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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

"Ainda assim, há uma coisa que não se ganha, o tempo"

13.12.18 | Vera Dias Pinheiro

só o tempo não se ganha

 

Chegamos de férias na segunda-feira à noite. No dia seguinte, terça-feira, tivemos a visita do Pai Natal. Amanhã, sexta-feira, temos a primeira festa de natal da escola (do Vicente). No fim-de-semana, logo a seguir, eu ainda tenho alguns trabalhos e temos também alguns programas de natal que queremos fazem com os miúdos. Entre peças de teatro, queremos ver também as iluminações nas ruas da cidade. E, nesta azáfama, arranca, num ápice, mais uma semana. Com mais uma festa de Natal, desta vez da Laura, e um convívio de natal do judo do Vicente. Para ambos, é preciso contribuir com alguma coisa, doce ou salgada, e não me posso esquecer da lembrança do amigo secreto para a trocar entre os judocas.

 

Entretanto, apercebo-me que logo a seguir estamos no Natal. Como assim?!

 

Não tenho nada pensado e muito menos preparado. Valha-me a família pequena que se reúne cá em casa, pelo menos isso. Sendo assim, lembrei-me agora que há que ir ainda ao talho reservar o cabrito ou o peru, sei lá eu. A seguir, caímos de para-quedas no fim do ano.

 

Como assim?

 

E este ano, que havia vontade de fazer alguma coisa fora de casa, acho que vamos repetir o mesmo programa dos últimos anos. Trazer toda a gente e fazer a festa cá em casa – e eu não me importo nada, diga-se de passagem. Acho um exagero o temos que pagar por uma noite.

 

E, literalmente, sem grande tempo para respirar, arrancamos logo de seguida com o aniversário do Vicente, mais uma tarefa que está em stand-by. Todos os anos a mesma coisa, sempre a mesma aflição para lhe proporcionar a festa que deseja.

 

Irei conseguir, afinal, não será pior do que nos anos anteriores. É sempre assim, à pressa e em cima da hora! Pobre rapaz, mas o que vale é que acaba sempre por adorar as festas e ter os seus amiguinhos por perto na hora de soprar as velas. E, quando finalmente me sento e respiro, já metade de 2019 se passou. E já estamos a pensar no verão. Começo a não ter idade para aguentar este ritmo e viver nesta correria.

 

Confesso que tirar uma semana de férias nesta altura do ano é cirúrgico. Quebra-nos a rotina por completo, vamos para longe, com dias preenchidos de novidades e experiências diferentes. Absorvemos tudo, sem pensar em muito mais do que explorar! Sem darmos por isso, crescemos todos um pouco por dentro, acrescentamos um pouco de mundo aos nossos horizontes, conhecemos outras que pessoas e outras formas de estar. Estamos disponíveis a isso e há sempre alguém que faz parte dos nossos dias de turistas. Desta vez, foram duas francesas que “tinham fugido” do clima de tensão dos coletes amarelos em França.

 

Uma delas partilhava que não tinha muitos luxos, trabalha como enfermeira e poupavam o dinheiro para viajar. Para sair da rotina, para conhecer algo de novo, para estar com outras pessoas. Entramos num bar perto de casa para provar os típicos chichetti de Veneza. Começamos a falar italiano e acabamos numa animada conversa em francês. Os miúdos lá nos vão acompanhado como podem, respondem por instinto e olham para nós à espera de alguma ajuda ou orientação. 

 

E eu penso da mesma forma que aquela senhora francesa. Compensa-me juntar todos os “tostões” e sair daqui, ganhar mais do que tenho e despreocupar-me com as coisinhas do dia-a-dia que “não matam, mas moem”. Sabem?

 

Só com este “mundo” que vamos procurar nas nossas viagens é que conseguimos tornar-me fortes para sermos superiores a esses “problemazinhos” do dia-a-dia. Relaxamos para dar importância somente ao que é realmente importante.

 

Ainda assim, há uma coisa que não se ganha, o tempo. Esse foge-nos constantemente. Resta-me aproveitar o presento com tudo o que tenho, dar o meu melhor a cada dia.

 

Boa noite!

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