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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

Parabéns, minha querida mãe!

Para a melhor mãe que podia ter tido.

24.11.20 | Vera Dias Pinheiro

perder uma mãe

 

Em primeiro lugar, queria dizer o quanto isto é tudo ainda muito novo – e, ao mesmo tempo, estranho - para mim. Falar da minha mãe sem a sua presença física junto de mim. As cartas que lhe escrevia, as mensagens e até os posts aqui no blog, agora assumem uma espécie de homenagem para alguém que jamais iremos esquecer e que marcou a nossa vida das coisas mais simples do dia-a-dia às mais grandiosas.

 

Hoje é o dia do seu aniversário, o primeiro que passamos nesta mistura de sentimentos angustiantes e numa luta interna para travar o impulso que existe em pegar no telefone para lhe falar. Nestes meses que se passaram desde que nos deixou fisicamente, aquilo que existe é um enorme vazio, um vazio que ainda não consegui perceber de que forma será preenchido. Olho para trás e é como se mesmo atrás de mim estivesse um abismo. A força física e mental para seguir em frente sem me deixar cair é sobre humana. Aposto que é divina, pois só assim conseguimos superar a perda de uma mãe.

 

Mas hoje é o seu dia e sempre será. O dia de uma mulher que se achava frágil, mas que era forte. Uma mulher que vivia atormentada com as perdas do seu passado, mas que transformou isso em amor e em cuidado comigo e com os netos. Uma mulher que tinha a força de um gigante, as suas mãos transformavam tudo: fatos para as festas da escola, para o carnaval, os arranjos que fazia em casa, a delicadeza com que cuidava da nossa roupa, as massagens que me fazia, as únicas que alivavam a minha má circulação, as mãos com que fazia festinhas e com que apertava a minha – andávamos muitas vezes de mãos dadas, é verdade, e sabem porquê? Porque eu gostava de sentir a força com que me agarrava, era uma espécie de porto seguro e de paz. Era a personificação de que não era preciso ter medo, porque, no final, tudo acabaria por correr sempre bem.

 

As suas mãos… algo que ficará para sempre na minha memória. Fortes e robustas, capazes de tudo. As mãos que herdei, que podem não ser as mais bonitas e delicadas para usar anéis, contudo, olho para elas e continuo a acreditar que não existem impossíveis e que a força que preciso para tudo na vida, eu tenho-a comigo. Pelo menos, é dessa forma que eu escrevo a tua/ nossa história. Porque no final, minha querida mãe, acabará por ficar tudo bem!

 

Não era um dia que gostasse de festejar, porém todos os aniversários que passou connosco, em nossa casa, foi “obrigada” a soprar as velas e a abrir um presente, ou não, pois isso não era o mais importante para ela. Porque cada dia podia ser o último – mesmo antes de sequer imaginar o que o cancro batesse à nossa porta.

 

Todavia, a lei da vida – se tudo correr bem – é que os nossos pais partam à nossa frente e, independentemente das circunstâncias, dos motivos ou da idade, quando nascemos é algo que vem registado no nosso ADN. Eu sabia que um dia tu seguirias o teu caminho numa outra dimensão e, nos últimos três/quatro anos, tudo o que me movia era isso. Viver-te, dar-te, ter-te, beber-te em todos os minutos que me fossem possíveis. Mas acima de tudo, os teus netos que, mesmo pequenos e com medo de te esquecer, viveram a sua avó com uma intensidade maravilhosa. Cada um à sua maneira, tem a sua avó vincada na personalidade, nos hábitos, nos gostos e até na maneira de fazer as coisas mais banais.

 

Foi pouco, mas foi abundante. Foi pouco, mas foi rico. Foi pouco, mas foi em amor. Foi pouco, mas foi sem palavras por dizer, gestos por fazer ou momentos por viver. Tivemos tudo, querida mãe, nós tivemos-te a ti e tu a nós. E hoje o céu e a terra estão em festa, uma festa em tua honra, querida mãe. A sorte de quem te recebeu aí e eu, embora triste, frágil e incompleta, escolhi a aceitar a tua partida. E se no meu dia-a-dia não choro mais é porque estou em paz comigo e connosco.

