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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

Optamos por deixar de fazer um alarido à volta do assunto!

17.10.18 | Vera Dias Pinheiro

entrada na creche

 

 

Não voltei a abordar o tema da integração da Laura na creche, primeiro, porque já não se trata de integração e isso, levou ao segundo motivo: passamos a relativizar o assunto, sem dar importância às coisas que ela diz e às birrinhas matinais à entrada da sala. Lembram-se do post sobre “Acabar com as manhas e o mimimis?”. Pois, foi, a partir daí, que deixei que tudo isso continuasse a demasiado emocional para todos.

 

De facto, teve uma adaptação complicada – aos meus olhos e face a alguma expectiva que inconscientemente tinha sido criada. Precisou do seu tempo para observar tudo à sua volta, para conhecer todas aquelas pessoas e sempre à distância, sem se envolver em nada nem com ninguém. Alívio era a palavra que tinha estampada na testa assim que me via chegar para a ir buscar.

 

Claramente, estamos um passo à frente desta fase. Está óptima na escola, tem amigos, já aprendeu imensa coisa, até as mais irreverentes... Continua a “não me deixar” vir embora com a cabeça em paz, porque chora sempre que a deixo de manhã. E, em todo este processo, natural e ao qual deixei de me importar, ao mesmo tempo que tive que encontrar as minhas defesas emocionais, muita coisa tem acontecido.

 

Em conversa com amigas professoras e psicólogas, percebi que a Laura estava a fazer o seu processo normal. Não estava mal, estava a observar para depois se integrar. É uma miúda bastante esperta, mas que continua a fazer o drama comigo na altura de ficar na escola.

 

Uma das coisas que aproveitei foi para alterar às rotinas de dormir. E nunca mais ninguém se deitou com eles na cama para adormecerem. Conversei com ambos, expliquei e mostrei tudo o que eu ainda tenho para fazer e o porquê de não poder ir-me deitar e ficar ali. Repito inúmeras vezes que não estão sozinhos e que está tudo bem. Os dias não são todos iguais, mas já não voltamos aonde estávamos.

 

Ou seja, há dias em que me sento na cadeira perto da porta do quarto, outros em que adormecem sozinhos sem grande stress e, depois, há todos os dias em que estão na paródia um com o outro e aí levam mais tempo a adormecer.

 

Precisávamos todos disto! Precisávamos muito disto!

 

Depois, houve algo que naturalmente aconteceu e que foi o deixar a fralda. Não tem o desfraldo completamente feito e eu não estou com método rigorosamente algum. Simplesmente, A Laura deixou de querer levar fralda para a escola e, na escola, deixou de querer pôr para vir para casa. E eu o que fiz foi deixar-me ir ao sabor dela.

Se houver truques nesta coisa que é aprender a lidar com os filhos, eu diria que o mais importante é mesmo aprendermos, em primeiro lugar, a escutar o nosso filho e a aprender a respeitar o seu ritmo e vontade.

 

No fundo, trata-se de deixá-los serem eles a marcar o passo-a-passo das mudanças! Educar não é impôr um caminho, educar e descobrir a melhor forma de os conduzir pela vida fora.

 

O meu mantra de todos os dias!

 

 

Eles têm vontades, aos quais não podemos simplesmente ignorar. Eles têm que ser consultados, mas conscientes de que a autoridade vem da mãe e do pai. E assim eu acho conseguir construir um caminho de diálogo entre nós.

 

Um diálogo que, em bom rigor, acaba, muitas vezes, com as famosas expressões, como “É assim porque eu estou a dizer e ponto final!” ou, então, “É assim, porque quem manda sou eu!“

 

Mas a maternidade não é um livro com um final fechado. Não sei o dia de amanhã, não sei que caminho os meus filhos irão seguir. Há dias que são os melhores amigos, outros em que não se podem ver um ao outro. Há dias em que estão virados para fazer o que lhes peço, outros em que está tudo mal.

 

Já ouvi do Vicente que não me queria ver mais “nenhum dia”, mas ouço, muito mais vezes, que sou uma mãe inteligente que nunca se esquece de nada!

 

E é isso, eu sou mãe, não sou a colega da escola e tenho isso bastante presente. Contudo, eu também aprendo muito com eles, inclusivamente a ser mãe. E se aprendi com o primeiro filho, aprendo ainda mais com o segundo e ainda mais com os dois em conjunto!

