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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

E se a quarentena fosse um vinho? Qual seria?

Um olhar sob a quarentena diferente: os sabores e odores do vinho!

29.04.20 | Vera Dias Pinheiro

E se a quarentena fosse um vinho_.png

 

 

Foi este o desafio que lancei à Lígia Santos, Directora Geral da Caminhos Cruzados, uma empresa familiar de produção de vinho da Região do Dão. Nós tivemos o prazer de conhecer pessoal esta quinta, muito moderna para o conceito a que talvez as empresas e quintas assentes neste ramo de negócio nos habituou.

 

Se tiverem curiosidade para saber mais sobre a Caminhos Cruzados e a nossa visita até la, convido-vos a ler este post: ,Felizes por nos termos cruzado com a Caminhos Cruzados.

 

Na altura, ficou a admiração por saber que a responsável pela Caminhos Cruzados era uma mulher jovem como eu e pela capacidade que teve em reinventar a imagem e a trazer um pouco de modernidade ao vinho e a todo o negócio envolvente.

Por esse motivo, sigo com afeição a sua página no Instagram, vou mantendo-me a par das novidades, o que também me permite manter o contacto.

 

Ora quando esta pandemia da COVD-19 surge e fomos todos obrigados a ficar em casa, uma parte dos negócios afectados foram, sem dúvida, o da produção de vinho e tem sido interessante acompanhar as alterações e adaptações que muitas empresas, marcas e negócios têm conseguido fazer mesmo quando tal parece impossível.

Contudo, esta ideia de descrever esta quarentena num vinho foi fruto do próprio contexto. Está provado que o consumo de álcool, e de vinho em particular, aumentou durante a quarentena. E a questão que se impõe é: terá alguém ainda resistido aquele copo de vinho simplesmente porque precisa de relaxar ou porque passamos a saborear as refeições e os momentos à mesa de uma forma mais especial e… sem a pressa a que estávamos habituados.

 

Nesse sentido, porque não convidar alguém especialista no assunto para nos descrever esta quarentena através do vinho, dos odores e sabores. Para além disso, a Lígia é uma mulher como nós. É mãe de um menino com um ano e meio, vive a quarentena tal como nós e tem o seu negócio próprio a sofrer com as consequências directas e indirectas da pandemia. Tem igualmente saudades da família e dos amigos e partilha das mesmas preocupações e receios de todos nós.

Posto isto, obrigada Lígia por ainda teres tido tempo e dedicação para alinhares nesta minha ideia.

 

  1. Como é que adaptaste a tua/vossa vida à quarentena?

LS: A nossa vida mudou drasticamente quer profissionalmente quer pessoalmente. Profissionalmente nós somos produtores de vinho, os nossos clientes são a restauração, são as garrafeiras que, como sabem, encerraram todas quando foi implementado o estado de emergência.

E, portanto, de repente, nós vimo-nos privados de contactar e de vender os nossos produtos aos nossos clientes e tivemos, em muito pouco tempo, que nos reinventar e que encontrar novas formas de chegar ao nosso consumidor final e de manter a empresa a trabalhar. E isso tem sido um grande desafio.

Pessoalmente, nós somos uma família um bocadinho nómada, andamos sempre às voltas. Porque nós moramos em Nelas, aqui no Dão, mas acabamos por andar sempre muito para trás e para a frente para visitar os meus sogros ou para visitar meus pais. E de repente, vimo-nos, durante cinco ou seis semanas que já vamos nisto, no mesmo sítio e isso para nós é uma novidade. No início foi um bocadinho estranho até mesmo para o meu filho (…).

vinhos portugueses do Dão

 

  1. Quais as maiores dificuldades que tens enfrentado durante a quarentena?

LS: É muito complicado para nós, enquanto empresa, esta barreira que nos é imposta de chegar aos nossos clientes e nós todos os dias lidamos com essa dificuldade. A par dessa dificuldade dos clientes, temos os fornecedores. Muitos deles ou estão com serviço mais limitado ou estão fechados. Portanto, lidamos com essas pedras na engrenagem.

Em termos familiares, nos somos uma família um bocadinho grande e estamos habituados a estar muito juntos. E, de repente, estamos reduzidos ao nosso núcleo, nós os três, e isso é um bocadinho difícil. Sentimos saudades das outras pessoas.

 

  1. O que tinhas planeado fazer durante a quarentena e ainda não fizeste?

LS: Muita coisa, porque inicialmente quando nós percebemos da dimensão disto, de repente, achamos que íamos ter uma bolsa de tempo para fazer uma data de coisas que nunca tínhamos feito: yoga, meditação, jardinagem, pão. E eu não consegui fazer nada disso ainda. Em parte, eu nunca fui boa na cozinha, portanto pão nunca seria uma opção. E, de resto, porque eu tenho um filho pequeno em casa, de um ano e meio, meditação e por aí a fora ainda não aconteceram.

 

  1. Entreter um filho em casa: truques, dicas ou… liberdade total?

LS: A nossa situação é um bocadinho diferente. Nós somos agricultores, nós vivemos numa quinta com alguns animais e a melhor maneira de deixá-lo entretido, dele estar bem e feliz, é soltá-lo.

