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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

Por vezes,custa, mas aprendemos a aceitar (quando crescemos)

31.01.19 | Vera Dias Pinheiro

o que aprendemos com a vida adulta

 

O desequilíbrio das prioridades é incontornável. Por vezes, mesmo com as tarefas bem definidas e bastante organização (mental), quando pressionadas, acabamos por ceder o nosso tempo para dar aos outros.

 

Esta semana não tenho feito nada por mim, nada e nem sequer me exercitei um único dia. É verdade! Com todas as teorias que coloco em prática, pesa igualmente ser real e humana e essa “condição” leva-me a aceitar estes momentos com naturalidade. Reordenei as prioridades e nessas prioridades nem sempre conseguimos deixar-nos a nós mesmas como prioridade. Tive que dar assistência à família, a casa que precisou mais de mim, tive burocracias de adultos para resolver e a minha flexibilidade de horários, leva a que a “moça” dos recados acabe por ser eu mesma.

 

E, nesta roda viva, neste stress diário, quando olho para o relógio, sinto a pressão de já estar na hora de mais alguma coisa. Neste vai e vem, de um lado para o outro, acontece, alguma vezes – vão sendo cada vez menos e ainda bem, é sinal que estou a conseguir ter mais controlo da situação” – que o peso dos filhos e da família pesa mais na balança.

Depois, é verdade que não me tem apetecido estar por aqui, que a minha cabeça vagueia por uma série de coisas que não agora não interessam para o caso e aí fico, nos planos que faço para os próximos meses. Sinto necessidade de mais atenção ao Vicente e à Laura, sinto que entre os dois, há mais momentos de tensão, sinto que o Vicente precisa mais da minha atenção, que é preciso conversar sobre muitas coisas, fazer muitas perguntas e saber ouvir ainda mais e com mais paciência.

 

Em casa, os ritmos são a correr! As manhãs dependem, são sempre uma carta que tiramos à sorte. Bom… um pouco como os finais do dia e a odisseia que é adormecer a Laura. Hoje é quinta-feira e o meu coração já bate palminhas porque amanhã é o dia em que encomendamos frango assado. Ou seja, é o meu dia livre da cozinha! E o dia em que eles menos reclamam da comida! É o dia em que relaxamos porque, a final, é sexta-feira! E não é que seja daquelas donas de casa que passa horas enfiada na cozinha, mas com mais ou menos refinamento, a cozinha é aquela parte da nossa casa que grita por constante arrumação. Só consigo mesmo equiparar á velocidade com que a roupa cresce no cesto da roupa suja e, na mesma medida, no cesto da roupa por passar – diga-se de passagem, a parte “piorzinha” para mim. Admito que o meu ferro a vapor, aquele do desenrasca e supostamente serve apenas para tirar os vincos, desenrasca mesmo no meu dia-à-dia.

 

Mas, hei!, amanhã começa o mês de fevereiro e, deixem adivinhar, quantos de vocês já estão a pensar na chegada do verão?

 

Para já, a minha contagem decrescente é mesmo para o meu aniversário. São 36 anos de vida para assinalar, sei lá eu ainda onde e como, no ano passado estive na Quinta de La Rosa, no Douro e o tempo esteve fantástico, com um sol maravilhoso. Este ano… talvez iremos para sul, talvez fiquemos por cá… o Vicente pergunta-me que festa quero ter. Os 35 foram muito bons, o dia, embora marcado pela minha epopeia da extração dos dentes do siso, foi bom. Tive a festa que queria, desfrutei aquilo que precisava. Tive a atenção de pessoas que me fizerem sentir que sou especial. Senti-me amada por muitas pessoas e isso é bom, com a idade, é isso que importa cada vez mais, perceber quem temos verdadeiramente à nossa volta, quem está do nosso lado, quem festeja connosco, que nos oferece o ombro para nos levantarmos quando caímos.

