O desfralde chegou ao fim: O que aprendi e o que tenho para vos dizer
Primeiro, soem os tambores e que se ouçam os gritos de alegria pelo dinheiro que se pouca, mas, sobretudo, porque acabaram as idas (a correr) ao supermercado cinco minutos antes de fechar por termos deixado escapar a última fralda.
E, depois, há todo um simbolismo em torno da fralda, pois uma das memórias que ficará para sempre são os primeiros anos destes “rabinhos” de fralda que enchem as roupas e lhes dá um andar característico. Acompanham igualmente uma das fases mais giras: quando começam a pôr-se de pé, a gatinhar e, por fim, a andar. Mas não me esquecerei igualmente das sestas de verão só de fralda.
Snif! Snif! Sinto uma grande nostalgia, é verdade! E acho que – oficialmente – posso dizer que deixei de ser mãe de bebés. Agora tenho dois “toddlers” cá em casa, vivemos uma fase diferente, igualmente apaixonante, mas sempre atenta aos milímetros a mais que eles crescem, às pernas e aos braços cada vez mais compridos e às feições a fugirem das fotografias que tenho espalhadas pela casa.
E, não sei como foi ou eventualmente estará a ser consigo, mas eu mal dei pela fase de bebé no segundo filho. Os mais novos aproximam-se sempre dos mais velhos, pouco uso dão aos brinquedos específicos para a sua idade e, claro, não esquecer que têm os melhores professores que lhes ensinam as palavras correctas, a maneira certa de fazer as coisas, as traquinices e tantas outras coisas que nos escapam a nós, pais.
Contudo, admito que a fase do desfralde possa assustar – e assusta tanto da primeira como da segunda vez, porque são crianças diferentes e, por isso, é altamente provável que as coisas não funcionem da mesma maneira. Pelo menos, comigo foi assim.
Ainda assim, e de toda a literatura que existe, artigos na Internet, dicas no Pinterest e partilhas de outras mães, se me pedirem um único conselho, eu direi:
Escute o seu filho! Esteja atenta aos sinais, pois isso é o mais importante. Não existem crianças iguais e nem uma só maneira de fazer as coisas.
Pela minha experiência, tanto de um como do outro, eu também vacilei. Cedi aos supostos timings em que se deve iniciar o desfralde e, tanto com como com o outro, eu tive que fazer recuos. As coisas não resultam em função apenas da idade ou da altura do ano, as coisas resultam quando os nossos filhos estão preparados para isso, quando nos dão sinais de que está na altura de avançar para a próxima etapa, seja ela o desfralde ou qualquer outra.
E eu não aprendi a lição logo da primeira vez. Com a Laura vacilei por ela ser demasiado despachada e “à frente”, por querer imitar o irmão em tudo, inclusivamente nas idas à casa de banho. E não resultou e, mais uma vez, o timing suposto não resultou connosco.
E foi quando me apercebi disso que abri os olhos e coloquei tudo nas mãos da Laura. E as coisas aconteceram quando assumiu que estava preparada. Na cabeça dela já lá estava tudo, mas tinha que ser ela a tomar a iniciativa e não “ser mandada”. Entendem?
Com o desfralde nocturno foi igual. Há já algum tempo que estava preparada, mas era preguiçosa, deixava-se ir, era mais confortável, à noite, ter a fralda e não se preocupar em ir à casa de banho.
Foi com os dias de calor e com a humidade da fralda de noite, que levaram ao aparecimento de alguma comichão e algumas borbulhinhas, que decidi conversar com ela. Todas as noites queixava-se porque lhe “doía o pipi”, aproveitei a oportunidade.
Foi fácil, ela é esperta, percebeu a mensagem e aceitou sem nunca mais pedir a fralda. Também nunca houve um descuido – mas poderá haver, atenção, é esta tudo bem – também nunca mais teve impressão nenhuma, e, aos poucos, está muito mais “dentro da rotina” do: fazer xixi antes de dormir, depois de acordar, etc…
Digamos que… já não refila a dizer que não quer… é mais por aí!
Portanto, se desse lado, está a preparar-se para esta fase - porque sim, há uma altura em que pensamos nisso e começamos a estar mais atentos aos nossos bebés - não leve as coisas como um regime em que o desfralde tem que ficar feito em x de tempo.
Na minha opinião, também não é preciso inventar muito e comprar todos os apetrechos para o momento, ensinar e facilitar o uso da sanita para mim é o essencial e ter paciência, não passar stress às crianças. Elas são capazes, vamos acreditar nelas e passar-lhes essa confiança de que vão ser capazes!
Boa sorte!