Então, como é que vai esse desfralde?
Se calhar, respondo-vos com um "nim", com um "nem sim, nem sopas", com um "nem anda nem desanda". Porque a verdade é apenas uma: no desfralde, como em muitas outras coisas, quem dita quando e como é efectivamente a criança, portanto, cabe-me a mim o importante papel de orientar, sempre receptiva aos sinais que a própria Laura me dá. Com a certeza que não quero colocar pressão, que não vou impor métodos ou técnicas ou qualquer outro factor que possa ser de stress.
Com o desfralde do Vicente, tivemos uma primeira tentativa, também por volta desta altura do ano, depois tivemos que recuar - e eu andei cheia de peso na consciência - e à segunda tentativa foi de vez. Tenho a sensação que ele estava mais receptivo às "regras", que era mais fácil levá-lo de meia em meia hora à casa de banho. Porém, também é verdade que, por esta altura, o Vicente já tinha quase três meses a mais do que a Laura. E isso já toda a diferente nestas idades. Às vezes, basta uma semana para se notar uma diferença gigante entre uma criança e outra.
Admito que estava cheia de confiança com este desfralde, afinal, a Laura é super despachada e desenrascada, já se despia e pedia para fazer xixi e, afinal, tem o irmão, mais velho, como referência. Decidida e motivada pelos breves dias de mais calor que tivemos, fui comprar as cuequinhas que costumam ser motivo de grande alegria para as crianças, comprei o redutor e até comprei um bacio - porque ela tem uma boneca que tem um bacio e pensei que pudesse fazer a associação. E lá desenrascada ela é, vai buscar o banco, coloca o redutor, despe-se toda e senta-se lá toda contente e entusiasmada. às vezes faz, outras vezes, não. Quando está apenas de cueca, não funciona muito bem pedir-lhe que vá à casa de banho. Só funciona quando ela quer e quando ela assim o entende. E eu, o que faço? Eu limito-me a respeitar o tempo dela e a sua vontade. Quem é que quer comprar uma guerra com o desfralda ou com a comida ou com a hora de deitar? Nenhum pai e mãe quer isso. Aliás, nada de faz pela força ou pela imposição.
Portanto, respondendo à pergunta se comecei o desfralda com a laura? Pode dizer-se que estão reunidas as condições para que ela o faça quando assim o entender. Eu cá vou orientado, tento criar rotinas, como por exemplo, sentar-se na sanita assim que acorda e fazer o mesmo antes de dormir, não importa se faz ou não, até porque ela não tem muita paciência para estar ali a contar carneirinhos.
Ao segundo filhos relaxamos e encaramos tudo de forma muito mais natural, deixamos fluir e não entramos em competições para que o nosso filho seja o mais rápido. Eu só quero que seja feliz, seguro e confiante de si mesmo. Sem fragilidades e sem medos. Ao segundo filho, confirmamos que não importam os percentis, com que idade falam ou começam a andar. Importa-nos que seja uma criança alegre, sorridente e bem-disposta. É o seu estado de espírito e a sua genuína sinceridade e transparência que nos dizem se está tudo bem ou não.
Ámen! A esta paz de espirito e ao facto de conseguirmos realmente deixar que seja a crianças a dar-nos as respostas e a indicarmos o caminho a seguir.
Ainda assim, na altura compilei as minhas dicas, que acho ainda estão actuais: compreender os sinais e colocar em prática. Mas, claro que, todas as partilhas são bem-vindas, se calhar, no final, chegamos a um importante brainstorming sobre este tema!