 

 

 

Janeiro foi cinzento e não falo apenas do estado do tempo. Sinto-o como uma nuvem que pairou na minha cabeça, senti-me sem motivação para muita coisa, sem criatividade e até energia. Mas foi um mês produtivo, dessas coisas chatas que fazem parte da nossa vida quando crescemos. Passar uma manhã nas finanças ou a tratar de coisas importantes, faz-nos sempre sentir crescidos e com coisas de crescidos para fazer. E mesmo que seja uma seca, nesta fase, não queria que fosse diferente. Dizem que é o ciclo dos 7 anos a fechar-se para dar lugar a uma nova fase das nossas vidas, totalmente diferente.

 

Boa noite!

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"Get over January Blues" | Deixe entrar a boa energia!

29.01.19 | Vera Dias Pinheiro

house plants

 

O mês mais interminável do ano… ainda não acabou! Contudo, eu nunca tenha sentido a lentidão da sua transição de forma tão acentuada como este ano. Regra geral, com a correria do fim do ano e até o ritmo frenético com que entramos no novo ano e nas rotinas, o mês de janeiro sempre me deu a impressão de passar a correr.

Este ano não! Os dias são longos e a sensação, que eu tenho, é a de me apetecer hibernar e só acordar lá para março, quando as flores começam a desabrochar. Houve alguns fenómenos nos lunares a marcar este inicio do ano, face às quais eu não reajo com cepticismo. Por isso, e agora que fevereiro já começa a acenarmos, é como se sentisse vontade de voltar a redefinir as minhas prioridades e os meus objectivos. Arregaçar as mangas e andar com as coisas para frente.

 

Quer parecer-me também que o facto de estar em casa também pesou. A minha rotina fez acentuar esta “depressão” de janeiro. Afinal, é um mês um pouco mais parado em termos de trabalho, é um mês que sofremos a ressaca dos últimos trabalhos – pois, não se esqueçam que, na minha área, os pagamentos não se fazem antes dos 60 dias, o que, por vezes, gera até alguma frustração – e, de certa forma, acabo por me sentir menos “útil” à sociedade do que gostaria. E este ano foi uma espécie de paragem brusca, pois o mês de dezembro foi bastante agitado. Claro que sei separar as coisas, mas ainda assim não me livro dos efeitos colaterais das circunstâncias e, olhem, há alturas em que nos colocamos tudo em perspectiva, em que não sabemos se nos apetece continuar ou repensar tudo do zero…

 

As idas ao ginásio, ajudam a manter os níveis de ansiedade nos valores certos, uma boa alimentação e os bons hábitos de sono, permitem que a depressão seja ténue não desesperante. Ufa! Uma pessoa ate se sente mais crescida e madura por sentir que tem controlo na situação e que está a conseguir encaminhar tudo da forma certa. Com calma e paciência, porque é uma fase, que vai acabar por passar!

 

Nestas alturas, a sensação de ninho ajuda – aguentar o barco (aka casa) de forma organizada, ajuda a manter a mente em ordem, a estabilidade familiar também e os planos concretos que temos para este ano, também – e aqui, penso que escolher a família e fazer com que esse projecto vingue, é de facto a escolha mais importante da nossa vida. Afinal, ali temos o nosso porto seguro, a estabilidade emocional para passar pelos momentos mais turbulentos e o amparo até que melhores tempos cheguem.

 

Todavia, chegar até aqui também tem sido um processo de aprendizagem que temos feito ao longo dos anos. São oito anos no total e seis desde que temos filhos. E, embora, eu tenha a opinião de que não existem propriamente “regras” para que se contrua uma família, percebo – aliás, percebi com o tempo – que é preciso tempo para amadurecer, enquanto pessoal, enquanto parte de uma relação e na relação com o outro. E nós, temos feito esse caminho com filhos e mudanças profundas pelo meio. E isso tornou tudo bastante mais difícil…

 

E há palavras que não esqueço, daquelas raras vezes em que alguém de fora nos dá um bom conselho de (e para a) vida: “dá tempo, espera que os filhos cresçam um pouco e que os momentos turbulentos, atenuem. Nessa altura, terás o discernimento para avaliar a relação a dois, a vida em família e então tomar decisões com cariz mais definitivo na tua vida.

