Baptizado Vicente e Laurinha | A Cerimónia
A pergunta que imediatamente me fizeram foi: “Porquê esperar tanto tempo para os baptizar?”. E embora eu ache que já tenha respondido, o motivo maior foi efectivamente o de querer que eles tivessem memória desse momento e que, de alguma forma, percebessem o seu significado. Que não fosse uma espécie de “imposição” logo à nascença, mas que, ao longo do tempo, fossemos trabalhando em família e nos preparando para quando o dia chegasse… e chegou!
Ainda que não sejamos o exemplo perfeito de quem vai à missa todos os domingos, a verdade é que sou uma pessoa católica, que acredita em Deus e que tem a sua fé, algo que encaro como muito íntimo e pessoal. E posso dizer-vos que, quando entrei na igreja, em que baptizamos o Vicente e a Laura, senti automaticamente uma paz e eu dei por mim a pensar o porquê de não vir ali mais vezes.
Portanto, o baptizdo sempre foi algo no nosso horizonte, mas nunca numa perspectiva imediata – porque, como vos disse, associo muito isso à festa e eu procurava simplesmente a cerimónia. Acho que é natural, para mim, que cresci no seio de uma família que acredita em Deus e com todos os princípios da religião e, com isso, o respeito imenso pelo que ali se faz.
E digo-vos que o percurso até este dia foi muito bonito de fazer com eles, pequenos mais interessados e receptivos ao que lhe dizíamos. Chegamos a ir com eles à igreja antes do grande dia, falamos muitas vezes de como tudo se iria passar – aliás, expliquei muito bem a questão da água para não haver surpresas e acabou por correr super bem com os dois.
Os dois sabem, por exemplo, o Pai Nosso e foi fácil a comunicação do Padre com eles, que os colocou à vontade. Houve simpatia e compreensão por serem crianças.
O facto de serem poucas pessoas ajudou e o que ajudou ainda mais é que eram as pessoas do dia-a-dia deles, com quem estão muitas vezes.
No final, fiquei ainda mais feliz do que eu imaginava, feliz por os ter baptizado! Feliz por termos partilhado este dia a quatro – e com os restantes convidados - feliz por termos esta memória que crescerá com eles para sempre. Sinto que lhes devia isto e agora continuaremos a cultivar a nossa fé, a deles, de acordo com os nossos princípios, um pouco à nossa maneira e eles acabaram por decidir de forma quererão prática a fé deles. Fiquei feliz também porque, de alguma forma, aproximou-me de algo que percebi fazer-me falta no meu dia-a-dia, seja isso o que for, seja isso o nome que tiver!
Obrigada, mais uma vez, à Sofia pelas fotografias.