É Tudo Uma Questão De Organização... E De Paciência Também!
As crianças começaram a escola. Aos poucos dos horários vão-se definindo e eu, por sua vez, começo a ver uma luzinha lá ao fundo sobre como serão, afinal, os meus dias nesta nova vida. Até aqui, a grande preocupação tem sido eles – o Vicente e a Laura – que estejam integrados na medida do possível nas escolas, que percebam as suas novas rotinas e os novos horários. Contudo, neste processo ainda que meio difuso, foi importante que eu fosse, ao mesmo tempo, tentando não perder o foco em mim e na minha vida.
Foram dois meses de férias muito intensos com os dois em casa, depois e até começar a escola, consegui gerir com o meu marido e retomar o ginásio - até aqui o único “me time” que me era possível ter, diga-se sozinha! E a meta seguinte seria coincidiria com o início da escola, retomando alguma normalizada e conseguir ter rotinas ou melhor, encontrar rotinas dentro desta nova realidade.
Diga o que disserem, são essas rotinas e essa organização que me permitem conseguir fazer “tudo”, mas, acima de tudo, é o que me permite ter tempo para mim e ter algum controlo no dia a dia. Pode retirar-me alguma espontaneidade, sim, concordo, contudo, de segunda a sexta-feira, eu prefiro mesmo ter esta ordem e não abdico sobretudo no que toca a horários.
Por exemplo, foi importante ter estado cá em março e ter percorrido todas as “portas abertas das escolas possíveis para a Laura, pois tivemos tempo para ponderar a nossa decisão. E foi igualmente importante ter vindo em julho, pois nesta fase a questão da mudança e da adaptação à cidade e a língua é agora que está ultrapassado. Já todos nós nos sentimos em casa, já não vivemos entre caixas e até já tivemos tempo para pensar nos últimos detalhes da casa.
No meu “planeamento” setembro seria para ajustar outro tipo de rotinas: a das escolas e da maneira como isso condiciona tudo o resto, nomeadamente a gestão da casa, das compras e da minha própria vida.
Em contrapartida, se havia muita expectactiva com a chegada desse dia, também é verdade que ainda estou em fase de testes. Para já, o meu grande objectivo é minimizar o tempo que passo a conduzir e de forma a que eu consiga ter o maior tempo possível para conseguir completar, por exemplo, uma coisa do início ao fim sem interrupções.
Mas a esta altura os horários das escolas ainda não estão completamente fechados, há actividades extracurriculares por começar e, nessa altura, os horários estarão mais homogéneos e eu consigo sacar mais uma ou duas horas “só para mim”.
Agora vivo um pouco com aquela sensação de “gastar tempo” sem realmente ter tempo para fazer o que preciso. O relógio condiciona e o trânsito também. Entre ir buscar o Vicente às 15:05 e a Laura às 15:20, imaginam que para que tudo corra bem, tem que estar tudo muito bem controlado.
A distância escola-casa e a escola provisória da laura, que ainda não pode juntar-se à do irmão, faz com que este ano lectivo seja um pouco assim, numa versão mais de mãe-uber. É que aqui não temos a nossa avó para dar uma mãozinha – ou várias. Aqui estamos só por nossa conta numa sociedade que nos obriga a viver para os filhos e para a família. Atenção, obriga no bom sentido, porque aquilo a que estamos habituados é a deixar os nossos filhos assim que a escola abre e ir buscar no último instante. Não é desejado, mas antes uma consequência do ritmo de vida. Mas aqui tudo está orientado de forma contrária ou, pelo menos, tem que estar e temos que fazer vários malabarismos e ter muita paciência acima de tudo connosco próprios.
Desbravamos o desconhecido literalmente e aos poucos esta fase ficará para trás. E quando se vivem momentos assim, com muita novidade e muita coisa a acontecer ao mesmo tempo, o meu truque é tentar manter o foco nas prioridades e uma delas sou definitivamente EU.
Boa noite!