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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

Transformei-me numa "Bronde" Girl

21.05.18 | Vera Dias Pinheiro

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Nem por coincidência, falava-vos eu da minha lista de afazeres, quando logo no dia seguinte despachei uma série de coisas e, ao mesmo tempo, tirei literalmente um peso de cima dos meus ombros. Porém, o assunto do momento é o meu cabelo. Estava a chegar a altura de o pintar, mas longe de mim pensar em transformá-lo numa tendência “bronde”.

 

Felizmente, tenho alguma confiança com o meu cabeleiro e, acima de tudo, ele é dotado de uma enorme sensibilidade, o que, na minha opinião, em determinadas profissões faz toda a diferença. E no que toca a cabelos, essa sensibilidade é mesmo essencial. É essencial, por exemplo, ter atenção à pessoa que têm diante de si, à sua personalidade e, muito importante, ter o cuidado de separar aquilo que são os devaneios do momento e aquilo que realmente é a vontade da pessoa.

 

O corte e a cor fazem a moldura do nosso rosto, são o nosso cartão de visita. Portanto, se não estivermos confortáveis com o nosso cabelo, temos um problema diariamente! Um problema que nos vai condicionar até sentirmos que voltamos a ter o cabelo do jeito que gostamos e da forma como o conseguimos dominar. Eu, em particular, sei que preciso pintar o cabelo para esconder o brancos. Não há como negar mais esse facto. Contudo, quero que, enquanto for possível, o meu cabelo seja o mais natural possível, ou seja, não quero alterar a cor da raiz do meu cabelo.

 

É que eu também tive a minha fase de devaneios e já fiz algumas mudanças radicais. E umas correram claramente melhor do que outras, inclusivamente tive a minha época de “muito loira”, o que obrigava a visitar regulares e demoradas ao cabeleireiro. E é isso que eu quero adiar o mais possível, mesmo tendo que enfrentar o ataque impiedoso dos meus cabelos brancos.

 

Ainda assim, eu continuo a ser do “team” cabelos mais claros. Pessoalmente, é como me sinto melhor e como eu gosto mais de me ver. E claramente que o Matt sabe disso e a prova foi que me desafiou a fazer uma pequena mudança no tom do meu cabelo e foi quando me apresentou o “bronde”. E nele eu confio, sei que a sua sensibilidade é aquilo que o faz ser muito consciente nas mudanças, que são sempre graduais e nunca radicais.

 

Mas, afinal, o que é o “bronde”?!

O termo pode ser desconhecido, mas se vos falar no cabelo da Jennifer Aniston, na série Friends, talvez já tenham uma ideia. A tendência e juntar precisamente o castanho com o loiro, porém de uma forma subtil, sem transformações drásticas. O resultado é um cabelo mais claro, mas sem alteração do tom da raiz. Com efeito, fica super natural, ao mesmo tempo que nos dá a sensação de maior luminosidade ao rosto. Em termos de manutenção, bom, se não tiverem cabelos brancos, diria que é quando vos apetecer, porque não requer aquele retoque na raiz e nem o resultado fica comprometido com o crescimento do cabelo.

Nota, o “bronde” só por si não esconde brancos. Juntamente com esta técnica, o Matt usa um verniz que para mim ainda é o ideal, porque não pinta realmente o cabelo. Na verdade, é como que tingir os cabelos brancos. Este foi um dos motivos pelos quais eu jurei fidelidade ao Lisbaeta, é que não gostei nada de ter pintado o cabelo, não gostei do resultado acobreado, da sensação de alteração de cor de cabelo, enfim… vou adiar o mais que puder.Inspirações "bronde" pelo mundo (imagens em galeria)

 

 

 E o resultado em mim:

 

 

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Lista de afazeres para o imediato!