Então, nós fazemos muito isso. Andamos no campo a ver os animais, a ver as flores, a mexer na terra. Então, não existe propriamente um plano (…).

 

 

 

  1. Qual o vinho que melhor acompanha a quarentena e porquê?

LS: (…) O vinho, neste momento, ou as refeições à mesa, acabam por representar um momento de laser que antigamente nos tínhamos com os amigos, nos restaurantes e agora temos dentro de casa, à nossa mesa. Então, acabamos por investir um bocadinho mais nesse momento e até sermos um bocadinho mais ousados naquilo que fazemos, que comemos e que bebemos.

O vinho que melhor acompanha a quarentena é um cliché, mas é verdade, é aquele que nos sabe melhor, que nós mais gostamos. No meu caso, eu tenho feito um esforço por provar muitos vinhos. Tenho provados muitos vinhos diferentes, de várias regiões e até de vários países. Portanto, não tenho assim um eleito.

Mas, nesta altura, aquele que tenho provado mais vezes, até porque estamos a lançá-lo, é este Caminho Cruzados Alfrocheiro, é uma casta aqui da região do Dão. E tem-me sabido lindamente até porque é um vinho de 2016, tem quatro anos. Tem sido muito interessante perceber como evoluiu até agora, como se está a comportar na garrafa. É um vinho complexo e isso também me agrada porque eu consigo ficar muito tempo a namorá-lo no nariz, depois na boca. Enfim, ocupa-me ali algum tempo e isso agrada-me (…).

vinhos portugueses do Dão

 

  1. Qual o vinho que melhor poderá contribuir para ajudar a mãe a relaxar durante a quarentena?

LS: Há uns dias atrás, a Vera perguntava-me qual era o meu momento para beber vinho, e é assim que deito o meu filho (risos).  E é um bocado verdade, eu deito-o e já estou a ouvir o meu marido a abrir a garrafa.

Há um vinho que eu adoro, que foi uma parceria que eu fiz há um tempo com a Isabel Saldanha que é o Filhas da Mãe e eu acho que é o vinho perfeito para uma mãe relaxar.  Nós chegamos ao fim do dia estourados e mesmo com vontade de desligar um bocadinho da loucura do dia-a-dia.

E um vinho tinto de 2017, é um vinho assim intenso e aconchegante. Gosto muito!

 

  1. Que aromas ajudam a combater os sentimentos aliados ao isolamento social?

LS: Eu acho que o isolamento social é para mim das coisas mais complicadas, como disse, eu gosto muito de estar em família e em grupo. Então acho que temos que fazer um esforço para concentrar-nos em outras coisas para não ficarmos a hiperventilar à volta disto.

E gosto, por isso, gosto de procurar vinhos complexos. E quando eu digo complexos, portanto vinhos que não sejam muito directos, que nós consigamos andar à volta daquilo e a perceber quais são os aromas que têm. Se são aromas mais frutados, se são aromas mais florais, que tipo de frutas é que são, porque é que terão aquele aromas e aquela cor. Acredito que não sejam para todos, mas a mim pessoalmente o que eu mais gosto num vinho é encontrar aromas silvestres.

Eu gosto muito, porque nós temos aqui muito mato, muita floresta à volta das nossas vinhas. Portanto são aromas que eu gosto muito. Conseguem-me levar para onde as uvas daquele vinho crescem e isso para mim acalma-me muito. Gosto de viajar com o vinho.

 

  1. Qual o vinho que melhor acompanhará o fim da quarentena?

LS: Bem, eu acho que não vai haver vinho que chegue (risos). Mas para celebrar o fim da quarentena eu escolheria um vinho doce para dias mais doces. Eu escolheria o nossos Caminhos Cruzados Descarada, é um vinho branco doce. Muito leve e bebido fresco é delicioso. Acompanha muito bem as entradas, as sobremesas ou sozinho… não precisa de acompanhamento. E é um vinho guloso, dá-me imenso prazer.

Portanto, acho que é este que eu vou abrir quando isto passar. E ainda para mais é um Descarada quando nós tivermos o descaramento de voltar ao início.

 

Podem assistir igualmente a esta entrevista/conversa completa em vídeo:

 

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Em Pré Desconfinamento, Um Balanço Desta Quarentena.

Quarentena: O Que Fiz (E O Que Não Fiz) E O Que Aprendi

27.04.20 | Vera Dias Pinheiro

o que aprendi durante a quarentena

 

 

No cenário ideal e em que tudo correrá como previsto, esta é a última semana de quarentena - ou confinamento, como lhe queiram chamar. A partir da próxima segunda-feira e, de forma progressiva, a vidas de todos nós retomará a tão desejada “normalidade”.

 

Contudo, para nós o impacto desse desconfinamento será um pouco relativo, pois a nossa rotina pouco ou nada se alterará. O meu marido vai permanecer em teletrabalho, a escola da Laura não abrirá, a do Vicente muito provavelmente também não e eu continuarei a tentar encaixar a minha vida nisto tudo.