 

 

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Realização Pessoal e Maternidade em Exclusivo | (In)Compatibilidades

17.10.18 | Vera Dias Pinheiro

realização pessoal na maternidade

 

 

Vão ver que, mais cedo ou mais tarde, terão que aceitar – sem se castigarem – que simplesmente não dá para fazer tudo. Quando não se delega em ninguém as responsabilidades, seja da casa, do trabalho, dos filhos, etc… há um momento, em que uma delas vos exige mais e vão ter que fazer escolhas – ou seja, estabelecer prioridades. O meu dia hoje, por exemplo, foi passado a resolver burocracias, a responder a e-mails e a limpar a caixa de e-mails que estava a ficar sem espaço; a planear a parte comercial, afinal, está a chegar o fim do ano. Porém, estava a faltar-me o tempo para escrever. Entretanto, o relógio já me apressa para ir buscar os miúdos à escola e, entretanto, acabou-se o tempo de concentração. E este cenário replica-se com a casa, com os filhos, com as oportunidades para sair, etc… gerir tudo isto em conjunto diariamente não é possível. Podia dizer que sim, mas os dias teriam que ser intermináveis e… teria que ter ajudas… ponto!

 

A minha regra continua a ser a mesma: ter um método, adequado e realístico, e ser o mais rigorosa possível. Começar a vacilar, nem que seja na mais mínima coisa, é automaticamente estar a deixar algo para trás. E isso, minhas amigas, é o suficiente para se começar a acumular.

 

E é, nessa fase, que eu bloqueio!

 

Quando chego a esse ponto, paro tudo o resto e tiro o tempo que for preciso para resolver caos. É assim que faço o meu reset mental. Assim que volte a ter tudo em ordem, voltamos a implementar o método, voltamos a ser rigorosas… até ao momento em que voltamos a vacilar. E o ciclo repete-se.

 

Já testei vários modelos e a verdade é que eu, pelo menos, não consigo atingir o tal estado de perfeição. Caminho para um bom equilíbrio, isso, acredito e sinto que sim! Ter recuperado o meu tempo e poder trabalhar e fazer as minhas coisas sem me dispersar várias vezes por dia, contribuiu para a minha produtividade. E estou muito feliz! Nesta fase da minha vida, sinto que aquilo que eu faço, faço do início ao fim e isso dá-me um alívio enorme! Cada vez menos, existem pontas penduradas, assuntos deixados a meio, esquecidos, etc…

 

E aquilo que, para quem está de fora, pode ser encarado como desleixo ou até procrastinação, especialmente nos homens habituados, pela sua natureza, a fazer só uma coisa de cada vez, traz-me, então, a tal culpa de não conseguir ter sempre tudo em ordem, de ser sempre organizada, de estar sempre um passo à frente, de mim e dos outros.

 

Para além disso, à medida que os filhos crescem, há algo dentro de mim que se vai alterando progressiva e naturalmente, a vontade de me dedicar, passo a passo, a mim e à minha vida. E eu sabia, bem cá no fundo, que este momento iria chegar. Mas não me importava saber a priori quando ou como. Simplesmente mantive-me disponível!

 

A verdade é que eu também não quero deixar o meu trabalho para trás. Aliás, quero fazer cada vez mais coisas que eu começo a perceber que se vão tornando efectivamente possíveis. Não quero não cumprir prazos, só porque sou freelancer ou porque até posso nem ter prazos. Quando se leva uma ocupação a sério, seja ela qual for, e quando essa ocupação, para além de uma paixão, assume proporções de um trabalho, eu quero se rigorosa, eu quero fazer cada vez mais e melhor e isso também exige de mim tempo!

 

Eu tenho gosto em fazer bem, tenho gosto em ter tempo para me dedicar e até surpreender ou, pelo menos, sair do básico e, de alguma forma, ser criativa.

 

E este é, provavelmente, o resultado do percurso profissional que tenho feito e do maior tempo que vou tendo para me dedicar e perceber o que realmente posso fazer. E assim, vou tendo outras coisas que me preenchem, que captando mais a minha atenção e que eu vou gostando, cada vez mais de fazer, e isso não tem mal. Porém, como em tudo, sempre que há uma mudança é preciso tempo para que as pessoas se habituem, respeitem e até encarem com naturalidade essa evolução. Afinal, nada tem a ver com desinteresse por tudo o resto.