 

Tivemos tudo! Eu disse-te tudo, abracei-te sempre que foi possível, dei-te carinho até ao último dia, o dia em que voltei a sussurrar o quanto te amo, um amor intemporal, que vive em mim todos os dias, tal como tu!

 

como é perder a nossa mãe

 

Muitos parabéns, minha querida mãe! Será sempre um orgulho ser a tua filha casula.

 

Amo-te!

 

 

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Como a pandemia afecta as crianças e como as podemos ajudar?

Dicas Para Gerir A Pandemia Junto Das Crianças

18.11.20 | Vera Dias Pinheiro

o efeito da pandemia nas crianças e como ajudar

 

 

Em relação às crianças, o impacto real desta pandemia  é um pouco mais dificil de avaliar. É certo que o porte de máscaras dificulta as interações socias, sobretudo em bébes e crianças pequenas, que ainda possuem uma utilizaçao limitada da linguagem e baseiam grandemente a sua comunicaçao nas expressões faciais e linguagem corporal. Da mesma maneira, os contactos sociais restritos podem representar um empobrecimento do mundo social da criança  e do adolescente, numa idade em que os pares representam um elemento central na construção da identidade, na socialização e no desenvolvimento da autonomia e da empatia.

 

É preciso lembrar que, pela primeira vez, estamos a viver num mundo em que, de uma forma massiva,  « o outro » - mesmo quando esse outro costumava ser alguém próximo – é visto como potencialmente perigoso e em que nós (incluindo as crianças) também podemos ser considerados como uma ameaça para e por aqueles a quem queremos bem. Isto é altamente destabilizador para uma criança que precisa de se sentir segura para ter a confiança, a força e a vontade de partir à descoberta do mundo que a rodeia.

 

É então normal e esperado que as crianças possam ter reacções de stress, medo e incompreensão similares às expressas pelos adultos. Sobretudo quando elas assistem às mesmas mudanças drásticas de contexto que os mais velhos e que elas sao espectadores (muitas vezes de primeira linha) do stress e da incompreensão dos pais.

 

Assim, vamos assistir a crianças que se mostram mais inibidas face aos « estranhos », que podem apresentar medos, dificuldades de comportamento ou mesmo períodos de oposição mais acentudados. Enquanto pais, devemos sobretudo estar atentos a tudo o que sejam mudanças importantes de comportamento que podem ser um sinal indicador de stress da criança : alterações do comportamento, do humor, do sono, da alimentação… Agressividade, medos, comportamentos ritualizados, regressão no que diz respeito a competências ja adquiridas anteriormente como, por exemplo, utilizaçao da chupeta/chuchar no dedo quando este comportamento ja tinha cessado ou os « acidentes » nocturnos.

 

Assim, é importante ajudar a criança a nomear e expressar as suas emoções e acompanhá-la, validando a sua experiência emocional. Enquanto pais, podemos não só exprimir e partilhar as nossas próprias emoções, medos e angústias com os nossos filhos (de forma apropriada e com uma linguagem adaptada à idade da criança !) mas também servir de modelos para a regulação emocional, mostrando exemplos de como gerimos situações e sentimentos desagradáveis.

 

E sim, na maioria das vezes, e mesmo quando o tentamos esconder, os nossos filhos percebem que não estamos bem. Mais vale então falar, nomear e explicar à criança que uma reacção de medo face a uma situação nova e desconhecida é uma resposta normal, esperada e que tem uma função adaptativa.

 

 Algumas pistas para gerir a situação com crianças :

 

  • A primeira coisa a fazer quando se quer abordar um assunto delicado com uma criança é tentar perceber o que é que ela já sabe sobre o assunto!

É muito fácil projectarmos os nossos próprios medos e preocupações numa criança. Perguntar e, sobretudo, ouvir atentivamente as respostas que ela nos dá, é essencial para responder da melhor maneira possivel e não alarmar mais do que é preciso.

 

  • Da mesma maneira, não devemos minimizar as reacções de medo e de insegurança de uma criança.

Devemos validar ao máximo os seus sentimentos, mesmo que eles não correspondam aos nossos. Validar não significa concordar mas sim dizer-lhe que ela tem o direito de sentir o que está a sentir.

 

  • Utilizar sempre uma linguagem adaptada à idade e capacidade de compreensão da criança.