Esperei… sem me arrepender dessa espera.

Mas agora, janeiro “go away” por favor! A brincar, a brincar, já ando a falar de ti há tempo a mais. O assunto não muda!

 

Enquanto isso, podemos sempre dar um empurrãozinho e criar, à nossa volta, um ambiente de boas energias. Cá em casa, tenho optado pela escolha de plantas naturais, escolhem em função da manutenção que exigem, ou seja, nada de muito delicado para quem aguentem bem e resistam por muito tempo.

 

| Imagens retiradas do Pinterest |

 

E, por falar em plantas e boas energias, aqui ficam alguma ideias para terem em casa:

  • Arruda
  • Bambo da Sorte
  • Lavanda
  • Palmeira de jardim
  • Sálvia
  • Planta do Dinheiro
  • Orquídea
  • Girassol
  • Cactos

 

Depois, podemos ainda explorar as regras do Feng-Shui, mas pelo que li, as plantas com folhas ponti-agudas, como por exemplo, a Espada de São Jorge não são as ideiais para ter em casa, embora seja óptimas para afastar a inveja e as energias indesejáveis, ao mesmo tempo que atrai a sorte e a protecção. 

 

Se estiver por aí alguém com conhecimentos mais aprofundados sobre este assunto, que deixe a sua opinião. 

 

Boa noite!

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Fim-de-semana: Uma exposição e um restaurante como sugestão

28.01.19 | Vera Dias Pinheiro

fundação calouste gulbenkian

 

 

Há algum tempo que não tínhamos um fim-de-semana assim… como “assim”? Assim, calmo, mas ao mesmo tempo, preenchido com coisas diferentes, com amigos, com lugares de experiências diferentes. E em que foi realmente possível fazer um pouco de tudo.

 

As manhãs de sábado estão sempre comprometidas com as aulas de natação, mas é dia de ir ao mercado, comprar os essenciais para a semana seguinte, desde frutas, legumes, passando pela carne e muitas vezes o peixe também. Porque é assim que eu tenho conseguido organizar-me melhor na gestão das refeições: à semana! E, mais do que isso, à semana e efectivamente, com menos desperdício, porque salvo raras excepeções, comemos tudo e reinventamos aquilo que compramos, sem novas idas às compras, até chegar novamente o fim-de-semana.

 

Compras conscientes, passam também por minimizar o desperdício alimentar, que é algo que eu confesso, mexer bastante comigo. Por isso, reinventa-se e, muitas vezes, inventa-se. Portanto, em vez de ter todos os dias algo diferente para comer, acabamos por ter refeições diferentes, mas com os mesmos ingredientes.

 

E como não atinei com as ementas semanais, a organização feita desta forma funciona melhor comigo. Sei as refeições de carne e de peixe que tenho para a semana, adianto os acompanhamentos, que vão variando. Na parte de cozinhar, admito que o meu truque passa por ser o recurso ao forno.

 

Bom, mas se isto resumiu grande parte do nosso sábado, o domingo foi para passear. Sem pressas, com duas crianças um pouco generosas na hora de acordar, almoçamos fora. E como sugestão deixo-vos o restaurante DOTE – Cervejaria Moderna, da Avenida da República, óptimo para ir com crianças. De seguida, passamos pela – sempre agradável – Fundação Calouste Gulbenkian para ver a Exposição do Eça de Queiroz, gratuita e, de certo modo, interactiva.

 

Claro que, para uma criança de dois anos, é preciso alguma paciência, porque aquilo não lhe diz rigorosamente nada, porém, o Vicente já foi fazendo algumas perguntas e interagindo connosco. Digo-vos que fiquei com vontade de ler novamente o livro Os Maias ou, então, rever a série portuguesa que foi feita.