 

E, se por um lado, não pretendo, por exemplo, regressar ao ginásio quando abrirem, bater perna pelas lojas quando estas abrirem ou ir a um restaurante. Por outro, alivia-me saber que a nossa vida não se resume apenas ao supermercado e farmácias e que deixamos de estar dependentes do online para comprar outros bens essências. Agrada-me saber que podemos ir até a um jardim forma do nosso bairro e que o Vicente poderá voltar a cortar o cabelo por alguém mais competente do que a mãe. Entretanto, hoje até nos ligaram do dentista para retomar as consultas que tinham sido desmarcadas por conta da covid-19 e da quarentena. E eu posso eventualmente remarcar a minha consulta para perceber de uma vez o que se passa com as minhas costas. Se vocês soubessem as dores com que tenho passado esta quarentena.  E preciso em algum momento de ir a Lisboa para terminar o meu tratamento de Invisalign.

 

No fundo, o regresso à normalidade é isso. Saber que deixamos de estar confinados, ainda que seja imperativo continuarmos a ser cautelosos. No fundo, este desconfinamento é como receber um bombom amargo. Percebem?

 

Porém, é verdade que a partir de dia 4 há uma fase que termina – a quarentena – e outra que se inicia. E sempre que assim é, podemos e devemos fazer um balanço do período que passou. E foi isso que eu fiz e eis algumas das conclusões a que cheguei:

 

O tal tempo de aborrecimento que leva à criatividade não abundou por aqui. Para já, não houve tempo para haver monotonia sequer e entre todas as cedências e adaptações que tive que fazer, houve algo de que não abdiquei: de ter o meu momento para parar. Andei muito cansada, todavia nunca sacrifiquei o meu tempo. Aprendi uma grande lição com a privação do sono durante o pós-parto da Laura e que durou cerca de um ano.

Posto isto, posso não ter-me reinventado, posso não ter criado nada de espectacular, mas esta quarentena trouxe coisas muito boas, daqueles que vão ao profundo de nós e que só vão aparecendo mais tarde, ao seu ritmo.

 

O meu balanço positivo recai, por exemplo, em tudo o que aprendemos nesta convivência intensiva a quatro. Embora estejamos habituados a estar longe da família e dos amigos e a viver muito a quatro, nunca tínhamos estado tanto tempo a viver 24h sob 24h juntos. E se no início começamos a quarentena com muitas discuções e com cada um a puxar para seu lado e a tentar que o seu prevalecesse, com o passar dos dias fomos aprendendo a moldar-nos, a aceitar e a respeitar mais o outro. Também conversamos mais e partilhamos muito as tarefas de casa. E, acima de tudo, assumimos um grande compromisso com a educação do Vicente e isso deixa-me bastante orgulhosa. Aprendemos muito como pais e assumimos as prioridades certas.

 

O balanço positivo está também na maior capacidade de falar com os meus filhos em vez de gritar; em como aprendi a sentar-me com eles e a ouvi-los. Mas desenganem-se se acham que sou o exemplo da parentalidade positiva. Sou uma mãe como todas as outras e sou humana. Gritei, berrei, passei-me, fiz ameaças, separei brigas, ouvi os insultos dos nossos filhos, mas o que mudou foi a forma como aprendi a chamá-lo para até mim, a conversar e mostrar pontos de vista. Em como lhes dei ouvidos e passei a estar mais atenta aos seus sentimentos.

 

O balanço positivo está ainda na nossa casa que tem espaço para todos. A quarentena foi o pretexto ideal para percebemos o que faltava para completar o nosso conforto, investimos e isso contribui de igual forma para que todos se sentissem melhor. O meu marido passou a trabalhar numa secretária, em vez da mesa de refeições, o que melhorou o seu humor, e adaptamos a nossa varanda para que nos permitisse ter acesso ao ar livre de que estávamos privados. Afinal, é em nossa casa que vamos continuar a passar a maior parte do nosso tempo mesmo após o fim da quarentena.

 

O balanço positivo está em como o Vicente e a Laura se adaptaram e aprenderam a brincar com os primos através de um iPad. Com 4 e 7 anos, as crianças não ligam propriamente para conversar. Com esta idade eles querem brincam e é bonito ver a forma como brincam aos legos, às construções, o que seja com aquela janela, que o iPad.

 

E não menos importante, o balanço positivo em como consegui não me comparar com ninguém durante esta quarentena. Pois, perante a mesma situação cada pessoa reage à sua maneira. Mas o que importa lembrar é que cada um tem o seu próprio contexto, os seus problemas e a sua realidade. Nem todos temos que fazer pão; nem todos temos que ser criativos e inovadores; nem todos temos que treinar todos os dias desta quarentena ou sequer andar vestidos em casa como se fossemos sair apenas para não parecer mal.

 

Se esta quarentena serviu para alguma coisa - para além de tudo o que referi – que tenha servido de igual forma para reforçar que nem todos temos o mesmo tempo e nem todos brilhamos na mesma altura. E está tudo certo, pois, acima de tudo, é à nossa essência e quem somos que devemos respeitar e prestar contas e não aos outros.

 

Cuidem-se muito bem nesta pós-quarentena.