16.05.18 | Vera Dias Pinheiro

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Às vezes, ainda penso de maneira inocente. Trabalho muito, muito, despacho tudo o que tenho para fazer a todos os níveis, organizo ainda mais e tudo de forma a conseguir ter dias sem ter praticamente nada para fazer. Ou seja, dias em que uma pessoa só precise de fazer o essencial do dia-a-dia – que já por si só não é assim tão pouco quanto isso. Mas isto não é mais do que uma maneira inocente de olhar para a vida adulta e para a vida em família. Há sempre alguma coisa para fazer, há sempre uma urgência - quando é apenas uma, é excelente - e nunca, mas nunca podemos dizer que temos tudo controlado.

 

Portanto, por onde querem que eu comece? Eu dou uma ajuda, pois é mais fácil 😊

 

1. Lembram-se da fase de cruzeiro da maternidade? Pois bem, nos próximos tempos, essa fase irá ser interrompida para se dar início ao desfralde da Laura. E isso obriga-me a ir às compras. São precisas as tão desejadas cuecas e, a verdade é que ela sempre que pode, agarra umas do irmão e veste. Pontanto, espero que o desenrascanço seja geral! Depois, é preciso comprar um redutor e é preciso eu encher-me de coragem, algo que, infelizmente, não se encontra à venda.

Com o Vicente tivemos um avanço, depois um recuo e à segunda tentativa foi de vez. Fiz tudo sozinha, ou seja, sem colaboração da escola, pois ele ainda não estava na escola. Embora não saiba se isso é de facto uma ajuda ou não – qual é a vossa opinião? E, para rapaz, confesso que acho ter sido relativamente fácil. Tem sido, por exemplo, mais difícil controlar agora os descuidos noturnos. Contudo, deixo esse assunto para uma outra ocasião, mas se tiverem dicas, por favor, deixem nos comentários.

2. Os dois precisam de calçado: ténis, sandálias, sapatos mais frescos e mais adaptados a esta altura do ano. E agora, eu, mãe, me confesso, os dois têm andado com o mínimo indispensável, porque os dois têm o pé a crescer à velocidade da luz. Não exagero ao dizer que, em semanas, queixam-se do calçado apertado. Por isso, mea culpa, pois tenho comprado aos poucos.... muito pouco, vá!

 

3. Preciso fazer uma ronda pelos armários e tirar as roupas muito quentes e ir buscar as mais frescas. É preciso fazer a triagem do que serve, do que não serve, do que vai para o lixo e do que vamos dar. E parece que foi ontem que andei a fazer toda essa arrumação, porém no sentido inverso: do calor para o frio. Enfim, estou a procrastinar... A boa notícia é que já fiz umas primeiras compras para os dois na C&A. E, como tal, não ficaram desprevenidos quando os primeiros dias de calor a sério, mesmo que ainda poucos, deram o ar da sua graça.

 

4. Consultas de rotinas: preciso marcar o rastreio da visão para o Vicente.

 

5. Os brancos (os cabelos)!!! Como é que é possível que pintar o cabelo para esconder os brancos já seja obrigatório na minha vida? Não sei..., mas que já se notam bem, já!

 

6. Pequenas bricolagens caseiras cuja iniciativa, para serem feitas, tem que partir precisamente da minha iniciativa. Quem mais passa por isso em casa?

 

7. E, por fim, tenho que resolver burocracias, nomeadamente as que envolvem a Segurança Social.

 

Assim por alto e para que não me esqueça, é isto o mais urgente. Entretanto, e para recuperar o folgo, vamos fazer uma paragem técnica este fim-de-semana para repor os níveis de vitamina D... MERECEMOS! Os últimos tempos têm sido pesados com doenças, maleitas, imprevistos e tudo relacionado com a saúde. Retomamos a vida normal, mas sem efectivamente recuperar a energia. Merecemos!!!