 

eça de queiroz e restaurante dote

 

 

Há muito que não fazíamos um programa assim. Rotina, cansaço, preguiça ou simplesmente falta de iniciativa… não sei qual será o motivo. Porém, sei que nos acomodamos com demasiada facilidade, o que, por sua vez, dificulta o processo inverso de sair do “comodismo”. Em dias assim, acaba também por haver uma maior interajuda de todos. Todos acabam por se envolver um pouco na vida de casa e familiar, o que após a agitação da semana, é importante para reequilibrar as energias e focar nas prioridades. Uma família que olha na mesma direcção e que projecta objectivos comuns acabam por conseguir superar com um outro animo os problemas e os dias mais complicados. Essa certeza, acaba por ser um dos principais motivos pelo qual ela se mantém unida.  

 

Boa noite.

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Passei só para vos dizer "i am alive" e desejar bom fim-de-semana

25.01.19 | Vera Dias Pinheiro

mudar de vida

 

Tudo seria bem mais fácil se eu conseguisse escrever só por escrever, do género escrever para “encher chouriços”. Mas a verdade é que não sou esse género e, para mais, quando tenho alguma coisa a pairar em cima de mim, é como se ficasse dominada por aquilo. Entendem?

No caso “essa coisa” não é coisa para o imediato, o que é grave, no caso, porque não quero andar nesta bolha - meio cá, meio lá - a consumir-me até ao facto ser consumado. Porém, a verdade é que, sinto-me um pouco dominada por isso, deve ser a tal ansiedade que não controlamos.

Acredito que o facto de o mês de janeiro estar a ser tão longo também tenha alguma influência. Afinal, parece que o tempo não passa, o que, ao mesmo tempo, nos dá uma certa sensação de estagnação.

 

O que é um pouco contraditório, afinal, queixámo-nos sempre muito que p tempo passa a correr e do facto de não termos tempo para nada. Enfim... ninguém disse que sermos humanos era fácil, não é?

 

Depois, os entendidos nestas coisas dos astros, dizem que a culpa é, afinal, da lua e que, no fundo, esta sensação acaba por ser um pouco transversal a todos nós. A solução? Bom, acho que aceitar e respeitar o nosso tempo. O que eu acho que é muito importante, porque cobramos muito de nós e colocamos muita pressão e, às vezes, não existe rigorosamente nada que possamos fazer para mudar o que quer que seja.

 

Todavia, sabem o que me custa mesmo?

Ok, tudo bem que eu aceito, mas não deixo de me sentir um pouco aquém do que deveriam ser os meus dias. E como se me tivesse bloqueado, em que o meu foco já não está exactamente aqui e passou a estar em algo futuro.

 

Resta-me o conforto de quem acorda de manhã sempre com a esperança que é naquele dia que as coisas vão mudar. E, assim, tenho sido extremamente eficiente: acordamos cedo, deixo a casa em ordem antes de sairmos, os miúdos ficam bem na escola, vou ao ginásio, tenho tido alguma organização na gestão da vida familiar, entre as refeições, as compras de supermercado, as roupas e todas essas coisas que nos consomem bastante tempo.

 

E hoje até esteve sol, não há motivos para nós queixarmos dos efeitos da falta de vitamina D.

 

Mas sabem? Desde o ano passado que a nossa vida familiar tem vindo a evoluir, mesmo com todos os problemas e adversidades que existem em todas elas. Está a evoluir e estamos a tomar decisões importantes enquanto família, a quatro, porque a verdade é que para que este projecto funcione há que ter objectivos comuns, temos que remar na mesma direção e estarmos unidos.

Tudo está a acontecer por uma razão, que é boa, só que, talvez, eu não consiga ser tão multitasking quanto gostaria e não gosto de fazer nada que em esforço. Tenho dias em que sentar-me e concentrar-me no presente, é difícil. As coisas não fluem e eu não tenho forçado.

 

O que é certo é que não me posso queixar de monotonia na minha/nossa vida. Muito pelo contrário, é bastante preenchida com desafios. Por agora, irei continuar com a mesma postura: encarar cada dia como uma nova oportunidade, até que, finalmente, a minha mente e o meu corpo se alinhem… no presente.

Bom fim-de-semana.