 

Não tenho dúvidas quanto ao meu lugar e presença junto dos meus filhos e dedicação à família, porque sim, também é muito disso que se trata. O que acontece, é que existe uma parte da Vera que, embora nunca tenha sido esquecida, teve que dar lugar a outras facetas. Esse lado, que também nunca foi subestimado, como muitos pensaram, está a agora a ganhar o seu destaque. E eu sempre soube que seria assim, só não sabia como nem quando essa mudança iria acontecer.  

Não coloquem demasiada pressão em vocês, aceitem-se e gostem de vocês próprias, isso é meio caminho – ou o caminho todo – para não se desvalorizarem ou ficarem triste com a “incompreensão” dos outros.

 

Boa noite!

 

 

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Outubro tem doce e tem travessura: 6 receitas com abóbora!

16.10.18 | Vera Dias Pinheiro

receitas com abóbora

 

Outubro é o mês do doce e da travessura e se tem doce, diria que tem obrigatoriamente abóbora. Pode ser abóbora menina, chila ou porqueira. É um fruto rico nutricionalmente e pouco calórico (cerca de 25 por 100gr), não descurem das sementes – são a parte mais rica da abóbora, sabiam? – e a forma de ser confecionada são várias.

 

Outubro, o mês do Halloween, quer se goste, quer não, vamos ser “impingidos” com tudo o que diz respeito a esta tradição. Porém, se não faz o vosso género e se não estão a pensar andar mascarados ou à caça do doce ou travessura, aproveitem esta fruta da época para preparar uma receita deliciosa que acompanha muito bem com um chá ou qualquer outra bebida quente – pois começa também a ser a sua altura do ano de eleição.

 

Alguns dos benefícios da abóbora:

 

“(…) 1. fonte de vitamina A, B C, E e K;

  1. tem baixo índice glicémico, podendo ser consumidas por diabéticos com segurança;
  2. ajuda a prevenir o cancro, nomeadamente o cancro da mama, do colon, da pele, do colo do útero e do pulmão, visto ser rica em antioxidantes, especialmente os carotenoides;
  3. é muito benéfica para o coração, graças à presença de magnésio, folatos e carotenoides;
  4. ajuda a reduzir o stress;
  5. é rica em fibras alimentares e ajuda a manter o trato intestinal limpo;
  6. ajuda a perder peso, visto ter poucas calorias e ser rica em fibras;
  7. ajuda a melhorar a qualidade do sono;
  8. ajuda a melhorar/reforçar o sistema imunológico, graças à combinação da vitamina C e do betacaroteno;
  9. enriquece a dieta dos bebés. A abóbora é altamente recomendada pelos pediatras, a partir dos 6 meses, visto ser um alimento rico em ferro, vitaminas, potássio e betacaroteno. (…)”

Fonte: 18 Benefícios que a abóbora oferece à nossa saúde, in Clínica Persona

 

Não me vou alongar nas formas de como pode ser ingerida (crua, cozida, estufada, seca, etc…), nem vos lembrar de a introduzirem na sopa da família. Então? Vou ficar-me pela abóbora na sua versão doce.

 

Partilho com vocês algumas das receitas ”mais atraentes” que vi pelo Pinterest.

 

  • Carreguem nas imagens para irem directamente para a receita.

 

tarte de pure de abóbora e gengibrepão de abóbora muffins de aveia e abóbora.jpg

 

 

Waffles de abóbora e especiarias

Bolachas de abóbora com pepitas de chocolatebolo de abóbora paleo

 

Bolo de abóbora vegan

 

 

 

 

Nota: não nos podemos esquecer de acrescentar aqui o maravilhoso doce de abóbora, seja simples, seja com amêndoa ou pinhão. Não costumo fazer, mas a minha irmã fazia um de babar!  

 

Se tiverem a receita, por favor, partilhem! Eu comprometo-me a testar o Pão de Abóbora durante o fim-de-semana. Combinado? 😊

 

Boa noite!