 

  • Enquadrar e falar de um eventual confinamento ou fecho das escolas como medidas positivas e de protecção facilita a aceitação destas mudanças pela criança.

Utilize um discurso de esperança e de optimismo realista, mas sem fazer falsas promessas. As crianças sabem que não temos todas as respostas. Elas não estão à espera que lhes demos certezas, tudo o que elas querem é, como nós adultos, ser ouvidas e compreendidas.

 

  • Criar novos rituais em família em que salientamos o positivo.

Insistir nas rotinas (flexiveis!) e na recriação de uma vida tao normal quanto possível.

 

  • Quando as coisas se tornarem mais complicadas utilise o humor, a imaginação, exemplos tirados de filmes ou livros que a criança aprecie. Desdramatize!

Adapte sempre estas e outras sugestões à personalidade e forma de funcionar dos seus filhos e, em caso de dúvida, não hesite a contactar o seu pediatra ou um psicólogo para pedir conselho. Para as crianças como para os adultos, quanto mais precoce for a intervenção, maior será a probabilidade que ela seja eficaz e implementada com sucesso.

 

 

psicologa andreia santos, o efeito da pandemia nas crianças

 

Sobre a Dra. Andreia Santos...

É psicóloga clínica e psicoterapeuta, especializada no acompanhamento de crianças e jovens, assim como, em terapia familiar. É formadora no campo da educação positiva, organizando com frequência ateliers para grupos de crianças. nos quais são trabalhadas competências sociais, a empatia, a auto-estima e onde se aprendem técnicas de regulação emocional.

É uma apaixonada pela psicologia positiva e pelo potencial humano e, acredita mesmo, na importância da promoção da saúde mental desde a mais pequena infância. Neste momento, tem o seu consultório próprio - L'Officine des Petits Bonheurs - onde recebe crianças, jovens, adultos e famílias, em Montgomey (Bruxelas). Paralelamente, e para chegar ainda mais longe, propõe sessões online.

CONTACTOS -- FACEBOOK -- INSTAGRAM

 

 

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Um novo recomeço. Mais um, dos vários a que 2020 já nos obrigou!

(Mais Um) Recomeço De Ano Lectivo Em 2020

16.11.20 | Vera Dias Pinheiro

o ensino à distância na pandemia

 

 

Chegaram ao fim três longas semanas de férias e de escola à distância. E por mais que a situação da pandemia já se arraste a vários (longos) meses, a verdade é que o nosso organismo ainda não assimilou com naturalidade as sucessivas alterações que a nossa vida enfrenta.

 

Nas últimas semanas tem sido difícil para mim manter sempre o ritmo e entusiasmo. Quando as coisas encarrilam no sentido certo, surge uma nova alteração abrupta e eu levo o meu tempo a assimilar tudo. O facto de ter deixado de me exercitar com tanta regularidade e o sono desregulado são a prova disso mesmo.

 

E por maior que seja o esforço para que os dias decorram da mesma forma, é tudo feito com muito mais esforço, olhar para o que não pode mesmo falhar e concentrar-me apenas nisso. Neste caso, o que não pode falhar é a minha responsabilidade com as crianças, nomeadamente as refeições, a roupa lavada, alguns passeios ao ar livre e, claro, a escola.

 

E assim foi, talvez seja sempre numa escola maior, porque eu não tenho horários de trabalho, porque é uma rotina periclitante, porque é fácil deixar para depois. E, depois, se eu não me ocupar destas duas crianças nestas circunstâncias tão particulares, o que será deles?

 

Hoje voltaram à escola, ambos, felizes, muito felizes, ainda que estar em casa seja um oásis. Regressaram com as escolas em código vermelho, o que quer dizer que as cantinas não estão a funcionar e que as refeições são feitas na sala, que vai existir obrigatoriedade de usar máscaras, neste caso para o Vicente, em certas circunstâncias, nomeadamente nas aulas de língua 2, em que várias turmas de várias secções linguísticas se misturam e ele sai da sua “bolha” e em que a desinfecção das mãos vai ser mais rígida e mais frequente – algo que nunca devia ter deixado de ser assim, uma vez que está mais do que provado que é fundamental para prevenir o contágio. 

