Viajar de avião com crianças de 6 e 3 anos
Comecei cedo a viajar com crianças. O Vicente estreou-se logo com três meses e os dois primeiros anos foram ricos em viagens de avião e viagens longas de carro. Posto isto, eu que sou uma mãe pouco dada a dar novas tecnologias aos filhos como forma (principal) de se manterem entretidos, rapidamente percebi que é preciso MESMO entreter as crianças durante estas viagens e, portanto, Tablets, iPads, DVDs portáteis são os melhores amigos nestas alturas e não há que ter medo em usar.
Contudo, os primeiros anos não foram fáceis e planear uma viagem tinha sempre uma elevada percentagem que não controlamos. A única coisa que eu tentava fazer era conjugar os horários com os horários mais favoráveis relativamente aos deles. Todavia, bastava um atraso na hora do voo ou ficar tempo a mais em terra à espera da decolagem, para perdermos o controlo de tudo.
E para aí até aos 2 anos é difícil mantê-los entretidos durante muito tempo com a mesma coisa e aí sim, há toda uma panóplia de acessórios que levamos: pinturas, jogos, tablets, nós próprios que tentamos entretê-los de todas as formas possíveis e imagináveis.
Eu sou mais tranquila, mas o meu marido, por sua vez, fica muito stressado com o facto de poder estar a incomodar os outros passageiros ou se somos avisados por algum(a) hospedeiro(a). Mas percebo e entendo os pais que não conseguem relativizar. Neste voo, vinha uma menina que esperneava por não querer estar sentada e muito menos colocar o cinto e foram uns longos minutos de tensão, ainda por cima, pelo atraso na autorização para descolar.
Posso dizer que a pior viagem de avião que fiz com filhos, tinha o Vicente cerca de um ano e meio, numa viagem de Roma para Bruxelas, já super atrasado, e passei praticamente a viagem toda em pé, junto ao cockpit a abanar o Vicente para conseguir que ele adormecesse. Fiquei com os braços e as pernas dormentes, mas sabem como é, só pensamos nessas coisas depois… Já de carro tivemos várias daquelas de nos levar completamente à loucura e da nossa vontade ser parar mesmo ali o carro!
Agora, com seis anos, admito que basta ter um iPad e uma quantidade razoável de episódios da Netflix do agrado do Vicente para até nos esquecermos que ele está ali ao nosso lado – basicamente, o Vicente esgota os minutos todos do ano a que tem direito para usar o iPad….
- Imagens em galeria:
A Laura com três anos ainda não se “vícia” desta forma. Para ela levamos o DVD portátil com alguns Dvd com episódios dos desenhos animados que mais gosta, mas não fica vidrada. É preciso ter sempre alguns extras, no caso, os livros de actividades com autocolantes são os que maior sucesso fazem por aqui e, para além disso, a plasticina e ainda, para além disso, a nossa paciência, claro.
Esta viagem, em particular, correu muito bem, foi talvez das melhores que fizemos com filhos e, no final, ainda tivemos direito a visita aos pilotos. Devo dizer, uma estreia para todos, pais e filhos. Uma breve explicação sobre como tudo funciona e olhos esbugalhados dos mais pequenos, admirados com tudo aquilo que estavam a ver.
É normal que as crianças sejam muito impacientes e que não percebam os atrasos e as burocracias que existem neste tipo de coisas. É também normal que nós, cheios de boa vontade, entremos em stresse e percamos a paciência, porém, são momentos que quero sempre voltar a repetir com eles e as viagens, seja de que forma for, são ganhos de experiências, momentos únicos e cumplicidades.
Portanto, no balanço que faço, o conselho que vos posso dar é: faço, sem medos. Arrisquem, porque por muitas dicas que vos possa dar, isto é sempre muito imprevisível.