 

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Quarto Partilhado: A Conquista Do Espaço E A Cumplicidade De Irmãos

Organização Funcional Para Um Quarto Partilhado Entre Irmãos

22.04.20 | Vera Dias Pinheiro

decoração quarto partilhado irmãos arco íris

 

 

No balanço destas últimas semanas – já sabem que eu não faço contagens – gerir a tolerância entre o Vicente e a Laura tem sido das tarefas mais árduas desta quarentena. Perceber qual a medida certa entre o momento no qual podes/devo intervir e até onde os deixo gerir os desentendimentos sozinhos, não é de leitura fácil e imediata, sobretudo quando os momentos que se vivem são já de si bastante tensos.  

 

Por instinto, dou-lhes espaço para que os dois descubram qual a melhor forma de lidarem um com o outro. Outras vezes, agarro os dois ao colo e, então, ajudo a traduzir e simplificar o que se está a passar naquele momento. Mas não existem truques, nem fórmulas mágicas. Um dia que tem tudo para correr bem descamba e vice-versa. Contudo, para mim, os momentos de cumplicidade contribuem precisamente para que eles se conheçam e tenham essa aprendizagem mútua. E, nesse sentido, o quarto partilhado tem, para mim, um importante papel.

 

Porém, eles vão crescendo e mesmo que a Laura esteja sempre com pressa de acompanhar o irmão em tudo, eles são diferentes de personalidade e em idade. Por isso, têm momentos em que, mesmo juntos no mesmo espaço, brincam com coisas diferentes. Consequentemente, era importante haver nesse quarto partilhado espaço para ambos, mas também marcar algumas “zonas” que assinalassem a individualidade de cada um.

 

Eles pediram uma mudança no quarto e eu aproveitei para dar aquela volta à disposição e organização que a andava a adiar. Tinham alguns artigos que me tinham chegado da Vertbaudet ainda por abrir e que tinham sido já pensados para fazer essas alterações no quarto partilhado.

Dica: Não tenham pressa com estas mudanças e nem comprem por impulso. Regra geral, é desperdicar dinheiro sem necessidade. Nós mudamos de casa há cerca de 9 meses e só agora estou a tratar disto, para terem uma ideia. Primeiro andei a testar várias possibilidades com aquilo que tinha e também perceber a dinâmica que há. Nomeadamente, mudar as camas foi algo que andou em cima da mesa. Depois a ideia é que não tenham o quarto cheio de coisas e se, por um lado, destralho brinquedos a toda a hora, por outro, não vou encher com coisas acessórias.

 

  • A parte mais importante da mudança: mudar a disposição da cama!

decoração quarto partilhado irmãos

Esta cama sempre esteve encostada à parede. Porém, como se trata de uma cama com uma segunda cama que sai numa gaveta, deixando de ter a cama encostada a parede, permitiu criar o espaço de mesa de cabeceira com as coisas só do Vicente e, do lado contrário, outra mesa de cabeceira com as coisas só da Laura. E ficaram ambos muitos satisfeitos. O Vicente, por exemplo, há muito que pedia um relógio para o quarto e, neste momento, já fez sentido que o tivesse.

 

 

 

  • A decoração.

Os anjinhos da guarda foram presente da tia e, por isso, são muito especiais. Assim como outros elementos que fazem parte da decoração. Na verdade, não tenho por hábito comprar coisas especificamente para decoração, acabo por aproveitar as nossas viagens. Gosto de olhar para a minha casa e sentir que estamos envoltos de boas lembranças, seja amigos, família ou das viagens.

 



Os móveis são da linha Stuva da Ikea, bastante versáteis, como sabemos. A estante dos livros também foi comprada na mesma loja e, na casa anterior, estava na casa de banho. A mesa de cabeceira do Vicente, por seu lado, estava na sala e agora ganhou uma nova vida neste cantinho.

 

Todos os jogos de tabuleiro estão no gavetão. E, de resto, têm uma pequena cozinha, a casinha cor-de-rosa da Laura e outra mais pequena em madeira que, neste momento, dá abrigo às centenas de construções de Lego que o Vicente faz.  E as caixas de madeira são aproveitamentos de press-kits que fui recebendo. 

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O pequeno toucador foi comprado numa loja de artigos em segunda mão por uma pechincha e neste quarto estão duas das fotografias mais especiais dos meus filhos e que, para mim, simbolizam o início da relação entre irmãos.

 

Entretanto, num quarto partilhado entre irmãos diria que o mais importante é o espaço e a forma como cada um consegue reconhecer e balizar o seu próprio espaço.

 

O último elemento decorativo a entrar foi feito a seis mãos e foi este Arco-Íris. Por um lado, reflecte um momento em que a vida deles retomou alguma normalidade com os pequenos passeios de bicicleta e que muito têm contribuído para que percam o medo e possam gozar da liberdade que merecem. Por outro, é igualmente um sinal de paz. Descobri que ao desempenharmos uma actividade em conjunto – em que eu sou apenas uma moderadora - ajuda.

                                Referência Cesto em Verga

 

A tensão cresce a cada dia! Precisamos todos de nos reinventar, contudo, as crianças precisamos muito da nossa ajuda para o conseguir. Medito, sem meditar, pois dou por mim a parar muitas vezes só para respirar e evitar ceder à reacção mais fácil e tempestiva.