 

Ficou ainda bem claro que existe uma forte probabilidade de haver novamente ensino à distância alguns dias (semanas?!) mais perto das férias do natal. Uma quadra que ainda é uma incógnita para nós. Não sabemos que iremos a Portugal ou se será possível receber cá a minha irmã e a sua família.

 

Cresce dentro de mim a esperança com a vacina, logo eu que era tão céptica em relação a isso. Porém, parece que vivemos numa bola de neve que não acaba, apenas há momento em que fica menor para logo a seguir voltar a aumentar. Sem um tratamento minimamente eficaz, ainda que sem garantias de imunidade a 100% parece-me difícil esperar pela normalidade.

 

Resta-nos apenas abraçar com carinho e amor todos os nossos estados de alma e, por vezes, o não exigir de mim mais do que o meu cérebro permite é a melhor solução. E o espelho disso foi, por exemplo, este fim-de-semana. Aproveitando o tempo cinzento, com frio e chuva, dormi muito, vi muitos filmes de natal na Netflix, ouvi os meus filhos a brincar perto de mim, mas também a gritar e a implicar muito um com o outro, tomei um banho que lavou até a alma, com todos os mimos que merecemos (eu e vocês), fiz scones e um bolo de canela, deixei a roupa toda lavada e as refeições da semana preparadas. Não estive nas redes sociais, não criei conteúdo para mim e não consumi nenhum conteúdo de vidas alheias para que os pensamentos de auto-crítica ou de comparação não viessem contaminar este meu estado de auto-respeito comigo mesma.

 

Hoje o despertador voltou a tocar à hora do costume, do nosso normal, às 6h30, e depois de uma boa noite de sono, pareceu tudo fácil e agradável. Sem discussões matinais ou atrasos e com as mochilas e as lancheiras de novo junto à porta de casa.

 

E foi assim mais um recomeço, dos milhares que 2020 já teve. Resta-me agora desejar que seja uma boa semana para mim e para vocês.

 

 

Com carinho,

Vera

 

 

 

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Como conseguir combater o cansaço da pandemia?

A SEGUIR AO MEDO, O CANSAÇO. COMO PROTEGER A SUA SAÚDE MENTAL?

11.11.20 | Vera Dias Pinheiro

cansaço da pandemia.png

 

 

Em primeiro lugar, gostaria de salientar que de facto estamos, enquanto população mundial, a viver uma situação de stress colectivo sem precedentes na história da humanidade. Stress que dura há meses e que tem tido um enorme impacto na saúde mental de todos, dos mais pequenos, aos adultos e idosos. 

 

O ser humano não está preparado para ser confrontado com situações de stress agudo prolongado e o contexto de isolamento e incerteza sobre o futuro tem vindo a agravar a nossa saúde mental. Sensações como uma fatiga extrema, dificuldades de concentração, desinvestimento no trabalho, isolamento, problemas de sono, desregulação do apetite, humor mais deprimido, irritabilidade e labilidade emocional são reacções normais, esperadas e mesmo, em alguns casos, consideradas como adaptativas face a uma situação desconhecida. O nosso cérebro e corpo tentam desesperadamente adaptar-se a circunstâncias, que mudam quase diariamente, e tentam, da melhor maneira possível, fazer sentido face a uma situação que, em tantos aspectos, parece saída de um filme de ficção scientífica.

 

Como é que podemos então tentar navegar da melhor forma possível esta montanha russa de emoções e de eventos que nao controlamos ?

 

 

  •  Podemos identificar, nomear e validar a emoção que estamos a experienciar no momento presente. Tentar perceber os seus efeitos no nosso corpo, “observá-la” e lembrarmo-nos que as emoções são como vagas que vêm e passam por nós e que, por muito intensas que nos pareçam, elas vão sempre passar. Podemos, se conseguirmos, tentar igualmente identificar o porquê de ressentirmos cada emoção, que mensagem ela nos quer transmitir, a que necessidade (física e ou psicológica não estamos a prestar atenção). As emoções são antes de tudo, mecanismos fisiológicos de sobrevivência que actuam para nos proteger e assegurar o nosso bem-estar.

 

  • Devemos, mesmo quando confinados ou em quarentena, exercitar o nosso corpo. A ciência diz-nos que, em determinadas circunstâncias, a prática de exercício físico pode ser tão eficaz como a toma de um antidepressivo. Mesmo uma caminhada de 15 minutos ou dançar na sala ao som da vossa música favorita, podem fazer a diferença.

