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As viagens dos Vs

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25 de abril: a liberdade à birra!

25.04.19 | Vera Dias Pinheiro

25 de abril

 

Na verdade, o nosso feriado começou logo na véspera. Mais um dia cinzento desta primavera e com chuva, lembrei-me de ir com eles – imagine-se, programa mais urbano do que este – ao shopping – bom, fomos às amoreiras, o que não considero propriamente um Centro Comercial. Fizemos o normal que se faz com crianças: paramos em todas as atracções infantis, eu não entrei numa única loja de adulta e esperamos pelo pai para jantar “fora”.

Diria que o meu corpo estava a pedir um dia diferente da rotina normal e extenuante de todos os fins de dia. Dira que, na verdade, eu queria uma desculpa para fazer o menos possível – quem nunca, que atire a primeira pedra!

 

E hoje, embora seja um dia de trabalho para o pai, acaba por ser um dia que eles adoram. Passamos o 25 de abril no trabalho do pai. A Assembleia da República e a Casa do Primeiro Ministro abrem as portas a todos os cidadãos, dinamizando culturalmente os seus espaços e, sobretudo, integrando as crianças na importância do 25 de abril.

Há concertos, workshops, peça de teatro para as crianças e, claro, aquilo que mais curiosidade leva as pessoas até lá e ver o interior, estar onde o poder está e onde os acontecimentos políticos acontecem. E, no dia de hoje, isso é possível.

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revolução dos cravos

25 de abril

 

Eu cresci com a minha mãe a contar as histórias do 25 de abril, como tinha sido com o meu avô e foi na forma como ela retratava os acontecimentos que cresci a respeitar este dia e, à medida que fui amadurecendo, sentido vontade de o celebrar, mesmo sendo uma miúda nascida em 1983.

Há 45 anos deu-se uma revolução. E o que é uma revolução? É quando nos opomos a uma situação da qual não gostamos e acabamos com ela – era mais ou menos assim que, durante a peça de teatro desta tarde, se explicava às crianças o que era o 25 de abril e a Guerra do Ultramar. E esta revolução trouxe-nos o melhor que podemos ter: a nossa liberdade, o facto de podermos ser livres e de sermos iguais! As gerações mais novas podem não fazer a mais pequena ideia do que isto, mas saberá, sem dúvida, que viver desta forma é bom!

Sabemos que é bom podermos expressar as nossas opiniões, sermos respeitados por elas e ouvidos, podermos ouvir as músicas que queremos, podermos manifestar quando nos opomos a algo, e tudo resto.

 

No fundo, acho que ninguém, que tenha nascido após o 25 de abril de 1974, consegue imaginar como era viver numa ditadura. E o mesmo acontece com os meus filhos e com os vossos. Para eles, especialmente nas idades mais jovens, como as do Vicente e da Laura, tudo é liberdade, incluindo a liberdade à birra, à contestação e à oposição ao que os pais lhes dizem... ehehehe!

Temos, pois, que agradecer a quem se revolucionou e a quem nos devolveu a liberdade!

O dia de hoje é sempre um dia bom, tão bom que este foi o quinto ano que passamos o 25 de abril com o pai.

Boa noite!

 

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