Escola Nova. Rotinas Novas | Sobrevivemos À Primeira Semana
Foi uma semana inteira sem escrever aqui, a gerir as urgências do meu trabalho e da minha vida pessoal – sim, é verdade, ainda me resta um pouco de vida pessoal por aqui. Foi uma semana em que a cabeça esteve a 1000 à hora e em que, na verdade, a minha cabeça teve virada praticamente em exlcusivo para esta nova fase da vida de todos, mas em particular do Vicente e da Laura.
Podia dizer aqui que me faltou o tempo, no entanto, o tempo, mesmo quando é pouco, arranja-se sempre. Diria, porém, que o início do ano lectivo foi o culminar do início daquilo que será a nossa vida a sério por aqui. E naturalmente que eu e os miúdos sofremos o impacto disso, cada um à sua maneira, mas todos tivemos que lidar com dificuldades.
A rotina, os horários, o “despachar crianças”, organizar os lanches e os almoços, as horas de entrada e de saída em duas escolas diferentes, o primeiro dia de aulas, já de si propício a alguma tensão, o facto de tudo isto ter coincidido precisamente com a primeira viajem em trabalho do meu marido. Foi como se tivesse caído um peso enorme sobre mim!
E, diga-se, eu tenho urgentemente que limar as arestas da minha vida, pois, levanto-me agora às 6 horas da manhã, o que não é compatível de todo com o horário a que tenho ido dormir. Como tal, andei (e ainda me sinto) cansada mas, sobretudo, tenho sono!
Os estados de espírito dos miúdos, que oscilam da manhã para a tarde e de um dia para o outro; o tanto de informação que tenho que reter de uma escola e de outra numa língua que também não é a minha, deixam-me a cabeça cansada tal é o esforço diário para tentar acompanhar tudo sem deixar nada para trás.
Posto isto, sentar ao computador e concentar-me para mais alguma coisa foi bastante difícil.
Para além disso, o Vicente e a Laura, embora tendo estado em casa comigo dois meses, precisaram, nesta última semana, ainda mais de mim, da minha companhia, de conversar comigo, de fazer festinhas para adormecer, de paciência e de demonstração de amor e de verbalizar o quanto orgulhosa estou de ambos.
Podemos saber ou imaginar ao que vamos, contudo passar pelo processo é completamente diferente. E os obstaculos iniciais têm um grande impacto, porque são os primeiros, são os mais difíceis de contornar porque não temos termo de comparação ou experiências para trás. É nesse momento que a incerteza, o medo e a insegurança nos fazem travar lutas internas em torno do “estou ou não à altura desta mudança” e das exigências que ela acarreta.
Mudar é mesmo isso: abalar estruturas, mexer com tudo o que somos, com as relações e com o mundo à nossa volta e até com a forma como olhamos para ele.
Foi igualmente uma semana em que cuidei pouco de mim, tive poucos cuidados com a minha rotina de rosto, adoptei o estado descontraído em versão exagerada pois resulta dessa falta de “tempo” para mim, fui ao ginásio uma única vez, não tive uma rotina de refeições normais, passei os dias condicionada pelos horários de um e de outro, com medo de me atrasar e sempre a correr de um lado para o outro e, por fim, passei demasiado tempo no trânsito.
Não queria que nada falhasse e queria que eles sentissem que a mãe tem tudo controlado - mesmo quando, para mim, 90% de tudo é igualemente novidade e desconhecido. Senti uma pressão sobre mim quase injusta, diria...
Posto isto, os meus desejos para esta semana são poucos mas concretos. Desejo que voltemos a encontrar uma rotina no nosso dia-a-dia, pois isso permite-nos(me) ter controlo sobre o dia. Desejo que os dias fluam de forma mais natural para eu conseguir ter o controlo da gestão do meu tempo e, não menos importante, desejo acertar as horas de sono face aos novos horários.
O importante é que aos poucos entramos nesta vida e nestas rotinas, esse é o caminho. É preciso dar tempo ao tempo, com calma e paciência.
Boa semana!