 

  • Procure rir e sorrir o mais possível.  O humor é uma estratégia associada à capacidade de resiliência e que tem um efeito positivo sobre as hormonas do stress. Assista a uma boa comédia, oiça um podcast humorístico, faça uma luta de cócegas e almofadas com os seus filhos. Todas as desculpas são boas para introduzir uma dose de riso na sua vida.

 

  • Focalize-se o mais possível no momento presente. Quando divagamos e nos perdemos nos nossos pensamentos, temos tendência a reviver situações stressantes do passado ou a antecipar eventos negativos do futuro. Procurarmos estar concentrados na tarefa que estamos a executar e no que estamos a sentir traz, muitas vezes, um sentimento de calma e de conexão que aumenta o nosso bem-estar.

 

  • Lembre-se de que tudo na vida é temporário e que esta situação e o sofrimento que ela pode estar a proporcionar, também o são. Mesmo se neste momento tudo parece negro e sem saída, o ser humano tem uma capacidade inata de adaptaçao e de resiliência que vão fazer com que possamos ver dias melhores. A isto chamamos optimismo realista.

 

  • Devemos manter rotinas flexíveis mas estruturadas: acordar à mesma hora, fazer desporto, descansar e ter actividades de lazer, vestir-se como se fosse sair para ir trabalhar… As rotinas reduzem a ansiedade e ajudam-nos a estruturar o tempo.

 

  • Dentro dos possíveis, esforce-se por manter os laços sociais. No entanto, procure sempre apostar na qualidade dessas relações e privilegiar as pessoas e conversas que lhe fazem bem e nas quais se sente ser autêntico(a).

 

  • Invista na auto-compaixão e no auto-cuidado. Às vezes não vamos conseguir sorrir, vamos passar o dia no sofá a comer chocolate e a sonhar com dias melhores. E não faz mal! As emoções desagradáveis também são importantes de ser vividas e constituem uma resposta normal nesta situação de angústia e incerteza sobre o dia de amanhã. Não se culpabilize! Aproveite, em vez disso, para fazer coisas que o/a reconfortem e que lhe façam bem. Melhores dias virão! E se estas emoções se tornarem recorrentes e permanentes, não hesite em pedir ajuda especializada de um profissional de saúde mental.

 

  • Caso sinta que as preocupações o/a invadem, fixe um horário na sua rotina diária e conceda 10 minutos para deixar livre curso aos pensamentos mais catastróficos. Assim, e de cada vez que um desses pensamentos aparecer durante o dia ( e fora do horário escolhido) relembre-se com gentileza que não é o momento certo para ceder a preocupações. Pode até anotar numa folha de papel o que lhe veio à cabeça, porém só poderá dar-lhe atenção na hora marcada !

 

  • Cultive à sua volta um ambiente bonito, sereno e positivo, que lhe dê energia e vontade para enfrentar o dia.

 

  • Se trabalhar a partir de casa, tenha atenção para manter o espaço profissional e a vida pessoal bem separadas. Estabeleça os seus limites e não hesite em dizer « não » sempre que for necessário. Reserve um tempo só para si.

 

  • Focalize-se nas coisas boas. Exercícios, como por exemplo, as três bençãos/três coisas boas do seu dia ou escrever uma mensagem de gratidão a um próximo podem ter um impacto importante no seu humor e no seu bem-estar.

 

  • Identifique as suas forças e procure utilizá-las ao máximo nas suas tarefas quotidianas. Assim essas tarefas vão requerer menos esforço para serem executadas e o seu bom humor e aumento de energia serão o resultado.

 

  • Faça planos e projetos para o futuro. Não tenha medo de sonhar e desenhar um plano de acção para concretizar os seus objectivos. Se esta ideia for geradora de stress, pegue nos seus antigos albums de fotografias e deixe-se levar durante uns minutos (ou umas horas) numa viagem pelas boas memórias.

 

 

 

         

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Sobre a Dra. Andreia Santos...

