Beijem e abracem (muito) a vossa família!
Hoje é o Dia Internacional da Família e, logicamente, que vos direi que a minha família é a melhor de todas. Afinal, é a minha. Porém, é exactamente aí que eu acho que está o “segredo”, é ser a minha e eu dar-lhe valor, independentemente de todos os defeitos. É ela que escolho sempre em primeiro lugar, mesmo quando existem as adversidades, quando existem as discussões e, até mesmo, quando duvidamos de tudo e de todos, até de nós mesmos!
A minha família não é perfeita. Muitos vezes, falta-lhe a paciência, outras tantas vezes não nos ouvimos uns aos outros, às vezes somos egoístas e também esperamos, não raras vezes, que o vizinho do lado face sempre mais qualquer coisas.
Mas, em contrapartida, a minha família não é aborrecida. Ora vejamos: casei com o meu marido nem 24 horas antes do Vicente nascer – e não, não foi coincidência, planeamos tudo duas ou três semanas antes, porque achamos que se era para casar, então, teria que ser antes do miúdo nascer - mudamos de casa quatro vezes, de cidade e até de país. E dos quilómetros que já fizemos juntos, nem vale a pena estar aqui a enumerar agora.
Contudo, a minha família não é nada fácil de gerir. É bastante exigente até, no dia-a-dia, nos planos que faz para o futuro e dificilmente se aguenta muito tempo sem uma mudança radical. Se assim for, desconfiem…
No final, a minha família continua a ser o motivo maior das minhas maiores decisões, dos meus planos e até das minhas cedências e, olhando para trás, não tem corrido assim tão mal.
Posto isto, que raio de pessoa era se não desse valor a tudo o que temos vivido e construído até aqui? Porque é fácil olhar para o lado e achar que os outros estão melhores, que com os outros é mais fácil, etc… O desafio é dar valor à nossa família, agradecer tal e qual aquilo que temos se estar a exigir alguma coisa mais.
Agradecer por não termos desistido, por nunca se colocar verdadeiramente em causa o “nós”, porque temos objectivos comuns e para o futuro e por darmos valor aquilo que construímos e aos nossos filhos.
Agradecer porque somos privilegiados, porque andamos sempre juntos para todo o lado, porque podemos apoiar os planos uns dos outros, porque os nossos filhos têm sempre um dos pais presentes em todos os eventos da escola e fora dela.
Agradecer porque tomamos decisões em conjunto, porque conseguimos perceber o que é importante para todos e encaixar isso nos nossos planos, sem rivalidades e sem culpas.
Agradecer porque temos a bênção de ter não apenas um, mas dois filhos lindos e saudáveis, que me dão cabo da cabeça, é verdade, mas que são a minha melhor criação, são o legado que deixo no mundo e nisso também sou privilegiada.
Agradecer porque não é fácil manter uma família unida, porque viver em conjunto e partilhar e bem mais desafiante do que quando dependemos apenas de nós. Agradecer por nos termos levantado após cada queda, por não termos vergonha de perder desculpa e por darmos as mãos e o quadro que desenhamos ser em conjunto e não em separado!
Mas esta é a minha família, perfeita à nossa maneira, com as nossas decisões, tão óbvias para nós e, por vezes, descabidas para os outros. Todavia, esse é o desafio, que cada família descubra a sua mecânica. As famílias precisam de tempo de apoio para crescerem, pois embora possa começar por uma magia, no dia-a-dia, é preciso um pouco mais para a manter.
Cada família tem o seu valor, o seu segredo, a sua fórmula mágica. E, às vezes, é preciso errar (muito ou pouco) antes para depois encontrar o caminho certo, por vezes, com intervenientes diferentes ou, então, não…
A sorte mesmo é termos à nossa volta pessoas a quem podemos chamar de família!
Beijem e abracem (muito) a vossa família!