É preciso ganhar alguma capacidade de sacrifício na nossa vida!
A maturidade vem com o tempo, com a idade ou com ambos. E por muitos avisos e conselhos que recebamos por parte dos nossos pais, há coisas que só se aprendem com a idade e nuns determinados momentos. Todos nós – e eu não sou excepção – travamos as nossas lutas. Temos os nossos fantasmas, aquelas coisinhas que gostávamos de mudar e que, embora aparentemente até nos esforcemos muito (achamos nós), os resultados não aparecem. É ai que se aloja a frustração dentro de nós e é precisamente aí que, das duas, uma: ou baixamos os braços e nos resignamos. Tentamos convencer-nos que aquilo não é para nós, é só para os outros. Ou então vamos à luta e abraçamos o sacrifício como o desafio mais importante das nossas vidas.
E isto é algo que se aplica a praticamente tudo na nossa vida. Já aprendi a não ser tão pessimista com o cancro com uma amiga que não baixou os braços perante o sacrifício e que lutou e agarrou a própria vida com tudo aquilo que tinha e não tinha porque ela queria viver. Já aprendi com grandes lutadoras que lidaram com o excesso de peso que é possível mudar, que é possível perder 20 quilos e ter um aspecto físico fantástico. Uma pessoa que come muito não tem que comer assim a vida toda e nem tem que ter pena de si ou achar que só os outros conseguem. Essas pessoas aceitaram o sacrifício que foi um dia parar de comer tanto e parar de comer tantas porcarias, prosseguindo o objectivo e o sonho de serem mais magras e saudáveis e de terem maior autoestima. Conheci pessoas que largaram o certo pelo incerto profissionalmente porque queriam ser realizadas e achavam-se merecedoras de tal. Pessoas que aceitaram o sacrifício de se privarem de algumas coisas materiais, até de fazerem um certo “downgrade” no estilo de vida ou mesmo de aprender a viver com menos dinheiro, porque acreditavam que isso era apenas passageiro, transitório para um futuro melhor a todos os níveis. Essa “perda” viria mais tarde a ser recuperada… porque não em dobro?!
A maioria de nós vive rodeado de desculpas, de pretextos, de obstáculos e todos eles criados pelo próprio individuo. Parece que é mais fácil sabotar o nosso sucesso e a nossa felicidade do que lutar por alcançar os nossos sonhos. E porque será?
Ter esta luz própria e esta capacidade de sacrifício sem nos sentirmos uns coitados é tão ou mais difícil, eu percebo! E nós queremos sempre o mais fácil e o que dá menos trabalho mesmo que não seja o melhor para nós…
É assim, mas não devia ser!
Ah estás tão magra e tão fit! E eu respondo, pois, e ainda bem que estou porque sacrifiquei-me imenso para alcançar os resultados. Pela primeira vez na minha vida posso dizer que mantive o mesmo ritmo de treino o ano inteiro e que não me desculpei com as férias, com o calor, com o cansaço ou com a preguiça. Também desisti de ter a desculpa do dia da asneira e percebi que o melhor que posso fazer por mim é alimentar-me bem e que isso me pode dar tanto prazer como aquele que supostamente só conseguimos associar às refeições mais calóricas.
Ah mas para ti é fácil! Não, não é! Não é mais fácil para ninguém, especialmente porque não conhecemos a realidade de cada um nós. Conseguimos ver os resultados que provêm, na maioria das vezes, dos esforços e dos sacrifícios. Mas disso não se faz bandeira e nem interessa nada a quem está de fora. Afinal, devemos mudar por nós. Devemos gostar de nós e fazer por nós. E não, nunca será fácil, não se iludam. Vão precisar de força de vontade para começar e de persistência para não desistir!
E aqui estou eu a passar as nossas férias a fazer uma coisa que detesto: correr! Mas não é isso que me fez desistir. Afinal, até sabe bem sair da minha zona de conforto!
Boa noite!