É psicóloga clínica e psicoterapeuta, especializada no acompanhamento de crianças e jovens, assim como, em terapia familiar. É formadora no campo da educação positiva, organizando com frequência ateliers para grupos de crianças. nos quais são trabalhadas competências sociais, a empatia, a auto-estima e onde se aprendem técnicas de regulação emocional.

É uma apaixonada pela psicologia positiva e pelo potencial humano e, acredita mesmo, na importância da promoção da saúde mental desde a mais pequena infância. Neste momento, tem o seu consultório próprio - L'Officine des Petits Bonheurs - onde recebe crianças, jovens, adultos e famílias, em Montgomey (Bruxelas). Paralelamente, e para chegar ainda mais longe, propõe sessões online.

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Recuperação pós-parto: dicas para se manter saudável depois da gravidez

10 Dicas Para Uma Recuperação Pós-Parto Com Saúde

04.11.20 | Vera Dias Pinheiro

Recuperação pós-parto: dicas para se manter saudável depois da gravidez

 

 

Depois do nascimento de um bebé, e com as rotinas a adaptarem-se a este novo membro da família, é importante que a nova mamã comece o seu processo de recuperação pós-parto.

 

Contudo, quando é que é seguro voltar a exercitar e que regras alimentares são fulcrais para uma nova mãe? Neste artigo procuramos ajudar a divulgar as melhores práticas de recuperação pós-parto. Como ponto de partida salientamos que a saúde da mãe nunca pode ser colocada em segundo plano e a ajuda de profissionais para recuperar a forma, como por exemplo personal trainers, se poderá revelar uma mais valia.

 

Ora fiquem com algumas dicas:

 

PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA

 

Recuperação pós-parto: dicas para se manter saudável depois da gravidez

 

 

Depois do nascimento do bebé, uma alimentação cuidada e que tenha em conta a potencial amamentação não é suficiente. É importante que o corpo receba ajuda para recuperar das transformações resultantes da gravidez.

 

Tendo em conta a radical mudança na vida de novos pais, é importante organizar o tempo de forma a permitir a recuperação pós-parto. Apesar de por vezes ser esquecido, as primeiras semanas a seguir do parto são fulcrais para esta recuperação.

 

É necessário criar tempo para pequenos exercícios que impedem problemas de saúde. Preferencialmente, deverá ter profissionais a acompanhá-la e aconselhá-la desde o parto. Esta introdução do exercício físico deve ser sempre gradual após o parto, começando nas 4 semanas após o nascimento do bebé, dependendo de cada caso.

 

EXERCITAR A ZONA ABDOMINAL E PÉLVICA

 

Muito se pode dizer acerca dos diversos exercícios que ajudam na recuperação pós-parto. A zona abdominal é fulcral pois em sequência do parto ocorre frequentemente o processo de diástase abdominal, o qual corresponde ao afastamento dos músculos abdominais do centro. Este é um processo que decorre durante a gravidez, para permitir o aumento de espaço na cavidade abdominal enquanto o bebé está a crescer.

 

Pós-parto, poderá ser perigoso para os órgãos internos desta região continuar nesta situação de diástase abdominal. Por isso, é importante investir em exercícios que permitam recuperar a forma abdominal.

 

Outra parte do corpo a colocar em primeira plano é a zona pélvica, que esforçada e agredida durante a gravidez e parto precisará de ser reativada no processo de recuperação pós-parto com recurso a exercícios de fortalecimento muscular do pavimento pélvico.

 

Obter uma parede abdominal mais definida é por isso essencial e por isso o treino abdominal é imprescindível para que esta região recupere e se mantenha funcional.

 

BEBER MUITA ÁGUA É VITAL PARA A RECUPERAÇÃO PÓS-PARTO

 

Mencionamos os exercícios fulcrais para a recuperação pós-parto, pensamos sobre como tornar a  alimentação saudável e adequada, mas é também importante não descurar os cuidados mais essenciais.

 

Durante a gravidez é preciso ingerir mais água e pós-parto, com a continuação do processo de lactação, torna-se imperativo aumentar o consumo de água para bem da mãe e do bebé.

 

A água não só é essencial para o bom funcionamento do intestino, situado na cavidade abdominal que procuramos recuperar com alguma urgência, como também é importante para manter a mãe hidratada e produzir leite viável.