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Um projecto chamado Família! Dia Internacional da Família

15.05.18 | Vera Dias Pinheiro

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A propósito do Dia Internacional da Família, a maturidade é perceber que a pessoa que, ao nosso lado, embarca na aventura de fazer nascer uma família - aconteça o que acontecer - fará sempre parte de nós. A ilusão poderá ser, em contrapartida, pensar que, numa separação, essa racionalidade - ou essa objectividade, se assim lhe quisermos chamar - será sempre mantida.

 

Bem sei que não é assim. Já vivi de perto histórias de famílias felizes que, no dia em que surgiram as tais incompatibilidades irreversíveis, deixaram de o ser e esqueceram o que foram até ali. Mas não acreditar que isso é a regra. Se quero imaginar que a minha história de família, tal como a vivo hoje em dia, será assim para sempre? Sim, gostava muito. Contudo, por outro lado, também sei que podemos ser felizes de diferentes maneiras e que o conceito de família é, acima de tudo, onde o amor e o respeito uns pelos outros reinar. E sei que a nossa vida está cheia de recomeços e, consequentemente, de novas oportunidades.

 

Porém, enquanto família, acredito no amor altruísta, acredito inclusivamente que é preciso fazer cedências pelo caminho, e que é preciso equilibrar e colocar numa balança o nosso lado e a perspectiva do todo. Acredito que um homem e uma mulher não podem lutar em caminhos opostos, defendo o equilíbrio e, voltando às cedências, não acho que todas elas devam ser encaradas como um sinal de "submissão" ou de perda de personalidade ou de independência.

 

Eu já cedi em prol de um bem maior. Cedi para dar uma oportunidade a uma família que estava no seu começo. Não quis ser "mãe solteira" ou ser uma mãe numa relação à distância. E ainda bem que o fiz, sabem porquê? Porque se é tão difícil estando juntos, eu nem quero imaginar como será quando se está à distância. E hoje sei que fiz o que estava certo, porque a minha vida pessoal acompanhou essa mudança e mudou para melhor. Tive a mudança que eu tanto desejava e foi tudo graças à minha cedência.

 

E ao longo destes sete anos, eu já aprendi que não existem famílias perfeitas e que dificilmente estaremos felizes em todos os momentos das nossas vidas. Eu percebi que discutir faz parte do crescimento da família e que os desentendimentos são oportunidades para nos conhecermos (uns aos outros) mais profundamente. Mas enquanto o amor e o respeito uns pelos outros reinar, estaremos no caminho certo.

 

Eu também sei que a nossa vida, enquanto família expatriada, nos deu uma força de união muito grande, recordo que já passámos por tanto juntos, lembro o que já sofremos e o que já rimos em conjunto durante aqueles dois primeiros anos, e isso torna tudo o resto muito mais relativo. E, ao mesmo tempo, faz com que, perante cada dificuldade, continuemos a achar que vale a pena lutar por este projecto chamado família.

 

Afinal, não será este o maior projecto de todos? Não será este projecto um motivo mais do que suficiente para lutar? Não será ele razão mais do que suficiente para escolhermos muito bem as lutas que queremos travar e os motivos pelos quais vamos querer discutir?

Na minha modesta opinião, é um projecto que vale a pena olhar com carinho, no qual vale a pena agir com amor e não com orgulho próprio... afinal, deixamos de ser apenas um para passarmos a ser dois, três, quatro... e se foi, à partida, uma escolha nossa, então vale a pena olhar com amor para essa família e dar-lhe uma oportunidade. Mas até quando? Bom, até quando o amor e o respeito uns pelos outros reinar! :)E, posto isto, que o Dia Internacional da Família seja um pouco como o Natal... quando o homem quiser!

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Tenho um grande dilema com os fins-de-semana!

14.05.18 | Vera Dias Pinheiro


Existem fins-de-semana em que eu verdadeiramente mal dou por eles passarem, porque nem sempre é possível ir simplesmente para a rua, porque nem sempre temos a mesma energia e porque às vezes, temos outros compromissos... normalmente relacionados com as responsabilidades da vida adulta.


