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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

Desejei tanto que este dia chegasse...

01.07.16 | Vera Dias Pinheiro
Sai da consulta dos três meses em paz comigo mesma - e como eu desejei que este dia chegasse - pois foi um mês passado com alguma ansiedade e alguma incerteza, em relação à amamentação. Na consulta dos dois meses, ía com muita expectativa em relação ao aumento de peso da Laura e, sim, correu tudo bem e ela estava óptima. Não houve alarmes nem tão pouco me foi pedido para pesá-la antes da próxima consulta. Mas não houve alarmes, não foi bem assim, eu deixei que as dúvidas entrassem na minha cabeça. Para mim, ela deveria ter engordado mais, fiz as contas e achei que por dia tinha engordado pouquíssimo - repito, achei eu, que não satisfeita ainda fui perguntar às minhas amigas, quanto aumentavam em média os bebés delas - e daí a associar as crises do fim do dia, o choro inconsolável e, o facto, dela não adormecer, a estar com fome, foi um instante.

Para além disso, com o passar do tempo, a minha produção normalizou; às vezes, nem preciso dos discos de amamentação; as maminhas ficaram mais moles e nem sempre sento as "picadas" quando se aproxima a altura de mamar. E, durante este mês, foram muitas as vezes em que ela ficava irrequieta na mama, chorava, eu insistia, ela voltava a não pegar e continuava a chorar. Tudo isto, estava a minar a minha segurança e até houve um dia que, em desespero, achei que o melhor era dar-lhe suplemento, pois, se nada a acalmava, então, só podia ser mesmo fome. Felizmente, nada disso aconteceu; felizmente, eu continuei a insistir sempre com a maminha; felizmente, passamos muito tempo as duas, pele com pele, na altura de mamar; felizmente, comecei a entender-me melhor com a minha filha; e, felizmente, ela não passa fome! 

Aos três meses a Laura já tem a sua personalidade e os seus ritmos e a verdade é apenas uma, cada bebé é um bebé e não existem dois filhos iguais. A mãe precisa de serenidade e manter a confiança em si e não se comparar com outra mãe e, nem tão pouco, comparar o seu bebé a outro bebé. 
Nem sempre um bebé se acalma na mama. Nem sempre um bebé aumenta o mesmo que um outro bebé - um pode aumentar 1kg e outro 600gr e ambos estão igualmente bem e a crescer saudáveis e felizes. Nem sempre uma criança chora porque tem fome - já todos sabemos isso, mas continuamos a ter que repeti-lo muitas vezes - e o que nunca pode faltar é a paciência para os dias em que o nosso bebé demora não uma, nem duas, mas três ou mais horas para adormecer. O nosso peito não vai ficar para sempre como nos primeiros tempos após a subida do leite - rijo, sempre com muito leite e um formigueiro enorme de cada vez que se aproxima a hora de mamar e isso não quer dizer que passamos a ter menos leite ou leite mais fraco. Nós temos o leite adequado às necessidades do nosso filho. 

Sai da consulta dos três meses, mais segura e confiante e a festejar mais um mês de amamentação em exclusivo, o quarto. Não sei por quanto tempo darei de mamar, só sei que por aqui festejamos cada conquista com grande um optimismo, porque cada mês, para mim, é mesmo uma vitória. Para além disso, estou muito grata por termos um pediatra tão tranquilo, a favor da amamentação e totalmente contra o stress. Estou ainda mais grata por ter duas pessoas tão importantes para mim - a Enf. Carmen Ferreira e a Constança - que estão sempre do outro lado telefone, seja a que hora for e que me chamam à razão quando eu começo a "panicar". 

E, toda esta experiência, tenho aprendido que é importante procurar os conselhos das pessoas certas, das pessoas que realmente nos podem ajudar e não contribuir ainda mais para as nossas dúvidas; que é mesmo preciso acreditar muito em nós e naquilo que o nosso instinto diz - e se ele diz que não é fome, então NÃO é mesmo fome - e, por fim, tenho reaprendido a comunicar-me com o meu bebé e a perceber os seus sinais - quando quer dormir, quando quer comer, quando está mal-disposta, quando quer mimo, ou, simplesmente, quando não quer nada - sabendo que, aos dois, aos três, aos quatro meses... o meu bebé tem no seu choro, a sua única forma de comunicação.



Boa noite!





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