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Os cuidados que os peixes exigem de nós | Diário de um peixe #4

15.10.18 | Vera Dias Pinheiro

ter um peixe como animal de estimação

 

Quando pensámos em ter um animal de estimação e quando chegámos à conclusão de que um peixe seria, então, a opção mais viável para a nossa família, precisei de ter certezas. Não queria ter que lidar constantemente com a morte de um deles e ter que explicar isso ao Vicente e à Laura, além de que, se isso de facto se viesse a confirmar, acho que para mim seria igualmente difícil. Um peixe é um ser vivo, não é um peluche que repomos quando se estraga. Certo?

 

Foi por isso que fiz um grande trabalho de casa prévio. Procurei informação, quis saber mais, especialmente quis saber o porquê de 99% dos peixes que temos como animais de estimação não sobreviverem além de um número limitado de meses. E daí a minha ligação com a Tropical Marine Center (TMC) desde o início de todo este processo.

 

Se vissem a forma assertiva como falam da durabilidade dos peixes – cerca de três anos sem qualquer tipo de dificuldade – do brilho no olhar com que nos motivam a acreditar que um peixe não é somente um animal num aquário a quem não nos podemos esquecer de alimentar, acho que também se convertiam a esta ideia tão facilmente quanto eu.

 

Contudo, tratando-se de peixes de água salgada há um conjunto de cuidados mais específicos a ter, nomeadamente na preparação prévia até, finalmente, recebermos os peixes no seu novo lar. Portanto, diria que o início é mesmo o mais complicado, nem que seja pelo factor novidade inerente a tudo. Não me transformarei numa expert de aquariofilia, todavia há que pesquisar e informar-me para que tenha os conhecimentos necessários para ter um ambiente aquático onde os peixes se sintam em casa e que seja agradável para nós.

 

Na minha opinião, ter um animal de estimação, seja ele qual for, é sempre uma atitude de grande responsabilidade e para a qual devemos assegurar que vamos fazer de tudo pelo melhor dos animais.

 

E, por isso, refiro que é muito importante o aconselhamento que têm nas lojas, pois uma informação incorrecta ou um mau procedimento pode levar ao fracasso desta experiência. Neste sentido, o conselho que vos deixo é que se informem. Para além de visitarem o site do TMC, onde já encontram muita informação útil, existe no próprio site um localizar de lojas revendedoras da TMC onde podem ir procurar informação. Pelo menos, é assim que eu tenho feito, para não correr riscos e não ter informações contraditórias.

 

Posto isto, e com o aquário preparado em casa, há naturalmente um conjunto de tarefas que passam a ter que ser feitas. E se, no início, eu fiquei um pouco confusa e até assustada com a responsabilidade – admito -, no dia-a-dia torna-se tudo muito fácil e ligeiro. E o melhor truque é sistematizar tudo. Por exemplo, o que resulta melhor cá em casa é organizar as tarefas de acordo com a sua cadência. Ou seja, o que é que temos que fazer diariamente, semanalmente, etc…

 

E, correndo tudo dentro da normalidade, como se espera, os principais cuidados a ter são apenas dois: diariamente alimentar os peixinhos – e aproveito para vos dizer que uma das principais causas de morte destes animais é o excesso de comida – retificar o nível da água e idealmente lavar o filtro – ajuda a manter o aquário limpo por mais tempo. Depois, semanalmente, tenho que fazer uma muda parcial da água. E o que é que isto que dizer? Que tenho que retirar do aquário 10 litros de água e repor a mesma quantidade com água “nova” e salgada. E é, nesta altura, que também faço a limpeza dos vidros do aquário e que dou um jeito nas pedrinhas para que tudo fique mais bonito e composto.

 

Uma vez por semana, limpamos o aquário. Basicamente, nesta ordem: desligar tudo > limpar o aquário > tirar 10 litros de água do mesmo > Preparar 10 litros de água salgada limpa > Repor no aquário. Voltar a ligar e esperar que as cores originais estejam de volta ao mesmo.

 

  • Imagens em galeria:

 

 

Com o tempo, vão descobrindo truques. Eu descobri, por exemplo, que existem outros elementos que podemos incluir no aquário e que nos podem facilitar a limpeza do mesmo, seja das pedras, seja dos próprios vidros – são os limpa fundos, sabiam? No nosso caso, os nossos búzios andam todos enfiados no fundo do aquário, supostamente a dar-me uma ajuda com um fundo mais limpo por mais tempo.

