Porquê um peixe para animal de estimação? | Diário de um peixe #2
E aquilo que, numa primeira impressão, nos parecia poder ser um pouco estranho e pouco nosso e que, de certa forma, nos poderia deixar sem saber muito bem até que ponto nos conseguiríamos afeiçoar… a um peixe. Com o passar do tempo – e foi pouco esse tempo – aquele canto da nossa casa onde decidimos colocar o nosso aquário já nos dá a impressão de ter estado sempre assim. E assim vai a nossa vida com o nosso aquário em casa.
Só para terem uma pequena ideia, eu já me levantei várias vezes, após me ter deitado, para me certificar que o nível da água estava bem. Já fiquei aflita porque pensava ter “perdido um peixe” e já me castiguei por me ter esquecido de lhes dar comida pela manhã. Enfim, viver com um aquário em casa não é assim tão indiferente quanto se possa pensar, mesmo que a interacção com os peixinhos seja reduzida. Afinal, eles fazem-nos companhia desde que vieram habitar cá para casa, essa é que é essa.
No entanto, algumas pessoas ficaram curiosas em saber o porquê de ter escolhido um peixe e não, por exemplo, um gato ou um cão, se a ideia era ter um animal de estimação. E perguntaram muito bem! Se querem saber, eu cresci rodeada de animais de estimação, gatos e cães sobretudo, mas também pássaros, um papagaio, hamsters e até um coelho albino… enfim, havia uma ligação forte aos animais e sempre tivemos um para nos fazer companhia. Talvez por ter vivido a minha infância em casa com espaço para tal.
Com os meus filhos, a minha ideia inicial – aquela ideia mesmo antes de ter filhos - era a mesma. Mais cedo ou mais tarde, gostaria de arranjar um animal para se juntar à família. No entanto, não esperava que o meu “companheiro” para esta aventura, de seu nome família, tivesse grandes problemas com pelos dos animais em geral. Sim, basta ter pelo para se tornar mesmo impossível conviver por perto. E se é já difícil quando visitamos alguém com cães ou gatos, imaginem conviver diariamente com um em casa. E não! Eu não tenho intenções de usar essa arma como forma de tortura ou algo do género. Aliás, vocês sabem como é ter um homem ligeiramente doente em casa, imaginem com uma reação alérgica a um animal com pelo. Nada disso!!! Queremos homens muito saudáveis e felizes à nossa volta - ehehe!
Focando as minhas energias nas opções para um animal de estimação que não me pusesse o marido fora da casa, os peixes venceram por maioria! Contudo, se o plano em si era bom, toda a ideia em torno da sua curta esperança média de vida, o facto de ter o tradicional peixe laranja num aquário bola, sozinho, às voltas, também não era uma opção que me agradasse. Todavia, passar para o mundo da aquariofilia assusta-me um pouco, confesso. De certa forma, preciso sentir-me livre e não ter mais “uma responsabilidade” que me fosse privar do pouco tempo que eu tenho na minha vida atualmente.
E, de facto, nisso os peixes ganham aos pontos. Basicamente só precisam dos donos para lhes dar comida, duas vezes por dia, ver o nível da água diariamente e, uma vez por semana, fazer as mudas parciais de água. O que na verdade acaba por ser terapêutico. É, se não sabiam, também vos posso dizer que contemplar aquários pode reduzir os níveis de stress, diminuir a ansiedade e, inclusivamente, acalmar crianças mais agitadas.
Vejam só se estas características não se enquadram perfeitamente nas nossas necessidades do dia-a-dia?
Para além disso, se têm uma vida agitada, se andam sempre de um lado para o outro e se passam pouco tempo em casa, os peixinhos não se chateiam com isso e não vos obrigam a ir à rua passeá-los ou às idas frequentes ao veterinário.
No fundo, a escolha de um animal de estimação, como qualquer outro, deve ser tomada em consciência, com responsabilidade e à luz daquela que é a vossa vida e a vossa dinâmica. Qualquer animal, mesmo os peixinhos, acabam por requer alguma dedicação e cuidado, quanto a isso não há volta a dar. É mais um ser vivo que temos ao nosso encargo e, se a esperança média de vida de um peixe pode chegar aos três anos, não existe motivo algum para não resistirem passados poucos meses. Temos que nos informar e ter alguma afeição pelo animal que estamos a acolher em nossa casa. Verdade?
No nosso caso, não valia a pena contornar os factos e até mesmo o nosso “grau” de tempo e entrega para dedicar a um animal. Como tal, os peixinhos integraram-se perfeitamente na nossa família e, se querem saber, até já sabem quando é a hora de comer e até já conhecemos a personalidade de cada um deles.
Vejam a galeria de imagens:
Boa noite.
Podem ler ou reler como foi a chegada dos nossos peixinho neste post: