Gravidez: Quando o stress leva a melhor! | Testemunhos Reais #8
A importância do Yoga durante a gravidez e na maternidade
Sempre me disseram a gravidez muda uma mulher, mas nunca me disseram que também muda um bebé.
Foi assim que tudo começou. Em 2009 estava grávida e feliz! Um sonho que começou a crescer devagarinho dentro de mim e de forma galopante aos 33 anos, e sim, foi mesmo o chamamento da maternidade em mim!
Na altura pensava que tinha tudo controlado, fui a um curso de preparação para o parto no hospital, era saudável, alimentava-me bem, continuava bastante activa e, mesmo sendo professora de yoga, também continuava bastante stressada. Tinha acabado de mudar de emprego e estava a fazer de tudo para ser bem-sucedida, e fui! O stress realmente levou a melhor!
Quando chegou a altura do parto o medo instalou-se, a dor, a falta de apoio. Hoje, olhando para trás, é tão fácil ver o que me faltou, mas na altura eu nem me apercebi. Percebo que tive dificuldade em ajustar-me à minha nova realidade, continuei a minha vida agitada como se nem estivesse grávida, não parei o ritmo, procurando sempre corresponder às expectativas que os outros tinham de mim, ao mesmo tempo que tentava seguir todas as recomendações normais deste período, acreditando que tudo fazia parte do caminho para ser mãe. Não podia estar mais errada!
Mesmo já sendo praticante de yoga eu não ouvi a minha voz interior que me pedia para desacelerar, não ser tão exigente comigo própria, para delegar funções, e fiz o erro mais recorrente que as mulheres na mesma situação fazem – não pedi ajuda, não me informei melhor. Quando o fiz, já não tinha muito tempo, estava a semanas do meu parto, e depois foi uma escalada de acontecimentos que me deram a entender que eu não estava nada preparada nem informada para o grau de transformações físicas e emocionais que uma gravidez pode trazer consigo, nem o que realmente era dar um consentimento informado sobre as intervenções a que poderia estar sujeita aquando do parto e pós-parto. Eu saí de toda a experiência completamente exausta tanto física como emocionalmente!
Adoraria ter prestado mais atenção à forma como estava a viver a minha vida nessa altura, e ter compreendido mais cedo que a responsabilidade de uma mãe se estende muito para além da ligação física com o seu bebé e move-se para a qualidade das suas experiências mentais, dos seus pensamentos e das suas emoções. Eu estava a viver em constante stress e pressão e não me apercebi o quanto isso não estava a fazer bem a mim, nem ao meu bebé.
Hoje sei que não nos tornamos mães apenas quando o nosso bebé nasce, mas a partir do momento em que pensamos ter um bebé.
As minhas gestações e toda a minha experiência da maternidade foram a maior e mais profunda caminhada de transformação que alguma vez experimentei. Muitos cursos de preparação para o parto preparam-nos para as diferentes fases do parto, alívio da dor, primeiros cuidados a ter com o bebé, mas nenhum nos explica como o nosso ambiente físico, emocional e mental pode influenciar as experiências e perceções do nosso bebé no útero, e moldar a vida do nosso filho após o nascimento.
Quando uma mulher grávida sofre de altos níveis de stress ou ansiedade, ela pode desenvolver mais queixas físicas em comparação com outras mulheres grávidas, pode estar mais predisposta a ter um nascimento prematuro, um parto de cesariana, baixo peso do seu bebé e baixo nível de APGAR no recém-nascido. Pode também estar mais em risco de desenvolver stress pós-traumático e depressão pós-parto. As hormonas do stress desencadeadas pela ansiedade na mãe afectam também o desenvolvimento físico, emocional e mental do bebé. Os efeitos a longo prazo incluem aumento da reatividade emocional do bebé, problemas de atenção e dificuldade no vínculo entre ambos.
Depois desta minha experiência, eu tomei a decisão que, se voltasse a ter outro filho, tudo teria de ser diferente, começando por mim. Fui explorar ferramentas claras e eficazes que me ajudassem a gerir o meu stress durante a gravidez, comecei a pesquisar o que é que as culturas ancestrais tinham a dizer, a ouvir mais os meus sentimentos e voz interior, a sentir-me mais conectada com a minha intuição materna e o meu bebé.
Compreender o quão desconectada eu estava da minha própria feminilidade e instinto maternal ajudou-me a adaptar os meus 15 anos de ensino do yoga à gravidez, a libertar tensões físicas e emocionais por meio de alongamentos suaves, a ultrapassar medos e preconceitos, através da meditação, respiração e técnicas de relaxamento, refletindo sobre mim e fazendo crescer o meu vínculo com o meu bebé.
{Obrigada}
- Mais informações sobre a autora, Susana Lopes:
- Site em português – www.GravidezSemStress.com
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