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4 Contributos Para O Mês De Julho Sem Plástico

08.07.19 | Vera Dias Pinheiro

plastic free july

 

No passado dia 3 de julho assinalou-se o Dia Mundial Sem Sacos De Plástico, o que serviu de mote para o movimento “julho sem plástico”, ou seja, um movimento de alerta e consciencialização que propõe passar um mês inteiro sem usar plástico descartável.

 

Uma tarefa que pode parecer difícil, porém, pela minha experiência, passa um pouco pela nossa atitude e determinação. Foi preciso fazer algumas adaptações às rotinas de compras, sobretudo e uma capacidade de resistência e de dizer não de cada vez que nos tentam dar um saco de plástico numa compra.

 

Penso que consigo, sendo que a minha maior dificuldade era com as compras de frutas e legumes, pois num super ou hipermercado é difícil contornar os sacos transparentes. Por isso, passei a fazer todas as compras deste tipo no mercado mais próximo e levava sem quaisquer complexos os meus próprios sacos de pano, mesmo se pagasse mais uns cêntimos pelo peso dos mesmos.

 

Aliás, quando era o meu marido a ir sem mim, a senhora da banca dos legumes já avisa que a mulher (portanto, eu) não gostava de sacos de plásticos. Esta mudança era algo que, no início, incomodava um pouco a minha mãe e mesmo o meu marido, porque era diferente e supostamente podia aborrecer os comerciantes.

 

Entretanto, para que isto corresse mesmo bem passei a andar com um KIT de compras no carro, com vários sacos e sacolas que fosse preciso para qualquer ida ao supermercado de emergência. Sem isso, posso dizer que fazia recursos de tudo o que tinha à minha disposição: as mochilas da escola dos miúdos, a minha mala e as mãos!

 

Contudo, as novidades mais concretas e que, para mim, são realmente um passo importante no meu caminho sem plástico descartável foram outras e que coincidiram com a nossa mudança para Bruxelas, todo o processo de “destralhe” e mudança e também com o estilo de vida por aqui:

 

1.Tupperwares: caminho progressivo para passar para os recipientes de vidro, finalmente! Estamos resumidos a cinco ou sete tupperwares de plásticos e chega! Já comprei alguns de vidro, por necessidade, mas comprei igualmente as tampas em silicone que me permitem reutilizar muitos dos recipientes de vidro que já tenho para conservação.

2. Escovas de dentes em bambu para todos. Já tinha tentado fazer esta passagem, contudo achava que se degradavam muito rapidamente no copo com a humidade. Entretanto, em conversa sobre esse assunto aconselharam-me a usar um prato para colocar as escovas em vez do tradicional do copo e, de facto, resulta. Neste momento, já somos os quatro a usar estas escovas de dentes de bamboo.

3. Acabar com os garrafões e garrafas de água. Beber água engarrafada era algo a que estou habituada desde sempre. Nunca tive o hábito de beber água da torneira e tanto assim era que estranhava mesmo quando a água da torneira era boa para beber. Aqui em Bruxelas temos um “problema” com o excesso de calcário na água. É mesmo um grande problema, contudo, a zona em que moramos é melhor. Ainda assim estava a ser insustentável, com a quantidade de água que bebemos diariamente. Assim, outras das medidas que queríamos mesmo era passar à Brita, os jarros filtrantes para água. Cada filtro dura um mês, ao fim do qual deverá ser substituído por um novo – supostamente, o próprio jarro avisa-nos!

4. O supermercado que transformou a minha vida. Em Bruxelas, os produtos Bio e os supermercados Bio existem em grande oferta e tal como em Portugal, um pouco mais caros que os comuns. Contudo, descobri perto de nossa casa o supermercado The Barn com um conceito, diria eu, o ideal de supermercado numa era em que devemos repensar os nossos hábitos de vida.

No The Barn, tudo se vende a granel, desde frutas, legumes, cereais. No fundo, ali podemos fazer as compras de acordo com aquilo que deveria ser a base da nossa alimentação. Para além disso, não existe plástico, existem embalagens em papel, frascos de vidro. Todavia, o mais maravilhoso de tudo, é que podemos trazer tudo aquilo que é nosso, por exemplo, nos frascos de vidro tiramos a tara dos mesmo e, na caixa, esse valor é retirado. Estou muito maravilhada com este conceito, alimentos biológicos de produtos nacionais, a próprias lista dos legumes e das frutas de acordo com os meses do ano e, por incrível que pareça, no final, a conta não sobe astronomicamente!  

the barn bio market plastic free july

 

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Quando em tempos fiz um workshop de Zerowaste promovido pela Maria Granel senti-me complemente perdida e a achar que era completamente impossível chegar a um estado da nossa vida mais sustentável e amigo do ambiente. As transformações pareciam gigantes e começar esse processo parecia implicar alteração até na nossa carteira, o que é um pouco contraditório ao princípio deste estilo de vida. Mas talvez o bichinho tenha lá ficado, e ficou de certeza. Ficou o objectivo e, aos poucos, a verdade é que as mudanças, embora pequenas, foram acontecendo.  

 

A ideia é não deitar tudo o que temos fora e investir num estilo de vida novo. A ideia é caminhar aos poucos, com a consciência de que é facto importante mudar os nossos hábitos e padrões de consumo, de comportamento para com o meio ambiente e de alimentação. Isso é claro e são cada vez mais as provas que o mundo nos vai dando de que é preciso mudar comportamentos.  

Não podemos ficar à espera da mudança para apanharmos “o barco”, temos que ser nós os agentes da própria mudança.

 

E por aí? Que tipo de mudanças “mais sustentáveis” têm adoptado na vossa vida e na da vossa família?

 

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