E é, por isso, que sinto que vivo num dilema com os fins de semana, dominada por sentimentos e vontades contraditórias. Por um lado, o querer aproveitar esses dois dias preenchendo-os com programas e saídas em família, passando o maior tempo possível na rua, apanhar os programas mais porreiros, ir aos jardins mais cool da cidade, ir ao brunch e tudo o resto que mais nos passe pela cabeça. E, por outro, tenho em mim, não raras vezes, a simples vontade de querer somente abrandar o ritmo nesses dois dias e viver devagar. E isso é algo que implica necessariamente o não sobrecarregar o sábado e o domingo com programas e compromissos, implica conseguir fazer aquilo que realmente queremos e não aquilo que achamos que devemos fazer.


E eu considero-me uma pessoa energica por natureza. Eu sou aquela pessoa que acha que o cansaço do fim-de-semana resultante dos passeios e das saídas, compensa quando se chega ao domingo à noite. Eu sou aquela pessoa que trem sempre uma ideia ou um programa para sugerir e que leva a família toda a atrás. Contudo, sou apenas uma pessoa a quem essa energia também falta, a pessoa que gosta de ter a sua casa em controlo e que também não gosta de inicar a semana com a casa em estado caótico porque isso, de certa forma, parece bloquear as boas energias para a nova semana. Sou igualmente aquela pessoa que também entra em saturação, que também se aborrece porque desde que acorda - logo pela sete da manhã - não para um minuto à conta da energia inesgostavel das crianças e para quem o programa ideial era o sofa, a telefivão e nada mais.


E a verdade é que aão viver constantemente pressionada com o que é suposto fazer, com o onde é suposto ir e com o que é suposto partilhar. Quero conseguir encontrar o equilibrio que me permite ficar em casa - e talvez seja da idade, mas sinto necessidade de descansar e de parar realmente. Quero conseguir viver dois dias em que me deixar dominar pela vontade de ficar no sofá, é aceite sem peso na consciência porque quando chegar á segunda-feira entramos novamente no ritmo de todos os dias de todas as semanas. Quero legitimar que não havendo vontade para cozinha, encomenda-se uma pizza e todos ficam contentes ou, então, que nos apetece passar parte do nosso fim-de-semana indo ao ginásio, não ficamos com peso na consciêncua porque deveriamos estar com os miúdos num programa qualquer... E por aí a fora.


Mas a verdade é que acabmos por andar sempre a correr de um lado para o outro seja durante a semana seja ao fim-de-semana. A verdade é que sinto o tempo a passar demasiado rápido - ou isso, ou começo a sentir verdadeiramente o peso da idade - e que quero levar as coisas com menos pressão em tudo. Menos pressão com os meus filhos, menos pressão comigo, menos imposição com a minha perfeição, mais valorizaºção do tempo de qualidade, do tempo que temos para nós.


Durante muito tempo, vivi para trabalhar e viva a minha vida nos tempos livres, muito poucos, pois a pressão dos hora´rios de trabalho - mesmo que não sendo sinonimo de prpodutividade - é incrivel. Durante muito tempo, nem sempre pensava em gastar dinheiro com a roupa para o fim-de-semana porque a maior parte do meu tempo era vivida no trabalho... a trabalhar. todos os dias, entrava muito cedo e saia muito tarde. Durante, o fim-de-semana queria descansar e ao domingo á tarde já estava com depressão com a aminencia da segunda-feira.


E hoje falava com uma amiga que anda a prociura de casa para ganahar qualidade de vida. sabe que na crise imobilaria - ou na estupiudez da megalomia que se tornou viver em lisboa - vai ter uma downgrade consediueravel no espaço e em alguma comodidaea. E no final, chegavamos a conclusão, qiue passar diariamente duas horas no transito não compensa, precisar constantemente de uma rede vasta de apoio com os filhos porqie não consrguimos ser nós a assegurar isso por a vida nºao permite.


