do Grand Sablon, onde podem tomar um café no Café no piso superior da loja dos conhecidos chocolates belgas Pierre Marcolini. De seguida, descer até à Grand Place, umas das mais bonitas na minha opinião, distinguida como Património da Unesco, sem esquecer de fazer uma visita ao Burgo Mestre, com passagem obrigatória pelo Manneken Pis – quem nunca, não é verdade?! E aquela desilusão básica por constatarmos ser tudo em ponto muito, muito pequeno.
Fartamo-nos de andar a pé, como sempre sem darmos conta, pelo facto de ser uma cidade bastante plana e relativamente pequena, o que faz com que facilmente demos por nós na ponta oposta da mesma. Andar de transportes públicos é algo que não fazemos muito em Lisboa, por vários factores práticos que não tornam os transportes públicos facilitadores das nossas rotinas, porém, aqui é algo que fazemos muito. Deixamos o carro para as viagens mais longas ou, por exemplo, idas a supermercado de maiores dimensões para compras maiores ou visitar amigos.
Esta é também uma novidade para o Vicente a para a Laura, mas que, aos poucos, vão-se habituando e gostando cada vez mais de andar de transportes públicos e também de andar no seu próprio meio de transporte pelas ruas. A bicicleta, a trotinete e o skate fazem parte do dia-a-dia dele - outra das vantagens de se viver numa cidade plana.
Só falta a minha bicicleta, que espero podermos ir comprar em breve! Estou super entusiasmada por andar com eles sem carro e num estilo de vida até mais activo e, ao mesmo tempo, saudável.
Todavia, o fim-de-semana não poderia acabar sem uma ida a um dos muitos parques que existe por aqui. Muitos deles autênticas florestas – a coisa boa de tanta chuva que cai nesta cidade: muito verde, muitos parques e muitos espaços ao ar livre muito bem aproveitados por todas as pessoas.
Desta vez, fomos a um parque um pouco mais longe, um dos maiores, pelo menos que eu conheço. Chama-se Park Josapath e tem imensos espaços diferentes de lazer: parques infantis, animais, muita relva, mais parques infantis, mais relva, cafés e bares. Sem qualquer esforço passam ali uma tarde animada com os vossos filhos e amigos.
Bruxelas é uma cidade boa para se viver! Não é perfeita, como nenhuma, penso eu, é verdade que é precisa paciência para os belgas e para certos “modos de fazer as coisas” desta cultura. Contudo, tudo isso devidamente encaixado, a qualidade de vida nas pequenas coisas é muito grande e acho que é por isso que quem parte fica sempre com saudades de voltar.
Boa noite.