 

E admito que este dia, embora sendo o de maior trabalho, é igualmente o mais recompensador. Primeiro, porque não há nada como ter um aquário limpo, cheio de luz e cores a dar ainda mais vida à nossa sala. E, depois, há um efeito terapêutico associado. Como acredito que, quem tem cães, sinta no momento em que os leva à rua.

 

ter um peixe como animal de estimação

 

 

Acabam por se transformar em momentos de introspeção e, sem me aperceber, consigo desligar de tudo, chego inclusivamente a fazer um reset mental e isso faz um bem danado à cabeça. Lá está, é o efeito terapêutico e que continua a ser, para todos, depois de estar limpo e pela forma como este meio aquático, sem darmos conta, interage connosco. 

 

Portanto, se estão a precisar de algo que vos descontrai e que seja barato, ter um peixe e serem vocês a tratar da limpeza do aquário, poupar-vos-á a psicólogos, suprimirá a falta de tempo para ir ao ginásio, fora todas as vantagens para a família - e as crianças em particular, de que já vos falei no post anterior

 

E para quem quer acompanhar o nosso diário desde o início, aqui estão todos os "episódios":

 

Diário de um peixe #1 : A chegada dos novos amigos

Diário de um peixe #2:  Porquê um peixe para animal de estimação?

Diário de um peixe #3: Os primeiros tempos e a habituação

 

 

Boa noite!

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As minhas refeições de todo o ano | Saladas quentes e frias!

13.10.18 | Vera Dias Pinheiro

salada de quinoa vegetariana

 

Privilegio muito a possibilidade de fazer muitas refeições em casa. Isso permite-me que, mais facilmente, eu tenha controlo relativamente aquilo que eu como, à qualidade (eu sei o que estou a comer) e também porque, fazendo as contas, eu poupo imenso dinheiro ao final do mês. E sinceramente, almoçar em casa, ou fazer qualquer outra refeição, não me aborrece mesmo nada!

 

E o meu truque para 99% das refeições é ter a minha variedade de alimentos sempre à mão, aquela que permite diversificar, embora a base seja apenas uma: salada, seja na versão quente, seja na versão fria; sejam saladas só saladas ou saladas com “tudo”. Eu não sou nada daquelas pessoas que fica com fome a seguir ou que se aborrece apenas por comer “folhas”. Aliás, eu não como só folhas, talvez seja por isso. E por salada entendo apenas o ponto de partida. E se querem saber, tenho variado muito mais os ingredientes que como desde optei por comer mais vezes assim ao almoço.

 

Sinto-me bem, leve e continuo com energia para o resto do dia. Também não me retira muito tempo na preparação, o que me permite rentabilizar o tempo para outras coisas que preciso fazer; como, regra geral, mais vezes ingredientes frescos ou ao natural e, acima de tudo, consigo mais facilmente comer as frutas, legumes e verduras da época.

 

E para uma boa e nutritiva salada, basicamente vocês apenas precisam de escolher o que mais gostam. Por exemplo, cá em casa, eu gosto de alface, mas o meu marido prefere a rúcula; eu não me importo de comer apenas verdes, mas para ele uma salada tem que tem mais qualquer coisa (tomate, pepino, cebola…). No fundo, algo que o conforte mais. Só alface não lhe diz nada!

 

Depois, há momentos em que me apetece juntar fruta, mais nos dias mais quentes, contudo, eu agora estou numa fase de abacate. Também costumava juntar leguminosa, porém tive que reduzir e, portanto, agora uso e abuso da batata doce assada no forno em fatias bem finas. Mas não se esqueçam de todos os outros cereais que existem, nomeadamente a quinoa, o bulgur ou o couscous. Em relação, à proteína, sabemos que podemos ir buscá-la a muitos alimentos para além da carne, que não verdade é algo que cada vez me apetece menos comer.  Por isso, sempre que existe alternativa, eu opto por essa. E se tiver mesmo pouco tempo (ou pouca vontade), as Fatias Vegetarianas Nobre Vegalia, que experimentamos há alguns meses atrás pela primeira vez, de vez em quando, fazem parte da nossa listas de compras, especialmente quando nos apetece fazer algo mais específico. Ainda se lembram destas duas receitas que partilhei para um brunch em casa?