Tive dpois anos a reflectir em tudo isto. Eu sei que, de certa forma, fui uma proveligiada, mas simplesmente porque tive tempo para pensar na minha vida! Coisas a respeito da qual somos privados logo desde cedo. Sei que temos muitas responsabilidades das quais não nos podemos alienar, contudo, eu sei que nºao somos apenas trabalho, aprendi que o dinheiro é um utilitario na nossa vida, um veioculo para... mas que a minha realização e a minha felicidade não advem necessariamente daí. Abdiquei de um venicmento ao final do mes e reorganizei a minha vida (pessoal) toda, e acreditem que o pouco dinheiro que tinha tinha todo um outro valor e eu era feliz com coisas que dinehyiro algum comprearia.


Muitos vão pensar que estou a filosofoar, vão até pensar que digo isto porque a outra parte do agredado podia "alinhar", verdade. Porém, nada foi isento de esforço, de reposicionamento na vida, de aprendizagem e de encontro com uma nova ofrma de estar, sim, e muito mais desprendida do mateiral e concentrada no valor das coisas e das pessoas.


Nunca me posso esquecer que uma das coisas que me fez chegar ate aqui foi lutar ppor conseguir ter o meu tempo, foi ter escolhido acompanhar os meus filhos, foi ter arrsicado em mudar de vida e foi ter adapatado a essa mudnaça, fazendo dela um projecto de vida com valor e substancia.


E o porque de tudo isto? Porque é segunda-feira e porque cada semana que se inicia pode ser uma nova oportunid


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Como é ser mãe de menina (a verdade!)

10.05.18 | Vera Dias Pinheiro

Exactamente! Fui enganada logo na casa da partida e passo a explicar onde quero chegar, porque o assunto é como é ser mãe de menina na verdade! Engravidei de uma menina e aparentemente sofremos de uma lavagem cerebral de imediato como se o universo das meninas se reduzisse a toda uma delicadeza, a todo um conceito de harmonia, organização e de perfeição.


E quase como se, em nossas casas, passasse a haver uma clara separação do género, uma nítida separação entre o que representam os meninos e o que representam as meninas. Concepção, segundo a qual, as meninas são mais bem-comportadas que os rapazes, sendo estes igualmente mais estouvados do que as meninas. Ora bem, eu também tenho algo a dizer sobre este assunto e lamento se vou desiludir algumas futuras mamãs. Mas a verdade precisa ser reposta para que outras mães não caiam no engano tal como aconteceu comigo.


Tenho dois filhos com uma diferença de idades de três anos. Primeiro tive o rapaz e, de seguida, a miúda. Tive um parto da minha filha que foi maravilhoso - se tivesse a garantia que com o terceiro iria ser assim, acreditem que mais facilmente cedida à possibilidade – e amamentei sem problemas até ela querer. Contudo, senhores e senhoras, ela não me deu uma única noite decente de sono logo desde que nasceu e até ter quase dois anos. Senhores e senhoras, para adormecer é um festival, cujo único efeito positivo que tem é o de fazer com que eu adormeça mais cedo e assim cumpra à risca as indicações de me deitar antes da meia noite.


Porém, isto não é o mais “chocante” nesta minha estreia no universo feminino. Aquilo que me deixa realmente perplexa é a forma como ela é desarrumada, a forma destrutiva com que trata as coisas, a teimosia com que tenta levar sempre a dela avante – e, regra geral, sempre para ser do contra. É perentória em não querer arrumar as coisas, em deixar os sapatos e o casaco, mal chega da rua, em qualquer lado, espalhados pelo chão, não gosta de se pentear ou secar o cabelo e nem pensar em colocar qualquer adereço que seja no cabelo. É a primeira a desafiar o irmão para os comportamentos rebeldes, aquela que se esconde e fica sossegada a fazer traquinices, a primeira a acordar e a última a adormecer, aquela que espalha a comida toda pelo chão e a que suja roupa... senhores do céu... só porque teima em comer sozinha e em não usar babete. E, por fim - pois não me irei alongar na descrição que é para, quando ela souber ler, não se aborrecer comigo ao se deparar com este texto - é perita em fazer obras de arte -ah ah ah obras de arte… - nas paredes de casa e a colar autocolantes por t-o-d-o o lado!


