Confinamento | Dicas para evitar (contornar) o Stress e a Ansiedade
Como eu estou a sobreviver ao confinamento social
Encontre um refúgio!
Pode ser um local (da casa), uma actividade, um hobby, qualquer coisa que consiga isolar/abstrair do assunto Covid-19.
Não é uma tarefa fácil, eu sei, pois está em todo o lado e se, antes, a nossa distração era em parte as redes socias, hoje em dia é onde mais partilhas se fazem sobre o assunto. Temos contacto com tudo, desde as informações certas à contra informação, às opiniões mais sensatas às outras. E as redes sociais, na minha opinião, são uma porta aberta sem filtro para muitos estímulos, os bons e os menos bons. Sem controlarmos, certas partilhas podem gerar em nós sentimentos de frustração ou de revolta, de incapacidade ou de tristeza. Sentimentos que em alturas críticas da nossa vida, são prejudiciais à nossa sanidade mental. Escolham quem seguem, escolham mensagens positivas, levas e suscitem em vós coisas boas.
Faça atenção ao auto-cuidado e ao amor-próprio! Cuide-se!
Por exemplo, se eu não tomar banho ou deixar-me ficar de pijama um dia inteiro é algo que automaticamente irá desencadear em mim outras atitudes e reacções menos positivas. Vou ter menos energia, vou ter menos cuidado com a alimentação, vou passar o dia praticamente sem me mexer, vou até ficar mais irritada e ter mais dificuldades em adormecer.
Pelo contrário, se manter a minha rotina, ou seja, se tomar o meu banho, vestir-me de forma confortável, mas com alguma atenção, colocar perfume, esticar o cabelo, se for algo se já fazem habitualmente, isso conduz a outras atitudes igualmente boas.
Dê uso a partes/divisões da sua casa que, por falta de tempo, não ligava!
Muitas vezes, ouço as pessoas dizerem “queria muito um jardim/varanda e agora que temos nem usamos”. Aqui na Bélgica ainda percebo, faz muito frio e chove muito, muitos dias durante o ano. Porém, por incrível que pareça, durante este confinamento, os dias têm sido de sol e com temperaturas bastante agradáveis. Não podemos ficar indiferentes! Portanto, com mais ou menos casacos, a seguir ao almoço, temos ido para a varanda. O Vicente e a Laura brincam ao ar livre e apanhamos todos um pouco de sol, a vitamina D grátis.
Quem não tem, pode improvisar, aproximando a cadeira mais confortável que tem casa de uma janela aberta. Percebam que não tem que ser perfeito e nem tem que ser como “o vizinho do lado”. Tem que ser o melhor que conseguimos com os recursos que temos. Sim?
Aproveite para descobrir uma coisa nova que goste de fazer!
Durantes estes dias, tenho ouvido também muitas pessoas falarem com espanto acerca da primeira vez que estão a fazer alguma coisa. Alguns dos exemplos mais frequentes: fazer pão em casa, retirar o verniz vez das unhas e fazer a manicure, fazer bolos ou bolachas ou alguma tarefa ligada à lide doméstica, entre outras coisas. Não falo das aborrecidas, mas sim daquelas em que damos por nós a desfrutar e até a relaxar e a abstrair do mundo.
Fale com os amigos e famílias tantas vezes as possíveis!
Deixe o isolamento social apenas para o departamento do contacto físico. Aproxime-se o mais possível da sua família e amigos. Use e abuse do telefone e das novas tecnologias e novas aplicações que surgem. Está na hora de lhes dar uso para a conexão social e não para o isolamento, que antes tanto acontecia, com cada um “enfiado” no seu telefone.
Procure o lado bom das coisas! Agradeça mais!
Para além disso, e já falei sobre isso aqui: as pessoas em geral têm um problema sério para ver o lado bom das coisas – eu sei, aqui o lado bom é relativo – mas pessoalmente, tenho a certeza absoluta que encontram alguma coisa sobre a qual agradecer. Vivemos esmagados pelas notícias do mundo lá fora, pelas funções que acumulamos e nunca o multitasking foi levando tão a sério, mas pensem no efeito que este confinamento pode ter nas vossas vidas e agradeçam.
Medite/Esteja em Silêncio/Alonge/Relaxe
Encontre um momento a sós para se centrar consigo mesma! Quer esteja a passar por este isolamento social sozinha, quer em família, 24h por dia, encontre momento para se focar dentro de si mesma. Eu não tinha o hábito da meditação, e ainda não tenho, porém senti a necessidade um momento mais relaxante e íntimo comigo mesma, o que está a acontecer a seguir ao meu exercício diário, seja com alongamentos, seja com alguns exercícios de yoga. A verdade é que para não explodir-nos nos outros, acumulamos muita coisa e, comigo, estava tudo a ficar na minha zona lombar a pontos de não me conseguir mexer. Raramente estou sozinha, mas coloco os phones e, mesmo que os miúdos a brincar por ali, tenho consigo focar-me e ando muito mais aliviada.
Reinvente-se na cozinha!
Por fim, tenho aproveitado para me reinventar na cozinha. Com todas as refeições feitas em casa e sem sequer encomendar Ubereats, tudo aquilo que para mim era o “básico e essencial” para as nossas refeições, tornou-se monótono e repetitivo. Continuo no grau de dificuldade baixo, para simplificar, porém, faço umas pesquisas, sobretudo invento muito e tenho explorado ingredientes novos e diferentes. mas também invento muito. O importante é que no momento de ir para a cozinha mais uma vez e de preparar mais uma refeição, acaba até por ter algum entusiasmo… algum!
Espero que estas dicas vos ajudem a encontrar alguma leveza nos vossos dias de quarentena ou de confinamento. Lembrem-se que, acima de tudo, devem adaptar a vocês e de acordo com as vossas dinâmicas e rotinas familiares. Acima de tudo, eu encaro este período de isolamento como uma oportunidade para nos reinventarmos individualmente e em família.