Corrigir o rosto sem transformar | O meu antes e depois
Eu já sou do tempo, por assim dizer, do preconceito em torno da toxina botulínica e do ácido hialurónico. Dizia-se, talvez porque apenas são realmente visíveis os casos mais drásticos e radicais, que os efeitos deixam as pessoas completamente diferentes daquilo que eram e sem expressão. Tanto assim era que, eu desde que me lembro, que falo em corrigir os meus lábios, por serem demasiado finos e sem qualquer definição, queria muito ter um pouco mais de volume. Porém, sempre que falava nisso era olhada de lado, como se a alternativa fosse ficar com uma boca tipo Kylie Jenner (se não estão a ver bem quem é, carreguem no link), quando não era de todo esse o meu objectivo.
Contudo, e por ser uma área que me interessa e porque agora, em ambiente de trabalho, tenho acesso a muita informação e conhecimento do que é outro lado. Tenho a possibilidade de falar com as pessoas e posso tirar todas as minhas dúvidas. E foi assim que percebi que há um gap de informação qualitativa acerca de certos procedimentos estéticos e que talvez até afaste as pessoas apenas por medo. E podem estar a fechar a porta a uma alternativa segura para contornar certos problemas, sejam eles puramente estéticos ou algo mais concreto que interfira com a saúde.
Podemos estar a falar, por um lado, da marca de uma queimadura, uma depressão na pele, da marca de uma dentada de um cão, o excesso de transpiração que incomoda tantas pessoas, sem mencionar as marcas de acne. Como podemos estar a falar, por outro lado, de remodelação de lábios, de corrigir o sorriso “gengival” e até de atenuar alguns traços mais vincados no rosto. Enfim, a panóplia de coisas que a toxina botulínica e o ácido hialurónico podem ajudar a resolver é muito abrangente.
Mas eu quero insistir na estética, porque a tendência é achar tudo muito supérfluo. Não é um bem de primeira necessidade, isso não é, porém não é de todo supérfluo. A autoestima, a postura, a autoconfiança são factores determinantes na nossa vida e até decisivos em alguns momentos e estou a lembrar-me, por exemplo, das entrevistas de emprego. Uma jovem mulher ou um jovem homem que vá à sua primeira entrevista de emprego e que tenha passado por uma puberdade que tenha deixado bastantes marcas, certamente que irá muito mais confiante se essas marcas não existissem. Mesmo a nível profissional, a credibilidade pode ser outra. Da mesma forma, que me estou a lembrar do sorriso “gengival”, sei, por pessoas próximas, que é algo condicionante nas suas vidas. Sei que é algo que pode impedir muitas pessoas de sorrirem e de se expressarem com naturalidade, estando constantemente a contrariar um movimento no rosto.
No meu caso, eram os meus lábios. Não me sentia completamente à vontade a tirar fotografias ao rosto, ou de perfil ou num plano muito fechado. Se vivia bem com isso? Claro! Não deixei de fazer a minha vida e nem me neguei às câmaras, mas a vontade esteve sempre lá e à primeira oportunidade séria que tive, arrisquei.
Sim, tive receio do impacto a seguir, sim, não queria de todo que as pessoas, de repente, notassem algo de diferente em mim. Não era nada esse o meu intuito. Mas o impacto quando fiz a primeira vez foi de não querer largar o espelho, porque estava realmente feliz. Porém, não correu bem! Os resultados não foram os desejados e senti uma enorme frustração por tudo, quer pela expectativa, quer pelo investimento.
E aqui chegamos a um outro aspecto muito importante: o da escolha do profissional de saúde. Acima de tudo, temos que ter presente que estamos a falar do nosso rosto, das nossas expressões e da nossa identidade, portanto, é preciso que sintam o “click” com o médico que têm à vossa frente. Têm que sentir que fluem em sintonia. Ou seja, ele está lá para ir ao encontro daquilo que vocês desejam, porém, o bom senso do médico é importante para nos chamar à realidade e perceber o que é que em cada pessoa funciona, porque nunca é igual.
Bom, então, eu ganhei coragem para tentar só mais uma vez e se não resultasse, paciência. Colocava de parte o assunto. Por meio do meu trabalho, conheci a Dra. Ana Silva Guerra e, primeiro, falamos muito acerca das muitas cirurgias que faz de plástica reconstrutiva e, claro, falamos muito do cancro de mama. E só depois percebi que abrir a sua Clínica Estética, que tem o seu nome, foi como criar um escape, onde as coisas bonitas acontecem, mas, acima de tudo, o que impera é a sensibilidade para que as pessoas melhorem sem apagar, no entanto, o que já têm de bonito, incluindo certos traços.
Marquei a minha consulta de avaliação e, com grande confiança, dei a segunda oportunidade, agora com a Dra. Ana. Já percebi que, de facto, o meu lábio é um paciente difícil e que não vale pena ter medo que a mudança nunca vai ser drástica. Estamos a trabalhar para definir e dar um pouco de volume e mesmo assim com muita paciência por parte da Dra. E, desta vez, eu sou acompanhada em contínuo, vamos medindo os passos com cautela e tudo o venha a mudar vai acabar por ser já mais natural para os outros, porque é tudo gradual.
E, no final, fico com a certeza que se tratam de substâncias que, passado algum tempo, são absorvidas pelo nosso organismo e acabam por desaparecer.
Mas sobre isto, falo, num próximo post, com uma entrevista que fiz à Dra. Ana Silva Guerra com o intuito de desmistificar um pouco mais estes temas, talvez com uma abordagem um pouco diferente daquele a que estamos mais habituados a ouvir.
E cá está o antes e depois (sendo que o "depois" são passado 15 dias, quando já se consegue avaliar o efeito real, sem qualquer inchaço):