 

 

 

ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA E NADA DE DIETAS

 

Recuperação pós-parto: dicas para se manter saudável depois da gravidez

 

 

Chegamos então às sugestões alimentares a ter em conta no decurso de uma recuperação pós-parto. Desde logo é importante que a reeducação alimentar seja auxiliada, se possível, por um ou uma profissional nutricionista capaz de ajudar a tomar as melhores decisões no campo alimentar e definir um regime adequado a cada mãe.

 

A fase de amamentação e pós-parto, embora deva obedecer a diversas regras e cuidados, não é adequada para grandes dietas. Por um lado têm um forte efeito psicológico numa recuperação pós-parto que inclui o normal aumento de peso e possíveis consequências como dismorfia corporal ou depressão pós-parto.

 

Esta é uma fase de adaptação, na qual a alimentação se reflete no leite materno. Por isso, todas as decisões alimentares devem pautar-se pela moderação.

 

DIETA PÓS-PARTO E A IMPORTÂNCIA DE COMER MENOS COMIDA PROCESSADA

 

No processo de recuperação pós-parto é importante voltar a equilibrar os valores hormonais. A falta de sono resulta frequentemente em altos níveis de cortisol, a hormona do stress.

 

É importante escolher uma dieta que ajude a controlar os padrões de sono. Por exemplo, a ingestão de algumas proteínas combinadas com doses controladas de carboidratos irá ajudar a prevenir a subida dos açúcares no sangue e danos provocados no pâncreas.

 

Adicionalmente, nesta altura de lactação é importante escolher alimentos com menos gordura, menos elementos processados e pré-embalados. Escolha antes alimentos ricos em proteína, fibra, antioxidantes. Complemente estes nutrientes com suplementos de vitaminas adequadas para esta fase de recuperação pós-parto.

 

ALIMENTOS COM ELEVADA CONCENTRAÇÃO DE ÓMEGA-3

 

A Ómega 3 ajuda a controlar, de acordo com diversos estudos, os sintomas frequentemente comuns na depressão pós-parto. Por outro lado, é também um potencial complemento ao desenvolvimento da função visual e cognitiva da criança.

 

Por isso, durante a fase de recuperação pós-parto, uma alimentação saudável irá compreender alimentos ricos em ómega 3 tais como peixes gordos ou nozes. A ingestão do nutriente faz-se preferencialmente através de alimentos e não apenas de suplementos vitamínicos.

 

DIETA DE RECUPERAÇÃO PÓS-PARTO REPLETA DE FRUTA, VEGETAIS E PROTEÍNAS

 

É quase auto-explicativo mas evidentemente é importante privilegiar uma dieta variada, rica em fruta e vegetais, bagas e alguns derivados animais lácteos.

 

Alguns destes alimentos irão responder às necessidades crescentes de ingestão de proteínas, como por exemplo o leite, queijo, iogurtes, feijões e a carne em doses moderadas e preferencialmente brancas e magras.

 

A comida rica em proteínas irá, como já referido, ajudar a fortalecer o corpo depois do parto. Para o caso de mães adolescentes ou muito magras antes da gravidez, é importante ingerir ainda mais proteínas.

 

COMO RESTABELECER O EQUILÍBRIO HORMONAL NA RECUPERAÇÃO PÓS-PARTO?

 

Para uma alimentação saudável durante este período de recuperação é ainda importante comer pequenas refeições leves, divididas em intervalos regulares e não muito espaçados para ajudar a produção de hormonas e reduzir a probabilidade de sofrer quebras de açúcar no sangue.

 

Aconselha-se também a ingestão de alimentos que contenham estrogénio vegetal, para ajudar a equilibrar as hormonas femininas. Entre estes alimentos contam-se a soja, grão, tofu, lentilhas ou rebentos de fejão. 

 

HIDRATOS DE CARBONO APROPRIADOS

 

Ao invés de proibir totalmente a ingestão de hidratos de carbono, é incentivada uma alimentação que contenha hidratos de libertação lenta, os quais permitem manter níveis de energia elevados durante mais tempo.

 

Uma boa sugestão será ingerir arroz e massa nas suas versões integrais. Estes irão potenciar uma sensação de saciedade mais prolongada.