 

Porém, não há nada a apontar-lhes. São os heróis desta história e de tantas outras que já vivemos. Neste momento, o maior desejo deles é apenas o de poder apanhar um avião com destino: família e primos!

 

Na minha opinião, as nossas crianças merecem todas as cores do arco-íris. Não concorda?

 

decoração quarto partilhado irmãos arco íris

 

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Os Diferentes Estados de Espírito Vividos Durante A Pandemia.

As Três Fases Da Pandemia E Como Isso Nos Tem Afectado!

20.04.20 | Vera Dias Pinheiro

efeitos da pandemia e as fases da quarentena

 

Durante estas últimas semanas - largas semanas já – em que a pandemia nos obrigou a paralisar tudo e a ficar cas, há algo que tem sido linear: a oscilação entre momentos cheios de energia e super produtivos e os momentos de cansaço extremo e em que cumprir os mínimos necessários é já sinal de esforço.

Tenho tentado manter-me com escuta activa com o meu corpo e aceitar cada um deles. Aproveito ao máximo quando o dia está a ser produtivo e aceitar igualmente quando, pelo contrário, o meu corpo precisa de abrandar e se restabelecer. Para tal, tem sido importante desligar-me das partilhas sucessivas que acontecem em cada instante nas redes sociais. Evito por completo a (eventual comparação) com qualquer pessoa que esteja aparentemente nas mesmas condições que eu e que esteja sempre constantemente a partilhar o seu ritmo frenético de produtividade e de criatividade. E actualmente, este é dos grandes desafios com que nos debatemos, directa ou indirectamente, acredito que a maioria de nós já se confortou com essa comparação (desleal).

Para além disso, sinto que a curva desta pandemia e da consequente quarentena, tem tido momentos diferentes e agora que se prevê um fim – independentemente do que isso queira significar – sinto-me capaz de afirmar que, para mim, esta quarentena teve três fases distintas, mas todas ela com aquele oscilar emocional de que vos falei no início.

Primeira Fase: O CHOQUE/ Confronto

Corresponde às primeiras semanas, aquelas em que ainda meio incrédulos, fomos forçados a cancelar toda a nossa vida tal como a tínhamos estabelecido para readaptar num registo, para a grande maioria nunca antes visto e até impensável de se conseguir. Os que puderam ficaram em teletrabalho, os que não conseguirem ficaram em Layoff, outros tiveram que se reinventar e enfrentar o medo para continuar o seu trabalho. As crianças passaram a ter escola em casa e ainda sem qualquer plano preparado previamente, pais, crianças e professores, correram atras e fizeram o que puderam para que o ano curricular continuasse. Foi o caos total para muitas famílias. O afastamento social e o que a isso nos obrigou, com o todo o peso psicológico e consequências daí decorrentes.

Houve quem conseguisse, para além de tudo isto, ser ainda mais produtivo e fazer ainda mais coisas! Muitos Parabéns! Houve quem, pelo contrário, desmoralizasse e a quem fosse muito complicado gerir essa mudança na sua vida e da sua família. E houve ainda outras que foram gerindo dia após dia, conforme ia dando e mesmo assim, a sentir um esforço acima do normal.

Segunda Fase: A DESCOMPRESSÃO/PERCEPÇÃO

Aquela em que caímos na realidade e em que percebemos exactamente aquilo que nos está a acontecer. Foi nesta fase que muitos de nós caímos numa espécie de depressão, de apatia e de tristeza com tudo isto. Foi também aqui que muitos desistiram de ler e assistir às notícias diárias. Não havia uma boa noticia e eu, por exemplo, cheguei a pensar que iriamos viver assim para sempre – uma hipérbole, mas que, de certa forma, traduz os meus sentimentos em determinados dias.

Mas foi também aqui que muitos de nós reagiram. Que arregaçaram mangas e que se adaptaram (finalmente) à nova realidade: a de confinamento. Houve quem voltasse a ter a inspiração para retomar o exercício físico em casa, quem se interessasse mais pela cozinha e por descobrir novas receitas, que organizasse a casa e o espaço para se tornar mais produtivo, fosse para o teletrabalho, fosse para a, então, certeza de que, pelo menos, o início do terceiro período escolar ia continuar em regime de telescola.

Eu entreguei os pontos nesta fase. Foi o período das férias escolares da Páscoa, mantive-me activa, mas, ao mesmo tempo, permiti-me descomprimir das semanas de stress anteriores. Aproveitei o bom tempo, apanhei sol, fiz muitos bolos e investi em experiências gastronómicas, treinei quando me apeteceu, vivi a família e fiz todas as compras online necessárias para a próxima etapa.

Terceira Fase: A REACÇÂO

Entretanto, arranca o terceiro período escolar e eu sinto-nos mais preparados e mentalizados. Ao mesmo tempo, começamos que começamos a ouvir falar de desconfinamento e começam a surgir as primeiras medidas que nos vão permitir sair de nossas casas ou, pelo menos, a deixar de ter o peso que a quarentena obrigatória representa. Só a ideia de saber que não podemos sair de casa ou que existem regras para o fazer, psicologicamente, mexe connosco, afinal, sempre vivemos em liberdade.