 

Portanto, e aproveitando o desafio que a Nobre me lançou, testei uma nova receita com o mesmo produto, usando as fatias nobre vegalia…, numa salada que tanto dá para comer no verão, como no outono, bastando, para tal, que decidam a que temperatura querem comer a vossa quinoa, um dos ingredientes desta salada.

 

ACS_1336.JPG

 

ACS_1337.JPG

 

 

Como já vos falei deste produto neste post, deixo-vos agora apenas o vídeo da receita.

 

Se, entretanto, ficarem com alguma dúvida, é só perguntar. Sim?

 

 

 

E já agora, deixem nos comentários a vossa primeira impressão. Acham que resultam esta combinação de ingredientes?  

 

Boa noite.

 

 

*Este post foi escrito com o apoio da marca.

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Não gostaram que tivesse demasiado "mundo"!

11.10.18 | Vera Dias Pinheiro

o que significa ter demasiado mundo

 

Uma das últimas coisas que me disseram, no Departamento de Recursos Humanos quando entreguei a minha carta de demissão, foi que, ali, pessoas como eu, não eram bem vistas. Franzi a testa, intrigada… como assim “como eu?”

 

A Vera tem mundo! Tem demasiado mundo, tem uma vida preenchida fora daqui e isso não é bem visto!

 

Nunca conseguirei entender isto, seja nesta ou noutra situação qualquer, e a única conclusão a que cheguei, foi a certeza de que aquela era a decisão mais acertada de toda a minha vida. Não posso deixar de ser quem, não posso alhear-me desse meu mundo - e nem quero. É graças à minha experiência de vida e a tudo o “mundo” que alcancei que eu estou bem comigo mesma. O balanço que eu faço, mesmo nos períodos mais difíceis e com mais problemas, é que eu me basto a mim mesma. Não me consumo com a vida dos outros, não julgo porque é que uns têm e outros não. Acredito que há espaço para todos e pessoas positivas e realizadas alcançam sempre alguma coisa de bom. Não valem a pena as comparações, não valem a pena os lamentos ou estarmos sempre desconfiados em relação ao próximo.

 

O meu “mundo”, como me disseram, faz-me querer ser a melhor pessoa para mim. Fez-me a aprender a gostar de mim e sou ainda mais feliz por não ter expectativas dos outros. E o respeito é isto, é aceitar que uma pessoa é livre de tomar decisões diferentes das minhas, até de ter menos mundo que eu – sei lá o que isso quer dizer – e isso não faz dela uma pior pessoa ou um alvo a abater.

 

O meu “mundo” começou na educação que os meus pais me deram - e que tento dar aos meus filhos. O meu mundo começou por aprender a não culpar os outros e por aprender a resolver os meus problemas. Sei que nem sempre tomei as melhores decisões, mas também não voltaria atrás para fazer de forma diferente. Foi tudo isso, o bom e o menos bom, que me fez aprender tudo aquilo que aprendi. Aprender todos os dias a ser um melhor ser humano. A errar e a voltar a tentar, sem pretensões de ser quem não sou e/ou de achar que sou melhor do que os outros.

 

Quando me disseram que tinha demasiado “mundo”, achei a coisa mais descabida da vida! Chegava a ser ridículo. Como é que uma empresa não pode desejar pessoas com mundo? Com vontade de trazer esse mundo para aquela empresa? E com vontade de trabalhar? Mas independentemente disso, que o que isso de "tem demasiado mundo para esta empresa"?

 

Antes disto, já me tinham acusado de fazer os meus colegas sentirem-se mal com a minha vida. De mim, uma trabalhadora que gozava de uma licença sem vencimento, um direito nos estatutos de todos nós, eu estava a incomodar os meus colegas de trabalho… Como assim, gente?! Em que mundo vivemos, afinal?  

 

Eu não sou mais do que ninguém, mas se ter mundo é viajar e não ter medo do desconhecido, só posso dizer que jamais me arrependerei de ter ido viver para Bruxelas e que irei agradecer, para sempre, aos meus pais a oportunidade de fazer Erasmus. Se ter mundo é não ter medo de arriscar e de explorar ao máximo as minhas capacidades e de me reinventar, lamento, mas é essa a minha natureza. Tenho demasiadas ideias na minha cabeça para simplesmente as fechar à chave numa parte do meu cérebro, porque incomoda que eu pense pela minha cabeça. E sabem que mais, é essa a educação que eu dou aos meus filhos e, se um dia, eles tiveram que se deparar com uma situação assim, que não tenham medo e que saltem fora!

