- Vicente, vamos lavar os dentes?
NÃO!
- Vicente, vamos calçar os sapatos para ir para a escola?
NÃO!
- Vicente, está na hora de tomar banho. Vamos?
NÃO!
- Vicente, a mãe fez ovinho para o jantar! Anda!!!!
NÃOOOOO!
- Vicente, é hora de ir dormir!
NÃO MÃE!!!!
- Vicente...?
NÃOOOOOOOOOOO!!!!
NÃO! NÃO! NÃOOOOO!!!! Esta é a palavra de ordem, desde que acordamos até à hora de ir deitar e até quando está a sonhar - juro! isto é mesmo real, os sonhos dele são a dizer que não quer alguma coisa! São três anos de muita personalidade e de muitos desafios, numa fase que é também tão gira e
tão divertida! Sinto que vivemos nos extremos, sem meio termo: ou está bem disposto - e aí está mesmooooo bem disposto; ou então, está com o feitio torcido - nesse caso, o melhor é saírem da frente, porque ele vira um furacão de teimosia capaz de fazer perder a paciência a um santinho.
Não somos os primeiros pais a viver isto, nem tão pouco os primeiros a sentir-se um pouco perdidos, pois, se por um lado, sabemos o que não devemos fazer, por outro, às vezes, é tão, mas tão difícil aguentar sem perder a paciência e sem desesperar. Para além disso, sinto que o Vicente nos conhece melhor do que ninguém e que sabe exactamente quais são os nossos pontos fracos e é precisamente aí que tenho tentado "surpreendê-lo". Como? Tenho tentado ter atitudes diferentes daquelas que ele espera suscitar em mim e até funciona - e isto é algo que insisto em tentar mostrar ao senhor meu marido. Mas quando nada resulta mesmo - e são algumas vezes - combinamos entre nós que antes de explodir, saímos uns minutos de perto do Vicente e contamos até 10 e se isso não for suficiente, trocamos de lugar.
Se resulta? Talvez! Se é o mais correcto? Não sei! O que eu quero mesmo é que tanto eu como o senhor meu marido nos aguentemos o máximo possível e não ceder ao stress do momento, acabando por responder com gritos também. Quando assim é, há um momento em que já se perde a razão ao tentarmos explicar à criança que não se grita e que não se fala alto, pois já estamos todos com o mesmo tom de voz...
Depois, parecem existir outras dicas importantes para os pais que tal como nós, se vêm confrontados com esta demonstração tão forte de desejos e de vontades por parte destas pessoinhas:
1. Oferecer opções:
Parece que o melhor que temos a fazer nesta fase é deixá-los escolher entre duas opções e que serve para todo o tipo de situações.
2. Ensinar outras respostas:
Por vezes, a insistência no "não" porque não conhecem vocabulário alternativo ou então, entrar na brincadeira e perguntar: "Sabes qual é o contrário de "não"?"; "O que vem entre o "não" e o "sim"? (talvez, pode ser, mais ou menos...); ou quando é mesmo não, ensinar a dizer não de uma forma mais simpática, por exemplo, sem ser ao gritos e simplesmente, dizendo "não, obrigado".
3. Talvez a mais importante de todas - Usar o "não" com moderação":
Inevitavelmente, esta fixação com a palavra "não" pode ser o reflexo do nosso próprio comportamento. Muitas vezes, muitas delas sem nos apercebermos, o "não" é dito com muita frequência... Truque: reformular as frases, quase como um daqueles jogos em que não podemos usar uma determinada palavra numa frase.
4. Talvez a segunda mais importante - Ser firme!
Por muito que a nossa vontade seja acabar imediatamente com aquele jogo de forças, não podemos ceder apenas porque queremos parar com aquela birra. E resulta, pelo menos comigo, que não cedo a birras, mesmo aquelas em locais públicos, que deixam toda a gente a olhar para nós.
Porém, a melhor dica de todas é que da mesma forma inesperada que esta fase chega, ela também irá desaparecer. Até lá, inspira - expirar e não... pira!!!!! :)
Mães e papás com filhos na fase do "não" acusem-se!
Boa tarde.