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Os cuidados que os peixes exigem de nós | Diário de um peixe #4

15.10.18 | Vera Dias Pinheiro

ter um peixe como animal de estimação

 

Quando pensámos em ter um animal de estimação e quando chegámos à conclusão de que um peixe seria, então, a opção mais viável para a nossa família, precisei de ter certezas. Não queria ter que lidar constantemente com a morte de um deles e ter que explicar isso ao Vicente e à Laura, além de que, se isso de facto se viesse a confirmar, acho que para mim seria igualmente difícil. Um peixe é um ser vivo, não é um peluche que repomos quando se estraga. Certo?

 

Foi por isso que fiz um grande trabalho de casa prévio. Procurei informação, quis saber mais, especialmente quis saber o porquê de 99% dos peixes que temos como animais de estimação não sobreviverem além de um número limitado de meses. E daí a minha ligação com a Tropical Marine Center (TMC) desde o início de todo este processo.

 

Se vissem a forma assertiva como falam da durabilidade dos peixes – cerca de três anos sem qualquer tipo de dificuldade – do brilho no olhar com que nos motivam a acreditar que um peixe não é somente um animal num aquário a quem não nos podemos esquecer de alimentar, acho que também se convertiam a esta ideia tão facilmente quanto eu.

 

Contudo, tratando-se de peixes de água salgada há um conjunto de cuidados mais específicos a ter, nomeadamente na preparação prévia até, finalmente, recebermos os peixes no seu novo lar. Portanto, diria que o início é mesmo o mais complicado, nem que seja pelo factor novidade inerente a tudo. Não me transformarei numa expert de aquariofilia, todavia há que pesquisar e informar-me para que tenha os conhecimentos necessários para ter um ambiente aquático onde os peixes se sintam em casa e que seja agradável para nós.

 

Na minha opinião, ter um animal de estimação, seja ele qual for, é sempre uma atitude de grande responsabilidade e para a qual devemos assegurar que vamos fazer de tudo pelo melhor dos animais.

 

E, por isso, refiro que é muito importante o aconselhamento que têm nas lojas, pois uma informação incorrecta ou um mau procedimento pode levar ao fracasso desta experiência. Neste sentido, o conselho que vos deixo é que se informem. Para além de visitarem o site do TMC, onde já encontram muita informação útil, existe no próprio site um localizar de lojas revendedoras da TMC onde podem ir procurar informação. Pelo menos, é assim que eu tenho feito, para não correr riscos e não ter informações contraditórias.

 

Posto isto, e com o aquário preparado em casa, há naturalmente um conjunto de tarefas que passam a ter que ser feitas. E se, no início, eu fiquei um pouco confusa e até assustada com a responsabilidade – admito -, no dia-a-dia torna-se tudo muito fácil e ligeiro. E o melhor truque é sistematizar tudo. Por exemplo, o que resulta melhor cá em casa é organizar as tarefas de acordo com a sua cadência. Ou seja, o que é que temos que fazer diariamente, semanalmente, etc…

 

E, correndo tudo dentro da normalidade, como se espera, os principais cuidados a ter são apenas dois: diariamente alimentar os peixinhos – e aproveito para vos dizer que uma das principais causas de morte destes animais é o excesso de comida – retificar o nível da água e idealmente lavar o filtro – ajuda a manter o aquário limpo por mais tempo. Depois, semanalmente, tenho que fazer uma muda parcial da água. E o que é que isto que dizer? Que tenho que retirar do aquário 10 litros de água e repor a mesma quantidade com água “nova” e salgada. E é, nesta altura, que também faço a limpeza dos vidros do aquário e que dou um jeito nas pedrinhas para que tudo fique mais bonito e composto.

 

Uma vez por semana, limpamos o aquário. Basicamente, nesta ordem: desligar tudo > limpar o aquário > tirar 10 litros de água do mesmo > Preparar 10 litros de água salgada limpa > Repor no aquário. Voltar a ligar e esperar que as cores originais estejam de volta ao mesmo.

 

  • Imagens em galeria:

 

 

Com o tempo, vão descobrindo truques. Eu descobri, por exemplo, que existem outros elementos que podemos incluir no aquário e que nos podem facilitar a limpeza do mesmo, seja das pedras, seja dos próprios vidros – são os limpa fundos, sabiam? No nosso caso, os nossos búzios andam todos enfiados no fundo do aquário, supostamente a dar-me uma ajuda com um fundo mais limpo por mais tempo.

 

E admito que este dia, embora sendo o de maior trabalho, é igualmente o mais recompensador. Primeiro, porque não há nada como ter um aquário limpo, cheio de luz e cores a dar ainda mais vida à nossa sala. E, depois, há um efeito terapêutico associado. Como acredito que, quem tem cães, sinta no momento em que os leva à rua.

 

ter um peixe como animal de estimação

 

 

Acabam por se transformar em momentos de introspeção e, sem me aperceber, consigo desligar de tudo, chego inclusivamente a fazer um reset mental e isso faz um bem danado à cabeça. Lá está, é o efeito terapêutico e que continua a ser, para todos, depois de estar limpo e pela forma como este meio aquático, sem darmos conta, interage connosco. 

 

Portanto, se estão a precisar de algo que vos descontrai e que seja barato, ter um peixe e serem vocês a tratar da limpeza do aquário, poupar-vos-á a psicólogos, suprimirá a falta de tempo para ir ao ginásio, fora todas as vantagens para a família - e as crianças em particular, de que já vos falei no post anterior

 

E para quem quer acompanhar o nosso diário desde o início, aqui estão todos os "episódios":

 

Diário de um peixe #1 : A chegada dos novos amigos

Diário de um peixe #2:  Porquê um peixe para animal de estimação?

Diário de um peixe #3: Os primeiros tempos e a habituação

 

 

Boa noite!

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