Minha rica filha, és um doce de menina e sabes dar-me a volta de forma exímia. Ainda assim, ficas sabendo que o teu lado safado não se fica nada a atrás e é… ao mesmo tempo, aquilo que te dá um charme e uma personalidade que não deixa ninguém indiferente.

Contudo, quem é que disse que as meninas são mais calmas e mais organizadas que os rapazes. QUEM?! :)


 
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Querido Vicente, tens o teu primeiro dente a abanar!

09.05.18 | Vera Dias Pinheiro

O Vicente está a crescer. É impossível não nos apercebermos disso quando estamos com ele e é ainda mais impossível de ignorar quando os sinais "físicos" acompanham essa sua evolução - como receber a notícia de que tem o primeiro dente a abanar. Mas começo por dizer que estou completamente apaixonada pelo meu filho nesta fase - como se ainda fosse possível uma mãe se perder ainda mais de amores por um filho. Não me perguntem como, contudo, a sensação, à medida que o tempo passa, é de um coração que é elástico e que se vai expandindo sempre um pouco mais e mais.


Tenho uma companhia a sério, alguém com quem partilho uma conversa com princípio, meio e fim, alguém que tem ideias, vontades e até sugestões a fazer. Tenho um filho que precisa de cada vez mais espaço, de mais espaço precisamente para expor essas ideias e expressar essa personalidade que se está a construir. Tenho um filho mais maduro, responsável... e também com mais testosterona, evidentemente! :)


Ainda assim, continua com a particularidade de ser um filho da sua mãe, um filho que é muito ligado a mim e que é capaz de me sugar toda a energia do tanto que ele "precisa" e exige de mim e da minha presença. Porém, não há como não ficar babada, não há como negar que fico radiante quando me diz que adora passear comigo e conversar comigo. Olho para a frente e com toda a liberdade que a sua vida vai tendo cada vez mais, espero continuar a ser essa companhia desejada, espero continuar a ser uma presença querida para, por exemplo, um almoço, um passeio ou até passar férias, independentemente da sua idade. Acho que todas nós, mães, desejamos ter essa cumplicidade para a vida com os nossos filhos, verdade?


Contudo, como se tudo isto não fosse já bastante claro para mim, hoje tive novamente mais um "cair de ficha". O Vicente está crescido e, acima de tudo, o Vicente está feliz por estar a crescer. Ter recebido a notícia hoje de que tem o seu primeiro dente a abanar, fê-lo rejubilar de alegria, os seus olhos esbugalharam-se e fixaram os meus. Não foram precisas palavras para perceber o quão feliz ficou com a notícia. E eu respirei fundo e segurei a minha emoção de mãe. Naquela fracção de segundos passaram-se os últimos cinco anos das nossas vidas pela minha cabeça...


Vais crescer meu amor e vais ser uma pessoa cada vez mais independente. E não sei se aquilo que estou a sentir acontece a todas a mães, mas é como se, por uns instantes, ficasse sem chão, meio perdida. Afinal, como assim vais crescer? Como assim, estás efectivamente a crescer tão rápido? O que é que eu vou fazer sem o meu "bebé"? E, no final, como se não bastasse, ainda me diz que a história da fada dos dentes é uma coisa inventada.

Claro que imediatamente a seguir, apercebo-me do quão maravilhoso é também descobrir esta fase. Claro que eu sei que os filhos crescem, mas só percebemos o impacto real de tudo isso quando somos mães... é como se me tremessem as pernas e até ficasse apreensiva com o que virá a seguir e eu ainda não conheço.