 

Quando não é a vontade de trabalhar que nos aflige, encontraremos sempre forma de dar a volta. E o medo, que também sentimos, será sempre inferior à vontade que temos de ser felizes e de nos sentirmos realizados.

 

A minha ansiedade com a passagem do tempo também tem muito a ver com isto. Eu quero ser feliz hoje, eu quero que os meus dias tenham um sentido. Quero sentir-me gente de verdade, quero poder ser quem sou, porque isso não afecta o meu trabalho e nem a minha consciência do meu lugar e do meu papel, muito pelo contrário. Não quero viver aquém das minhas capacidades.

 

Se ter mundo é não ter ficado desleixada após ter sido mãe, eu já não o era antes. Se ter mundo é ter oportunidades, algumas muito boas, isso é trabalho, não é sorte. Se ter mundo é ter opinião própria, isso não é arrogância, é personalidade. Se ter mundo e estar tão entretida com a minha vida, que apenas me aborrecem as coisas que realmente valem a pena o esforço, então, façam o mesmo! A vida é demasiado curta para passarmos os nossos dias a consumirmo-nos com o que os outros fazem.

 

Saiam dos vossos empregos a tempo de ir buscar os vossos filhos à escola, coloquem-se como prioridade e cuidem de vocês sem culpa, olhem para o dinheiro como um bem utilitário e tenham mais tempo de qualidade.

 

Não existem duas oportunidades. Não vivemos o mesmo dia duas vezes. Preocupem-se com o meio ambiente e com as questões ecológicas; questionem-se o porquê destes fenómenos políticos acontecerem cada vez mais, o porquê destes homens, com ideias tão distantes daquilo que esperaríamos, estarem a assumir posições de grande poder. Preocupem-se com o legado que querem deixar aos vossos filhos. Sejam o melhor exemplo que eles podem ter.

 

Tenham todo o mundo que vocês desejem, porque vocês merecem!

 

Boa noite!

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O que teriam feito se estivessem no meu lugar?

10.10.18 | Vera Dias Pinheiro

educar um filho

 

Os filhos crescem e os desafios apenas se alteram. A intensidade com que se vive a maternidade continua, as preocupações passam a ser outras e as dúvidas, que nos colocamos a nós próprias, relativamente à melhor conduta, continuam a assolar a nossa mente.

 

Enquanto mãe e educadora, há algo que me caracteriza, que é o esforço pela coerência entre aquilo que eu digo e o que eu faço. É o não ceder apenas para evitar o choro, é o não voltar atrás só porque o meu coração (de mãe) amolece com facilidade. Contudo, eu sei reconhecer que tenho muita sorte, pelo menos para já, com os meus filhos. Cada um tem as suas características e traços de personalidade próprios, porém são ambos extremamente educados, respeitadores, têm a noção de como se comportar, de acordo com a sua idade naturalmente. Enfim, tenho consciência de que temos sorte e que não há muito mais que possamos exigir deles, porque tudo o resto diz respeito ao facto de serem crianças e há coisas que as crianças precisam fazer.

 

No entanto, aos cincos (quase seis) quase seis anos do Vicente, sinto começar a entrar numa nova fase e a lidar com outras características e traços da sua personalidade. Começo a sentir que é ainda mais importante que seja consistente nos meus comportamentos, pois isso é decisivo para a consolidação do adulto que será.

 

E esta semana fui completamente colocada à prova pelo Vicente...

 

Todas as manhãs, os dois exigem o pequeno-almoço no segundo imediatamente a seguir a acordarem. E até agora têm sido crianças privilegiadas, no sentido em que, por exemplo, não são sacrificadas com o trânsito caótico da cidade, não acordam de madrugada para ir para a escola, não passam muito tempo em deslocações e têm muito tempo de qualidade com a família. Há sempre alguém muito presente diariamente nas suas vidas. Todavia, a única "contrapartida" que lhes é exigida é que se despachem entre o acordar e o sair de casa sem pedirem para brincar, sem se distraírem com tudo e mais alguma coisa que nos faça perder tempo. 