Já sabemos que o contacto físico vai manter as mesmas regras de precaução, portanto, beijinhos e abraços só para mais tarde. Abriram as primeiras lojas, mas apenas de bricolage, e, embora não tenho ido, só de o saber, já me sinto mais feliz – o poder do efeito psicológico é real – precavi-me com máscaras e demos, após mais de um mês em casa, as primeiras saídas à rua, duas no total.

Foi uma espécie de tentativa de reconhecimento do mundo lá fora e de preparação para aquilo que nos espera. Foram passeio curtos, de bicicleta, mas que representaram uma novidade nos nossos últimos dias e isso trouxe-nos a todos um bocadinho de alento e de motivação para levar isto até ao fim.

Entretanto, voltar a ter uma rotina, mesmo que em casa, ajuda a uma melhor gestão do tempo. Os dias são mais fácies de levar e passam igualmente mais rápido. Durante a segunda semana de férias estávamos bastante entediados, crianças incluídas.

Espero que esta pandemia não nos traga mais surpresas e que agora tudo se resuma aquilo que todos nós aprendemos durantes estas longas semanas de quarente, aquilo que vivemos, sofremos e mudamos. A necessidade de bom senso e de prudência é imperativa e quero acreditar que todos nós queremos o mesmo: conquistar alguma normalidade, dentro desta nova realidade, porque a verdade é esta: existe um elemento novo nas nossas vidas e no nosso quotidiano. Este vírus tornou real muitos dos nossos receios e até aquilo que pensávamos impossível de acontecer. Para vencermos isto e não repetir a experiência de uma quarentena obrigatória é preciso sair de casa com precaução, gozando a liberdade que temos, mas respeitando as regras para a conseguirmos manter.

 

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Escola Em Tempos De Pandemia: O Regresso Das Aulas À Distância

Mudanças E Remodelação Do Escritório Para Preparar As Aulas À Distância

15.04.20 | Vera Dias Pinheiro

ensino a distância pandemia escola em casa

 

O terceiro período escolar começa, em Bruxelas, na próxima segunda-feira e se os tempos foram de incerteza, neste momento, sabemos que os nossos filhos vão passar a ter aulas em casa. Para tal, conta-se com o apoio e recurso das tecnologias, o esforço dos professores para se adaptar, dos pais, mas, acima de tudo, das crianças.

 

E, se há um mês atrás senti que fomos arrastados para esta nova realidade de forma abrupta, sem preparação e com poucos recursos. Neste momento, com as certezas que temos, foi minha preocupação fazer as alterações necessárias para que este terceiro período escolar em casa – seja total ou parcial - fruto da pandemia, seja suave e, ao mesmo tempo, o menos penalizante possível para os meus filhos.

 

E a minha realidade são duas crianças que precisam de supervisão e de atenção em constante. A Laura está no pré-escolar e o Vicente no primeiro ano do ensino básico. E, na verdade, aquilo que ambos precisam é de motivação para acreditar que a escola é importante, algo face ao qual eu tenho as minhas dúvidas face a esta adaptação face ao corona vírus. Não sei qual será a sua percepção em relação a escola, a necessidade de concentração e a importância da aprendizagem. Este arranque no ensino obrigatório foi tudo menos aquilo que eu – ou qualquer pai – esperaria.

 

Todavia, em situações limite ou mais problemáticas, aquilo que eu faço é pensar: existe uma alternativa? Não existe, pelo menos para já. Portanto, contrariar esta certeza de que os nossos filhos vão ter aulas em casa e que isso implica que muitos pais tenham que reorganizar o seu tempo para dar prioridade ao ensino dos seus filhos, é um dispêndio de energia que me parece desnecessário e uma fonte de stress e ansiedade adicional, que devemos dispensar!

 

Portanto, aceitei o que esta pandemia nos trouxe, mas acima de tudo, compreendo a necessidade e a urgência com que devemos continuar a cumprir as diretrizes de segurança. Pelo bem de todos e pelo nosso futuro, em particular o das crianças. Espero sinceramente que num futuro próximo possam retomar actividades ao ar livre sem medo e com alguma tranquilidade da nossa parte.

 

No entretanto, será importante tentar preservar o sentimento de pertença ao grupo, a ligação ao professor e à escola, a sua identidade enquanto aluno. Enfim, se é uma tarefa fácil? Não, não é e prefiro não pensar muito nos efeitos psicológicos que possam eventualmente afectar as crianças.

 

Da minha parte fica o compromisso de fazer tudo aquilo que está ao meu alcance, com tudo o que isso implica. E parte disso foi tentar ajustar o nosso escritório num espaço mais funcional para todos, acolhedor e com espaço de trabalho para os três – eu, o Vicente e a Laura. Por exemplo, achei importante trazer o Vicente mais para perto de mim, para lhe dar apoio e supervisionar e, ao mesmo tempo, tentar rentabilizar o meu tempo.

 

1ª Mudança: Trocar o tampo da minha secretária por um maior e assim termos dois espaços de trabalhos.

2ª Mudança: A Laura ganhou uma secretária (a do irmão) a sério para as suas actividades, mais lúdicas e artísticas, digamos assim.