 

ALIMENTOS A EVITAR NA RECUPERAÇÃO PÓS-PARTO

 

Se certos alimentos como proteínas são essenciais para a recuperação, outros deverão ser evitados a todo o custo. Entre estes destaque para todo o tipo de álcool, prejudicial para o leite materno e como consequência nocivo para o desenvolvimento da criança.

 

Deve também ser evitada a cafeína e peixes como peixe-espada ou cavala, os quais são ricos em mercúrio, mineral que poderá prejudicar o desenvolvimento cerebral do bebé. Caso decida comer atum, é importante limitar o consumo de atum enlatado e escolher uma opção mais leve.

 

 

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*Este artigo é uma parceria com a Zaask.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Outubro: Halloween & Natureza | o melhor do nosso mês

Duas Sugestões, Ao Ar Livre, Que Vale A Pena Visitar Em Bruxelas

02.11.20 | Vera Dias Pinheiro

Despedimo-nos do mês de outubro da melhor maneira, junto da natureza, num dos parques mais bonitos: Forest de Soignes. Nestes tempos conturbados, de uma certa inquietude e indefinição, escapar-me para junto da natureza tem me ajudado a manter os pés no chão.

 

Depois de um mês de setembro muito perto daquilo que era a nossa vida normal, outubro foi já vivido com apreensão e, por isso, os programas foram muito menos e a dar privilégio ao ar livre. Na verdade, a minha principal preocupação neste momento é manter as crianças afastadas de qualquer sentimento negativo, nomeadamente de medo. Sem grandes explicações sobre as constantes alterações às suas rotinas, mantemos uma rotina que, para eles, é bastante normal e feliz.

 

E, para isso, reinventar as saídas tem sido o plano A e, acreditem, que temos conseguido retirar muitas coisas boas de tudo isto. Para além disso, tentamos manter ao máximo as tradições desta altura do ano, aproveitar a nossa casa, à qual todos nós damos tanto valor nesta altura do ano, focar no que é verdadeiramente essencial e desprender das rotinas a que nos habituamos para tudo, até sobre a forma como aproveitávamos o nosso tempo de lazer.

 

LA POTIRONNERIE

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Uma pequena quinta de produção própria de legumes e flores biológicos e zero desperdício. Nesta altura do ano, uma espécie de “edição especial” de exposição e venda unicamente de abóboras.

O seu lema: viver uma vida melhor e mais próxima da natureza.

 

 

 

Visitar La Potironnerie foi como viajar até aquelas imagens que vemos nos filmes americanos. Sabem?  

Encontramos tantas abóboras de tantos tamanhos e formatos que, naturalmente, não saímos de lá de mãos a abanar. Os miúdos escolheram algumas para decorar a casa e para fazer a nossa primeira abóbora para o Halloween.

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FOREST DE SOIGNES

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Uma floresta com mais 4 000 hectares, localizada a sudoeste de Bruxelas. Ideal para quem quer evadir-se na natureza, abstrair-se da realidade e sentir aquela conexão com o que realmente importa na vida.

Sozinho ou em família, para os jovens ou menos jovens, de bicicleta ou a pé, a Forest de Soignes adapta-se a qualquer um. E no outono é impossível ficar indiferente às cores das árvores e da vegetação, mas sem esquecer a procura pelos cogumelos que nascem por todo o lado, todos diferentes e tão perfeitos.

 

 

É a natureza a lembrar-nos que está tudo bem, que o mais importante é lembrar onde pertencemos e que, para isso, é importante preservar ao máximo o nosso planeta. Respirar ar puro, olhar a altura das árvores e perceber o quão pequenos somos.

 

 

Segundo a minha amiga Sofia, que é fotografa, o local perfeito para uma sessão fotográfica. Fica a dica! 😊

 

Foi o mês marcado pelo anúncio do segundo confinamento deste ano, na Bélgica. E contra todo aquilo que era esperado em termos de reacções, confesso que foi um alívio. Sair de casa com medo ou ter medo pelos nossos filhos, penso que seja o pior que pode acontecer nestas alturas de pandemia. O medo atrai a doença e baixa a nossa guarda.

 

Agora aguardamos com a serenidade possível que estas novas medidas, mais duras, produzam os efeitos desejados a tempo de celebrar um natal diferente, mas normal ao mesmo tempo.

 

Com carinho,

Vera

 

 

 

 

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