 

E, uma destas manhãs, o Vicente teve uma birra épica, das raras, muito raras, acontecerem ultimamente. E paenas por uma mera mania sua e por consequência do comportamento que estava a ter. Acho que tomam como adquirido que a vida gira em torno deles em exclusivo e que não há equilibrio.

 

Talvez, conhecendo o meu marido, acho que teria voltado atrás para evitar todo o escandâlo que se fez, mas eu senti que era importante ser firme na minha decisão.

 

O Vicente está numa fase de rapaz crescido, liga à roupa, ao cabelo, vive num mundo dele, leva o seu tempo até concluir alguma coisa, perde-se inclusivamente no seu tempo e, entre aquilo que eu lhe peço e o tempo que ele demora até o fazer, bom… há um gap temporal gigante. Ainda assim, se o chamo à atenção mais do que uma vez, faz birra e diz que não é preciso; se levanto a voz, fica sentido, porque não há necessidade. Mas o que é certo é que é preciso sempre chatear-me para sairmos a horas de casa.

 

Ora, nesta manhã, num mood particularmente lento e particularmente sensível a tudo o que eu lhe dizia, optei, a certa altura, por me calar. Despachei a irmã, deixei a sua escova de dentes pronta e fui-me vestir. E ele? Ele nada. Estava a brincar deitado no chão do quarto. Só quando percebeu que íamos sair de casa é que começou a ficar nervoso. E porquê? Porque o cabelo não estava do jeito que ele gosta.

 

Exclamou, escadas a baixo e estrada a fora, que era o menino mais feio da cidade e que toda a gente ia olhar para o cabelo dele. Berrou que não queria mostrar aquele cabelo feio a ninguém. Entrou na espiral de dizer que, todos os dias, ia assim, feio, muito feio para a escola. Respirei fundo e continuei firme, expliquei, à medida que ia conseguindo falar, que, depois de ter feito uma birra por tê-lo chamado para se despachar, eu respeitei-o. Contudo, eu preferiu brincar. Não se importou com o creme da cara, com lavar os dentes, mas o cabelo, e só por causa do cabelo, é que ele estava a reagir daquela maneira.

 

Continuou a espernear, escadas a baixo e estrada a fora. Nunca encontramos ninguém, mas naquela manhã, encontramos o vizinho do andar de cima, a mulher, a filha e o cão. Que, sem mal, tentaram conversar com o Vicente, de alguma forma acalmar a histeria, mas sem sucesso óbvio!

 

Quando estacionei à porta da escola, já a explodir por dentro, voltei a tentar conversar com ele. Expliquei, então que, a beleza, de um menino ou menina, não está no cabelo, é algo que vem de dentro e das atitudes que tomamos. Expliquei também que, embora ele só vá assim para a escola por responsabilidade dele, ninguém iria reparar no cabelo. Já, pelo contrário, os gritos, o choro e tudo o que ele estava a fazer, estavam a chamar a atenção de toda a gente que passava por nós. E essas pessoas nem repararam no cabelo, só no comportamento menos positivo. E, por fim, disse-lhe que estava muito triste, pois nunca o deixei sair de casa sem o despachar (cabelo, cara, dentes, perfume... tudo), mesmo que tenha que insistir todos os dias para que se despache e, por isso, estava triste com a sua atitude.

 

Nesse momento parou. Limpou as lágrimas e pediu-me várias vezes desculpa. Fomos em silêncio até à escola e, antes de entrar na sala, disse-lhe que, ainda assim, poderia remediar a situação. Poderia ir à casa de banho e colocar água no cabelo e ele lá foi – agora mais confiante de si.

 

Dali fui ao ginásio, esquecer aquele episódio e recomeçar o dia. À saída telefonei ao meu marido e pedi-lhe a sua opinião. Eu estava segura, todavia, a ideia não era punir o meu filho ou sujeitá-lo a uma situação embaraçosa – e o cabelo não estava assim tão mau – era apenas ajudá-lo a compreender algumas coisas, que, para mim, são importantes, nomeadamente esta questão da beleza e a consequência das nossas próprias atitudes.

 

Não me incomoda que seja um menino vaidoso e atento a essas coisas, nada disso. Contudo, quero que não perca a noção e que se deixe ir apenas pela vaidade.

 

Se fosse com vocês, como teriam reagido nunca situação destas?

 

Boa noite.

 

 

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