Optamos por deixar de fazer um alarido à volta do assunto!
Não voltei a abordar o tema da integração da Laura na creche, primeiro, porque já não se trata de integração e isso, levou ao segundo motivo: passamos a relativizar o assunto, sem dar importância às coisas que ela diz e às birrinhas matinais à entrada da sala. Lembram-se do post sobre “Acabar com as manhas e o mimimis?”. Pois, foi, a partir daí, que deixei que tudo isso continuasse a demasiado emocional para todos.
De facto, teve uma adaptação complicada – aos meus olhos e face a alguma expectiva que inconscientemente tinha sido criada. Precisou do seu tempo para observar tudo à sua volta, para conhecer todas aquelas pessoas e sempre à distância, sem se envolver em nada nem com ninguém. Alívio era a palavra que tinha estampada na testa assim que me via chegar para a ir buscar.
Claramente, estamos um passo à frente desta fase. Está óptima na escola, tem amigos, já aprendeu imensa coisa, até as mais irreverentes... Continua a “não me deixar” vir embora com a cabeça em paz, porque chora sempre que a deixo de manhã. E, em todo este processo, natural e ao qual deixei de me importar, ao mesmo tempo que tive que encontrar as minhas defesas emocionais, muita coisa tem acontecido.
Em conversa com amigas professoras e psicólogas, percebi que a Laura estava a fazer o seu processo normal. Não estava mal, estava a observar para depois se integrar. É uma miúda bastante esperta, mas que continua a fazer o drama comigo na altura de ficar na escola.
Uma das coisas que aproveitei foi para alterar às rotinas de dormir. E nunca mais ninguém se deitou com eles na cama para adormecerem. Conversei com ambos, expliquei e mostrei tudo o que eu ainda tenho para fazer e o porquê de não poder ir-me deitar e ficar ali. Repito inúmeras vezes que não estão sozinhos e que está tudo bem. Os dias não são todos iguais, mas já não voltamos aonde estávamos.
Ou seja, há dias em que me sento na cadeira perto da porta do quarto, outros em que adormecem sozinhos sem grande stress e, depois, há todos os dias em que estão na paródia um com o outro e aí levam mais tempo a adormecer.
Precisávamos todos disto! Precisávamos muito disto!
Depois, houve algo que naturalmente aconteceu e que foi o deixar a fralda. Não tem o desfraldo completamente feito e eu não estou com método rigorosamente algum. Simplesmente, A Laura deixou de querer levar fralda para a escola e, na escola, deixou de querer pôr para vir para casa. E eu o que fiz foi deixar-me ir ao sabor dela.
Se houver truques nesta coisa que é aprender a lidar com os filhos, eu diria que o mais importante é mesmo aprendermos, em primeiro lugar, a escutar o nosso filho e a aprender a respeitar o seu ritmo e vontade.
No fundo, trata-se de deixá-los serem eles a marcar o passo-a-passo das mudanças! Educar não é impôr um caminho, educar e descobrir a melhor forma de os conduzir pela vida fora.
O meu mantra de todos os dias!
Eles têm vontades, aos quais não podemos simplesmente ignorar. Eles têm que ser consultados, mas conscientes de que a autoridade vem da mãe e do pai. E assim eu acho conseguir construir um caminho de diálogo entre nós.
Um diálogo que, em bom rigor, acaba, muitas vezes, com as famosas expressões, como “É assim porque eu estou a dizer e ponto final!” ou, então, “É assim, porque quem manda sou eu!“
Mas a maternidade não é um livro com um final fechado. Não sei o dia de amanhã, não sei que caminho os meus filhos irão seguir. Há dias que são os melhores amigos, outros em que não se podem ver um ao outro. Há dias em que estão virados para fazer o que lhes peço, outros em que está tudo mal.
Já ouvi do Vicente que não me queria ver mais “nenhum dia”, mas ouço, muito mais vezes, que sou uma mãe inteligente que nunca se esquece de nada!
E é isso, eu sou mãe, não sou a colega da escola e tenho isso bastante presente. Contudo, eu também aprendo muito com eles, inclusivamente a ser mãe. E se aprendi com o primeiro filho, aprendo ainda mais com o segundo e ainda mais com os dois em conjunto!