 

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Dos 5 para os 6 anos: quem eu sou importa! | Por Patrícia Fernandes, Psicóloga Clínica

22.01.19 | Vera Dias Pinheiro

dos cinco para os seis anos

 

Aos cinco anos a criança passa por um desenvolvimento tremendo. Existe um confronto com a realidade e a tomada de consciência que o mundo não funciona como os contos de fadas. A criança torna-se consciente de que as suas ações afetam não só as reações dos outros como também os seus sentimentos. Têm maior consciência do certo e do errado, começando a compreender melhor estes conceitos, mas ainda muita dificuldade em controlar os seus impulsos.

 

Podemos observar a construção da personalidade e o brincar tem aqui um papel primordial. As brincadeiras têm diversos objetivos – fazem experimentar sonhos e desejos, ajudam a aprender sobre os papéis de cada um, ajudam a criança a controlar-se e a ser amigo de alguém. É nesta fase também que se desenvolve a empatia e um aumento de autonomia; é por isso fundamental que as crianças brinquem em conjunto, experimentando as diversas emoções. Por outro lado, o tempo passado com as novas tecnologias limita um pouco este desenvolvimento: o tablet sabe perdoar; com ele a criança demora o tempo que precisa e pode sempre reiniciar o jogo.

Nesta idade, as crianças expressam uma mistura entre fantasia e medo ao brincarem com várias figuras e personagens. Os rapazes de cinco anos, por exemplo, necessitam muitas vezes de ser agressivos nas suas brincadeiras (e por isso escolhem também jogos de lutas como o agora tão famoso fortnite) mas também de se sentirem protegidos deles próprios. Precisam de alguém que os ajude a que as brincadeiras não excedam os limites, mas é ao brincarem uns com os outros, ao experimentarem-se mutuamente, que aprendem sobre o seu controlo interior, sobre a valorização do outro, sobre si próprios. Brincar é também uma forma de aprender regras.

 

Vejamos o exemplo de um rapaz nesta faixa etária, como é o caso do Vicente.

Nesta fase há a descoberta que consegue influenciar os seus pais, professores e os seus pares através do seu comportamento. Toma agora consciência do seu “eu” o que faz com que modifique a sua posição no mundo e aja de maneira diferente nos diferentes contextos.

 

Com os pares, procura que gostem de si e já têm noção quando não gostam. Quer ser aceite e até liderar. Gosta de ter os que os outros têm, partilhar as mesmas brincadeiras – se não for capaz de se adaptar, tem agora noção disso. Por isso lá em casa poderão pedir jogos que os pais não conhecem ou quererem figuras e personagens que os pais sabem que eles nunca viram em casa.

 

Como agir nesta fase? Com bom senso. Não entrando no consumismo desmesurado ao dar tudo o que possam pedir só porque o amiguinho tem, mas ouvindo as suas preferências lembrando-nos que estão a desenvolver o seu “eu”.

 

Aos cinco anos estão a tornar-se conscientes e orgulhosos de que são. Por isso também dizem mais “não gosto disto” e “não quero aquilo”. Estabelecerem as suas preferências é uma forma de se definirem a si próprios e construírem a sua personalidade.

Cabe aqui aos pais alguma paciência, aprendendo a não se precipitarem: “experimenta os bróculos só desta vez” ou “experimenta hoje vestir a camisola vermelha”. Passar por cima deste ímpeto em direção à autonomia é ignorar que estas preferências resultam de uma forma de autodefinição, um esforço enorme de desenvolvimento. Os pais devem assim perceber quando afrouxar a pressão e aprender também a dar algum espaço à crescente autonomia da criança.

 

Não é necessário controlar todas as escolhas de uma criança de cinco, seis anos; não vamos ignorar os esforços dela para ser autónoma, mas antes tirar vantagem das oportunidades para respeitar as suas preferências.

 

Informação para workshop com base no livro "O Monstro das Cores", as emoções explicadas através das cores: 

 

 

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Síndrome do Ninho?! Finalmente, chegamos à fase da decoração.