3ª Mudança: Ganhamos um novo armário dos nossos vizinhos que adaptamos para guardar todos os materiais de escritório, papéis, canetas, colas, tintas, etc.

 

 


De uma forma geral, passamos a ter as coisas muito mais arrumadas, em sítios próprios, evitando a concentração que, por sua vez, conduz à desconcentração. O espaço livre no centro vai continuar a ser aproveitado para sessões de cinema, as aulas de ballet ou outras brincadeiras.

Com este resultado final, sinto que temos uma boa energia e, embora fosse já uma das divisões da casa de que mais gostamos, está muito mais adaptada às necessidades de todos e muito versátil.

planner semanal ludilabel

 

decoração escritório

 

 

No entanto, é preciso salientar que estas mudanças não estão ao alcance de todos nós. Depararmo-nos com a realidade da telescola veio igualmente salientar as diferenças socioeconómicas. Muitas famílias, muitas crianças, enfrentam dificuldades em retomar algo que é um direito, o acesso ao ensino, nomeadamente pela falta de conhecimentos informáticos, de acompanhamento das metias ou até por falta de recurso.

 

Por esse motivo, lancei a perguntas no instastories para perceber se haveria alguma coisa a ser feita nesse sentido e se sim, que associações ou entidades estariam responsáveis. Eis o que consegui apurar:

Reciclar para aprender

  • E ainda:

instituições apoio e ajuda a telescola

 

Estas são as entidades que estão a receber equipamentos eletrónicos para reparar e estar aptos a voltar a ser usados.

Para alem disso, podem tentar falar com o agrupamento de escolas ao qual pertencem, com a Junta de Freguesia ou Câmara Municipal. Tive conhecimento que a Câmara de Oeiras, por exemplo, esteve bastante activa nesse sentido.

Outra coisa que seria pertinente: voluntários virtuais para ajudar com o manuseamento dos aparelhos e/ou das aplicações. Perguntem no grupo de pais das turmas dos vossos filhos se alguém está a precisar de ajuda e, por sua vez, quem precisar de ajuda, por favor, não é motivo para esconder ou ficar envergonhado. Estamos todos a viver a mesma situação, mas nem todos partimos da mesma “base”, fale, peça ajuda!

 

Bom recomeço escolar para todos!

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Páscoa Em Confinamento: As Receitas E As Tradições Que Conseguimos Manter!

A Receita De Cabrito Da Minha Mãe E A Sobremesa Difícil.

13.04.20 | Vera Dias Pinheiro

receitas e tradições de páscoa em quarentena

 

Foi um domingo de Páscoa diferente do planeado e, por aqui, tal não se deve apenas ao corona vírus e ao isolamento social, mas sobretudo por ser a primeira vez que o passamos sem a minha mãe. Nestes dias, era ela quem colocava toda a gente a mexer, que temperava e cozinha como ninguém o prato principal. E como tudo o que é muito bom, uma pessoa nem sequer pensa em mexer ou fazer diferente.

 

Por esse motivo e como forma de colmatar um pouco a ausência tínhamos programada a vinda da minha irmã e família, a Bruxelas. As crianças estavam numa excitação e cheias de planos e nós contentes por podermos estar juntos em sua homenagem. Contudo, cedo percebemos que o com o avançar da situação face ao corona vírus, o mais certo era essa viagem não vir a acontecer, tal como se veio a confirmar.

 

Com as crianças mentalizadas, ainda que inconformadas, a ideia de passar um domingo de Páscoa como qualquer outro dia estava completamente fora de questão. E o plano foi fazer o melhor com o que tínhamos ao nosso alcance, mas para mim o melhor era conseguir manter as nossas tradições de Páscoa. Numa fase delicada de habituação a falta de uma figura tão importante, sinto que conforta o Vicente e a Laura seguirmos os passos da avó, como se assim conseguissem sentir a tal presença que eu tantas vezes tento que percebam.

 

Assim, cedo encomendamos o cabrito, que fizemos questão de temperar de véspera e de deixar marinar. No dia seguinte, foi directo para o forno, ao qual juntamos as batatas no forno. Todavia o nosso dia começou por uma parte importante: a caça aos ovos! Não tínhamos ovos, mas explicamos que, face as circunstâncias, os próprios coelhinhos da Páscoa também tiveram as suas dificuldades em seguir a tradição à risca.

ideias decoração de mesa páscoa

 

ideias para almoço de páscoa

 

De seguida, fomos para a cozinha onde passamos muito tempo os quatro. Eu decorei a mesa, os pequenos puseram a mesa e o pai teve um importante papel na cozinha: não só na preparação do cabrito, como também na execução de uma sobremesa única e especial para este almoço de Páscoa.

receita de cabrito para domingo de páscoa

 

Este semifrio que vêm na imagem e de aspecto cinco estrelas, estava realmente delicioso. E ficou tal e qual o vi na fotografia da receita. Porém, somos principiantes no mundo dos semifrios e a consistência final durou escassos segundos apenas, os necessários para tirar a fotografia e passar rapidamente para uma taça a seguir. O nosso erro pode ter um (ou dois) motivos: o facto de usar queijo Filadelphia Light e não o normal ou na consistência das natas batidas. Digam-me vocês se tiverem experiência neste tipo de sobremesas. O que acham que pode ter corrido mal?

receita de semifrio para páscoa casal mistério

  • Outras doçarias:

 

 

Naturalmente que passamos igualmente muito tempo entre videochamadas com amigos e família, mas isso é algo a que já estamos habituados. Quem vive expatriado ou emigrado aprende a viver sempre com um bocadinho de saudade sempre presente.

