Afinal, como é viajar com os filhos? ... Adaptando e relativizando!
Já passei por diferentes fases, desde bebé, com todos os apetrechos que são necessários e horários que raramente se conjugam com o dos aviões. E, neste momento, estamos numa nova fase de crianças. O Vicente, com praticamente seis anos, viajou pela primeira vez sem carrinho, sem bengala para andar descansado da vida, tal como a sua irmã.
Como alternativa compramos o patim com assento, que, segundo ele, é bastante confortável. Contudo, não achei nada confortável para nós que levamos o carrinho – o então, é preciso tempo para lhe ganhar o jeito. Porém, o que eu senti é que me faltavam uns centímetros de braços para poder andar confortável a empurrar, em vez de andar de lado.
Gerir essa parte, com a oura parte do Vicente se habituar a andar e a caminhar junto de nós, enquanto a irmã, vai no carrinho, não foi fácil. Para ele era uma tremenda injustiça e chegou a fazer uma ou outra birra por causa disso. Depois, com os dias, lá se foi habituando e desfrutando.
Em Veneza, sobretudo, devido às características da própria cidade, tiramos o patim de todo. Contudo, a Laura, pelo oposto, é bastante enérgica e, por isso, andou bastante a pé, correu e brincou durante os nossos passeios. Nesses momentos, aproveitávamos para deixar o Vicente descansar, ou, no limite, colocávamos a Laura às cavalitas e o Vicente no carrinho.
Naturalmente que adaptamos os nossos dias ao facto de levarmos crianças. Não ficamos até tarde na rua e como optamos pelo Airbnb, jantamos em casa. Dessa forma, conseguimos respeitar o descanso deles e também o nosso. Preferimos estar mais um ou dois dias, e não fazer viagens intensas e demasiados exaustivas. Para que tudo corra bem é preciso estarmos todos bem, adultos e crianças. O stress, o cansaço e a fome resultam na falta de paciência e aborrecimentos desnecessários. De férias, o objectivo é desfrutar e, por isso, eu escolho aborrecer-me apenas quanto é estritamente necessário.
Os roteiros dependem das cidades. Por exemplo, em Milão acabamos por visitar alguns museus para eles. E, desta vez, os passeios foram muito mais na rua, com roteiros curtos para cada um dos dias, cidades mais pequenas e despacharmos os locais mais turísticos nos dias de menos confusão – se é que os há – mas, por exemplo, durante a semana e pela manhã. Se houver possibilidades é a primeira coisa que fazemos. Evitar locais de grande confusão é também uma aposta nossa.
Tanto o Vicente como a Laura são rijos, aguentam-se bem às várias deslocações que fazemos, mas não queremos exigir deles mais do que a sua idade permite. Ao final da tarde, regressamos a casa, brincam com as suas coisas, durante o dia, paramos quando pedem e deitam-se, mais ou menos, à hora do costume.
Quando comecei a viajar com um bebé stressava bastante, queria voos com horários compatíveis com os horários do Vicente, não podíamos comprometer a rotina, sobretudo a hora de dormir, etc. Mas rapidamente percebi que o melhor é relaxar e fazer o melhor com o que temos. Lembro-me de um voo Roma-Bruxelas que atrasou horas e eu acabei por fazer praticamente toda a viagem de pé, junto aos comissários, a abanar o Vicente para que ele se aclamasse e adormecesse. Querendo fazê-lo (viajar com filhos), as dificuldades que existem e que já conhecemos, não podem ser um problema diariamente, fazem parte do bom que é poder descobrir todos estes locais junto a curiosidade das crianças.
O Vicente pergunta-nos tudo, a própria Laura acompanha o irmão… Portanto, o balanço é sempre positivo. Agora, se estivesse nos planos ir, por exemplo, a Nova Iorque em breve, acho que, nesta fase, não iria com eles. Esperaria mais um tempo, dada a dimensão da própria cidade.
No fundo, acho que devem adaptar a vossa viagem e os vossos roteiros à vossa família e aos vossos filhos e havendo opção, levem-nos! Com o tempo, vai-se tornando cada vez mais fácil e simples. Até nas bagagens vêm progressos! 😊