21.01.19 | Vera Dias Pinheiro

decoração de sala de estar

 

Levo algum tempo a decorar a minha casa, tal e qual eu, quero. Ou melhor, levo algum tempo a entender a minha “vibe”, aquilo que eu quero transmitir e sentir quando estou em casa – e que espero que passe também um pouco para as pessoas que nos visitam, já que nós somos essas pessoas, aqueles que adoram fazer convívios em casa.

Muito mais do que peças de decoração “chave”, do que o design ou, até mais do que um estilo ou tendência, a nossa casa é o reflexo de quem somos. Eu diria ainda que ela espelha bem os nossos estados de espírito, incluindo os nossos altos e baixos.

 

Se a casa anda arrumada, se mantemos as coisas organizadas, é sinal de que andamos bem, tranquilos e equilibrados. Mas se pelo contrario, andamos naquela fase em que tiramos de um lado para colocar no outro, sem arrumar, em que adiamos fazer as coisas, é porque algo se passa, talvez seja um momento menos bom que estejamos a atravessar. Às vezes, basta uma noite mal dormida!  

 

E, claro que uma casa, sendo o reflexo das pessoas (da família) que nela habitam, é natural que se adapte as diferentes fases. Ainda há bem pouco vos disse que desde que tinha deixado de ter em casa bebés, que foi muito mais fácil destralhar uma serie de coisas que se acumulavam desde o nascimento do vicente, que andavam para trás e para a frente, connosco, porque sabíamos que queríamos um segundo filho, e depois, porque um bebé precisa de muita coisa - ou somos nós que acumulamos muita coisa – mas adiante.

Agora estamos numa fase boa, diria, com as crianças mais crescidas e em idades em que já se entendem e comunicam muito bem entre si. E, futuras mães de dois, pela minha experiencia, o segundo prefere sempre os brinquedos do irmão mais velho e vai preferir sempre brincar com ele, por isso, esqueçam os brinquedos específicos para um e para o outro.

 

E faço questão de manter um espaço deles na sala, esta mesa, que serve de refeições quando fazemos refeições na sala com os amigos, é onde brincam e esta casa é um exemplo de brincadeira em que é possível encontrar os dois juntos.

casa de bonecas

 

 

As coisas que a Laura recebeu especificamente de menina, pelo natal, estão ali, sem que ela lhes preste atenção. Até pode ser uma fase, mas ela prefere muito mais poder imitar o irmão nas mais variadas coisas. As avós que me desculpem, se sentem que os brinquedos não são valorizados como tinham em mente na altura em que decidiram comprá-los.

 

De todas as divisões, a sala de estar é aquela que acaba por resumir tudo aquilo que somos, embora, tudo aquilo que somos cá em casa, é falar muito de todos os objectos que o Vicente e a Laura deixam espalhados em cada canto. Mas, é na sala que consegui, finalmente, reunir, resumir a nossa história, e muito graças aos objectos que vamos reunindo das nossas viagens e das nossas aventuras, para além do meu mural de fotografias que estava pendurado há bastante tempo.

mural de fotografias

mural de fotografias

 

Entre as telas que trazemos de algumas das cidades que visitamos, em vez de comprar telas que não nos dizem nada, temos, então, as fotografias que mostram um pouco por onde temos andado ao longo dos últimos cinco anos. E, tudo o que virá no futuro, será para juntar a esta nossa história.

 

telas de cidades

 

Ali percebo a sorte que temos e encontro sempre motivo para agradecer. Afinal, viajamos muito, já vivemos num outro país, temos amigos especiais que estão próximos não importa a distância física ou o tempo que podemos passar sem falar. Grande parte dos nossos motivos para sorrir estão aqui espalhados e, por isso, que o sorriso não nos falte em momento algum, pois há sempre o outro lado da moeda.

E, se calhar, para cada coisa menos boa, temos duas ou três muito boas para contrapor!

 

Este aparador - banalíssimo - sofreu um ligeira alteração, que foi o tampo em madeira que comprei e que colei com fita adesivas (de ambos os lados). Acabou por ficar logo com outro ar, que não aquele "branco corrector". 

