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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

Bruxelas.... no nosso coração!

22.03.16 | Vera Dias Pinheiro
Não me reconheço neste mundo em que vivemos, sobretudo porque não cresci e não fui educada para saber viver com insegurança, com medo e "fechada". Muito pelo contrário, mesmo com as poucas possibilidades dos meus pais, mas com muita vontade, tive a possibilidade de ir descobrindo o que me rodeia, tive o privilégio de ter experiências além fronteiras, marcantes que me fizerem crescer e aprender muito e que sempre me deixaram com vontade de querer conhecer ainda mais e de ir ainda mais longe.
A minha geração, mas sobretudo a geração seguinte, pertence ao mundo, muitos forçados a essas mudanças fruto da conjuntura económica e do insucesso na procura no primeiro emprego. Muitos partiram e poucos serão aqueles que irão regressar. Muito provavelmente, até constituirão uma família de dupla nacionalidade e deixarão de pertencer a um único lugar, eles, os filhos deles, etc...

Esperava para os meus filhos essa mesma liberdade, é por isso que nos esforçamos e trabalhamos todos os dias: para que cresçam a saber que há muito mais para além da nossa rua, da nossa cidade, do nosso país. Foi por isso, que nunca me assustou a ideia de mudar de país com um filho de três meses, partindo para uma cidade onde não teria qualquer rede de apoio. Fui porque sabia que dali iriam resultar outros enriquecimentos, outros crescimentos, não só para mim, mas sobretudo para o meu filho. E não tenho dúvidas que alguma marca lhe deixou. 
 
Hoje vejo as notícias sobreos atentados em Bruxelas e fico de coração apertado, não consigo imaginar comome estaria a sentir se lá estivesse neste momento; não deixo de sentir tudoisto de uma forma muito próxima e muito pessoal. Tenho lá amigos, reconheçoaquelas ruas, andei naqueles sítios, o aeroporto foi a nossa segunda casa- do meu marido em particular - as imagens quevejo custam, dóiem... deixam-nos incrédulos. O que virá a seguir?

No entanto, se tivesse quepartir novamente numa aventura semelhante iria, arriscava, talvez não fosse deuma forma tão despreocupada, mas iria. Acredito que aquilo que hoje vivemos,não são acontecimentos localizados, focados num único alvo. Infelizmente, talvez...se assim fosse saberíamos onde não estar ou para onde não ir.

A Europa vive temposdifíceis, há muito tempo, vive em sobressalto. Hoje foi Bruxelas, antes Paris,Londres, Madrid... O mundo em que vivemos mudou e todos temos uma aprendizagem a fazer,por nós e pelos nossos filhos...

Eu não tenho medo, só terei medo de ter que aprender a viver com ele todos os dias, como se fosse uma sombra.








Bruxelas... nenhuma bomba, nenhum atentado ou terrorista vai mudar as lembranças que guardamos de ti. Hoje podes estar destruída, mas, para mim, esta és tu e sempre serás!


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