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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

Que momentos destes se repitam muitas vezes | A (minha) super mãe!

04.05.19 | Vera Dias Pinheiro

dia da mãe

 

É inevitável dizer que o Dia da Mãe é todos os dias, que é no dia-a-dia que esse amor e relação (mãe e filho) é alimentada e que a cumplicidade cresce. O Dia da Mãe é todos os dias e o amor, quero eu acreditar que está sempre lá, mesmo nas alturas do crescimento que podem ser motivo de algum afastamento e até de conflito. É que eu, ao mesmo tempo, que vejo os meus filhos crescerem e com todas as dificuldades que essa tarefa de ser nos impõe, olho para a minha mãe com um respeito cada vez maior, como se agora fosse capaz de perceber todos os sacrifícios que as mães fazem e que nem sempre os filhos são capazes de reconhecer e de agradecer.

 

É na minha mãe que eu penso muitas vezes quando tenho que tomar alguma decisão ou fazer alguma escolha em relação aos meus filhos. Coloco-me, algumas vezes, a pergunta: “Como é que ela teria feito?” Porque reconheço-lhe valor na edução me deu (juntamente com o meu pai, porém, a presença dela foi sempre uma constante). Era ela que estava (sempre) lá quando era preciso ajuda, quando havia um problema, ou quando era preciso simplesmente estar sem intervir. Ela esteve sempre lá, entendem? Paciente nas alturas de menos paciência das filhas, de menos conversas e até nas de maiores rebeldias.

 

Contudo, acho que, por vários motivos, tendemos a olhar para as nossas mães numa perspetiva de ajuda. Ou, pelo menos, com a minha é assim. Ela tem uma capacidade gigante de trabalho e um coração ainda maior na sua capacidade ajudar as filhas e, com o tempo, os netos.

dia da mãe

É o meu braço direito e o esquerdo. Foi uma grande ajuda no primeiro ano da Laura, em que se desdobrou em mil para me ajudar a crescer como profissional e a não desistir dos meus sonhos, encontrando sempre uma forma de dar a volta e convencer-me de que eu era capaz.

 

Contudo, nesta sua predisposição em ajudar, acabamos sempre por abusar. Abusamos nos banhos que dá aos netos, nas horas que fica com eles, na ajuda com as refeições – porque ela é a minha única ajuda, na verdade – mas com isso, o papel de avó fica esmagado com a responsabilidade de cumprir as rotinas e tudo o mais. A margem para ser apenas a avo é pouca – Eu sei mãe, desculpa! Porém, é também por isso que eu confio sem pestanejar para ficar com o Vicente e com a Laura e também sei que eles a respeitam.

 

Sem dúvida que sou a mãe que sou hoje também por influência dela, porque ela foi – tal como as outras mães – a melhor mãe que eu (e a minha irmã) podíamos ter, porque, ao seu jeito, as mães tomam as decisões sempre para o melhor dos nossos filhos. Mesmo quando não acertam nessas decisões, mesmo quando erram!

De qualquer forma, ninguém disse que ser mãe implicava ter a sabedoria absoluta e unânime sobre tudo o que diz respeito aos filhos.

Aliás, tenho aprendido, entre ser o ser filha e o ser mãe, que é preciso ouvir as nossas mães, é preciso não esquecer o que as faz feliz e, muitas vezes, “obrigá-las” a não pensar tanto nos filhos. É preciso mostrar aos nossos filhos o carinho que temos pelas nossas mães – porque elas não são apenas as avós. Porque, afinal, é isso que todas nós esperamos quando nos tornamos mães ou não? Que eles nos respeitem, nos amem e que, de certa forma, sejam nossos amigos.

 

Talvez eu tenha muita sorte, porque com a mesma disponibilidade com que ela nos ajuda, ela soube, desde logo, que era preciso manter a sua vida (para além dos filhos), como sabe muito bem, manter a distância certa que é preciso da nossa vida particular, da família e dos maridos.

Tenho muita sorte, porque a minha mãe, com todas as suas fraquezas, não deixa passar o sofrimento e a tristeza que pode eventualmente sentir em algum momento. Para mim, foi a forma que ela encontrar para nos deixar fazer o nosso caminho, marcando a sua presença para quando fosse o momento certo. Tenho sorte, eu sei, mas hoje eu sou mãe e conheço as fraquezas que o amor de mãe de nos traz, a forma como transpomos o nosso coração para fora do nosso peito e como isso nos traz uma certa vulnerabilidade e preocupação para o resto da nossa vida.

Por tudo isto e muito mais, que não posso celebrar o meu Dia da Mãe sem pensar nela, porque ela também fez de mim uma mãe, a melhor mãe que os meus filhos podem ter.

 

 

Obrigada à Perfumaria Douglas pelo convite para celebrar o Dia da Mãe antecipado convidando precisamente as nossas mães a virem connosco. Foi um final de tarde no Sedimento Ceramics Studio, um encontro com a beleza como mote e com o trabalho de equipa e a entreajuda entre mãe e filha na decoração de algumas peças em cerâmica.

Ainda vimos o resultado final, porém sei que a minha mãe trem uma paixão pelos trabalhos manuais e, por isso, adorou.

O Dia da Mãe é só amanhã, mas esta mãe (a minha) é tão especial que teve direito a festejá-lo antecipadamente com atenções redobradas – sem os netos a chamar por ela!

E que nunca haja falta de tempo para vivermos momentos assim com as pessoas de que gostamos e que estão na nossa vida "no matter what".

 

Feliz Dia da Mãe.

 

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