As flores também não podem faltar e estas já têm mais de oito dias, quando fui ao mercado pela última vez e as comprei. 

decoração de sala de estar

Entretanto, aproveitei também para comprar uma flor Espada de São Jorge, conhecida pelo seu forte poder de protecção. Acreditem ou não, o melhor é prevenir - e eu acredito! E calha bem, pois não precisa de uma grande manutenção, nem de muita água.

flores

 

 

Ainda assim, do que tenho mais orgulho, é mesmo da minha parede cheia de molduras. E vocês, se tivessem que escolher uma parte da vossa casa ou um objecto de decoração que mais gostam, qual seria?

 

Boa noite!

 

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As noites, por aqui, continuam a ser um problema!

17.01.19 | Vera Dias Pinheiro

as noites difíceis dos filhos

 

 

Não são as noites propriamente ditas, é, sim, o adormecer. Um processo difícil para todos, com tudo o que de menos bom isso implica. Estaria a mentir se, entretanto, vos dissesse que tinha encontrado a “receita milagrosa”. Longe disso, parece que, com a Laura, nada funciona, a não ser a sua vontade intransigente e cheia de teimosia.

 

Passa uma hora, passam duas e, às vezes mais, até que ela adormeça. Tentamos várias coisas, contudo ela consegue sempre inventar mais umas quantas para resistir. A fome, a sede, o cocó, o xixi, o brinquedo, a dor de barriga, uma dor numa parte incerta, a comichão, a vontade de ir para a cama da mãe… às vezes, chega a enfiar na sua cama todos os brinquedos que consegue, ao ponto de ter que nos vir chamar, a seguir, para tirar as coisas, pois já nem sequer consegue ter um espaço para se deitar.

 

Levanta-se, senta-se, deita-se. E repete-se tudo isto vezes sem conta. Ou tantas vezes até nos fazer perder a cabeça. Ignoramos, chamos à atenção, explicamos como é importante dormir, pedimos que fique em silêncio por causa do irmão, que já dorme. Vamos, ficamos e voltamos a sair. Ficamos e ela brinca, rebola, refila, geme. Ficaria por aqui horas a explicar-vos tudo o que acontece naquele tempo até que finalmente adormeça.

 

É cansativo, continua a ser desesperante e a tocar no nosso botão que acciona a irritabilidade e a falta de paciência. Respiramos fundo! Ao fim de alguns minutos em silêncio, começamos a respirar de alívio. Todavia, ainda não é desta, ainda se houve a música do boneco, que já nos irrita só de olhar para ele.

 

É assim todas as noites, mesmo aquelas em que não dorme a sesta à tarde. Não fazemos uma festa, nem celebramos quando adormece bem uma ou duas noites (ou até três) seguidas. Pois, invariavelmente, este cenário volta a repetir-se.

 

No entanto, eu acredito que possa ser uma fase e que, embora, claramente não tenha os padrões de sono semelhantes aos do irmão, com o tempo ela vai acalmar, ou, pelo menos, será mais fácil a comunicação e fazê-la perceber que, mesmo sem sono, tem que ficar deitada até que o sono chegue. Dormir é importante!

 

Resumindo e concluindo, não vale a pena deitarmos foguetes e levantarmos as mãos ao céu por termos um filho tão bonzinho. O segundo, o terceiro, podem vir e mudar tudo. Podem vir acabar com o vosso sossego e retirar qualquer tipo de “bom senso" às vossas teorias acerca dos filhos e da maternidade em si. Podem dar por vocês, completamente a zeros, sem saber o que fazer ou como lidar, exactamente nas mesmas situações, mas um outro filho.

 

Já recorri ao "Spray Anti-Monstros", ao leite morno, ao leite normo com mel, à história, ao Anjinho da Guarda, aos beijnhos, às palavras ditas em surdina... Já ignorei, já mandei um berro, já ameaçei também, vejam só... Ainda assim, o que resulta mesmo é manter-me serena, ignorar, mais do que valorizar, certas chamadas de atenção. Ser clara e directa na hora de dormir e, por fim, rezar para que seja o mais rápido e tranquilo possível.

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