 

Entretanto, aproveitamos o resto da tarde para fazer uma sessão de cinema a quatro, com o filme da Vaiana, e terminamos a jantar novamente naquele ambiente acolhedor e especial que tínhamos conseguido criar para o domingo de Páscoa. Ficamos felizes por ter conseguidos tornar este dia especial e não foi por não termos convidados que não se decorou a mesa, que não se vestiu uma roupa especial, que não se brindou e se comemorou a ressurreição de Jesus. Afinal, Ele vive!

 

Partilhar com vocês este dia em família, sabendo que actualmente todos nós vivemos momentos difíceis e de afastamento de pessoas muito importantes, é mostrar que, independentemente disso, vale a pena colocar um sorriso no rosto e fazer com que o momento presente valha pena, pelos seus filhos, mas não só, por si própria também.

 

Onde se semeia esperança, fé e amor, colhem-se coisas boas no futuro e estes são tempos de plantar bons sentimentos.

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Páscoa: Os coelhinhos de Páscoa mais deliciosos já estão na mesa!

Recriamos uma receita de queques de cenoura para a Páscoa.

11.04.20 | Vera Dias Pinheiro

queques de cenoura para a páscoa

 

Desde que entramos em confinamento que temos passado muito tempo na cozinha. Para além da necessidade, cozinhar tem sido uma terapia, mas também uma maneira de ter a família toda junta numa actividade descontraída e que nos permite interagir uns com os outros.

 

Na verdade, acho que é desta forma, mais descontraída e até lúdica, que temos que levar estas tarefas que são uma obrigação diária, especialmente quando existem crianças. E se há ponto positivo em estar em casa 24 horas por dia é ter tempo para realizar essas tarefas precisamente com mais calma e tranquilidade do que antes. Afinal, já não há pressa para sair de casa, não existe pressão de horários e nem limitações. Podemos dar-nos ao luxo – sim, ter tempo é mesmo um luxo, porque antes vivíamos frustrados com a falta dele para tudo – de planear a vida com outra calma, de variar, pesquisar e, na maioria das vezes, inventar na cozinha. Ao fim destes dias todos já não resulta comer sempre a mesma coisa. Quem está comigo?

 

Porém, desenganem-se se acham que isso obriga a passar mais tempo na cozinha, no processo e depois a arrumar. Eu só invento e só sigo receitas que sejam simples, que tenham ingredientes “banais”, fáceis de encontrar, especialmente nesta fase que vivemos e, acima de tudo, que sejam rápidas, portanto, que não usem e abusem da lista de ingredientes. Desta forma, quando virem uma partilha minha de comida ou qualquer outra coisa, podem confiar que o processo todo não me levou mais do que uma hora. Até porque se queremos cativar a companhia e o interesse dos mais pequenos, tem mesmo que ser tudo muito rápido e simples de se fazer.

 

Portanto, durante estes dias, o perfil de Instagram da Filipa Gomes tem sido uma das minhas inspirações, pois encontro receitas com muito poucos ingredientes e, no que toca aos bolos, tem aquilo o que eu chamo de receitas de “chávena”, pois a chávena é a medida para tudo.

 

E foi lá que encontrei precisamente a inspiração de hoje e a pensar já na Páscoa. São estes queques de cenoura muito fofinhos que lembram o coelhinho de Páscoa e que são muito fáceis de fazer e muito saborosos. Os nossos não ficaram perfeitos de aspecto, devido a problema técnicos: devia ter untado as formas que foram ao forno e não tinha as forminhas de papel para os colocar e nas quais o Vicente a Laura poderiam desenhar a carinha do coelho.

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Ainda assim, foi uma actividade muito divertida de fim do dia e para a qual bastou apenas a minha supervisão e o manuseamento do forno, claro. Mas é tão fácil, mas tão fácil que uma criança com a idade do Vicente já se desenrasca praticamente sozinha.

decorações para queques para a páscoa

 

decorações para queques para a páscoa

 

Quanto à receita - e com os créditos à autora da mesma - podem consultar directamente aqui com a lista de ingredientes e modo de preparação. Quanto às decorações, o mais importante é mesmo usar a imaginação e, acima de tudo, deixar que as crianças sintam que são elas a dirigir e a ser responsáveis por algo. Por aqui tem resultado, pelo menos.

 

A Páscoa celebra-se já amanhã. Por aqui, já temos o cabrito temperado e os coelhinhos de Páscoa acabaram de chegar, temos igualmente um semi-frio no frigorífico que rezamos para que solidifique, posto isto, acho que já não falta tudo. Verdade?

 

Apesar de tudo que se mantenha a fé a as tradições. Uma Páscoa Feliz!

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