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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

E quando a imaginação se mistura com a realidade?

23.03.16 | Vera Dias Pinheiro
 crianças a brincar + os três anos + mãe de rapaz + menino a correr + educaçãocrianças a brincar + os três anos + mãe de rapaz + menino a correr + educação

Mais um pouco da "série": os maravilhosos três anos!
Depois de partilhar com vocês esta minha inquietação, eis que o Vicente nos tem vindo a brindar com outras pérolas do crescimento. Poderá dizer-se que anda com a imaginação ao rubro, mas, na prática, aquilo que acontece é uma adulteração constante dos factos: umas vezes, inventa; outras não conta bem exactamente como as coisas aconteceram. Não vou dizer que o meu filho com três anos mente. Ele não sabe o que isso é, quando muito está a chamar a nossa atenção.

Li, em tempos, que as crianças entre os 3 e os 6 anos vêem o mundo que os rodeira em função dos seus próprios interesses, ou seja, em função daquilo que atrai a sua atenção (e a nossa) e parece fazer sentido e servir de explicação para algumas situações.

Exemplo 1: Vai ao jardim com a avó.
Quando regressam, pergunto-lhe como foi o passeio e ele vai contando o que andou a fazer até que, de repente, diz que caiu. Eu faço ar de admiração e pergunto-lhe como é que aconteceu - e ele recria a suposta queda. Depois, pergunto se a avó não viu e ele diz que sim, que viu - mesmo à descarada em frente da sua avó, sem ceder na sua versão da história.

Exemplo 2: O Vicente leva sempre um livro para a escola.
Ao final da tarde, quando o vou buscar, houve uma série de dias seguidos em que me dizia, assim que nos sentávamos no carro, que a educadora não lia a história aos amigos. Até que uma dia, lembrei-me de perguntar, na presença dele, e mesmo de riso na cara, continuava a dizer que não, com a professora a perguntar se ele tinha a certeza. 

Exemplo 3: Quando o vou buscar à escola logo a seguir ao lanche.
Regressamos a casa e pede-me para lanchar, pois tem muita fome. Pergunto-lhe se não lanchou na escola e ele diz... que não! 

Muitas vezes, rio-me por dentro, ao ver como é que uma pessoa daquele tamanho cria estas suas versões e não cede, mesmo que o seu ar de gozo, a certa altura, o denuncie. Outras vezes, entro na brincadeira e acabamos os dois a rir, pois, não deixa ser igualmente curioso como a realidade, de repente, se mistura com a fantasia. Nesta idade não existe um desenvolvimento cognitivo para a mentira, é só mesmo uma boa dose de imaginação e captar a nossa atenção para as coisas que conta.

Por aí, os vossos filhos também já foram "apanhados" nestas pequenas invenções?


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