Caramba... passaram-se já cinco anos. E caramba, por não imaginar que receber a notícia de que o meu filho tem o seu primeiro dente a abanar, fosse tão emocional para ele e para mim. Acho que, a partir de agora, vai-me ser cada vez menos estranho imaginá-lo um rapaz crescido com tudo o que isso tem, ao mesmo tempo, de assustador.

E o porquê de tudo isto, perguntam-me vocês? É que hoje, finalmente, ganhei coragem - sim, isso mesmo, EU ganhei coragem - para voltar a levar o Vicente ao dentista. Tínhamos tido uma primeira experiência quando ele tinha três anos que em vez de servir para o familiarizar com o dentista e com os seus instrumentos, teve precisamente o efeito oposto. Esperei dois anos, tive muitas conversas com ele, foi algumas vezes com o pai ao dentista inclusivamente, mas não voltei a pressioná-lo. Mas estava na altura de ter uma consulta a sério, era preciso começar a ter uma rotina de higiene oral e assim foi. Marquei a consulta, falamos sobre o assunto e, mesmo que tenha me pedido para me sentar com ele, aguentou-se estoicamente a uma consulta a sério, com destarterização, fluor para ficar com os dentes mais fortes, limpeza… tudo!


No final, disse-me que não teve medo e que nem doeu nada! Adorei a doutora que o atendeu, a assistente e, portanto, vai ser para manter, o que facilita agora todas as rotinas com os dentes. Em miúda tive sempre muitos problemas com os dentes e se há coisa que me lembro com muita clareza, é do consultório do Dr. Marcão, da sala de espera, da cadeira e dele próprio. E apesar de não ter particular gosto em ir ao dentista - ainda para mais agora... - eu não recordo com trauma essa altura. E espero que com o Vicente seja igual, pelo menos a partir de agora.


Estou muito orgulhosa dele, aquele orgulho de mãe mesmo. Sabem do que estou a falar? Talvez posso estar a tornar-me repetitiva, mas tudo está a ser totalmente novo para mim. Tudo isto é muito mais envolvente e desafiante intelectualmente e psicologicamente do que foi até aqui cuidar dele.… percebem?


A maternidade é, sem dúvida, uma grande viagem e sempre por caminhos desconhecidos e desafiantes. E isso é fascinante.


Entendem, não entendem? Eu, por exemplo, consigo muito mais (e muito melhor) entender a minha mãe agora e, sem dúvida, que isso faz-me dar-lhe um valor gigante.

E, já agora, com que idade caiu o primeiro dente aos vossos filhos e como foi a experiência deste que começou o dente a abanar até, finalmente, cair?


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Maternidade: entramos na "velocidade cruzeiro"

08.05.18 | Vera Dias Pinheiro
No dia da mãe publiquei, no meu perfil de Instagram, uma fotografia minha com o Vicente e a Laura, com a seguinte legenda: Isto é o AMOR (e a entrar numa fase de cruzeiro na maternidade, mais tranquila e mais serena).E alguns dos comentários à fotografia foram, por um lado:
Parabéns! Também espero alcançar essa fase... mais ou menos com que idades?
E, por outro, alguém escrevia:
“Que engraçado também sinto de forma tão clara as fases da maternidade! Importante é tomar consciência de cada uma dessas fases porque há algumas bem difíceis…”
E, na verdade, não podia estar mais de acordo. É um pouco aquela mesma (minha) conversa acerta das fases da vida: aceitá-las, aprender com elas, sem esquecer que “não há mal que para sempre dure”. E que isso nos ensine a dar o devido valor, quando depois, estamos a experienciar uma fase boa. Na maternidade é igualmente assim, andamos sempre numa montanha russa, sempre a aprender com cada fase, com cada filho e parece que as lições aprendidas expiram sucessivamente à medida que os nossos filhos vão crescendo.Foi assim na passagem do meu primeiro para o segundo filho, em que andei praticamente dois anos a sentir-me perdida e a ter que (re)aprender tudo praticamente como se fosse a primeira vez. Incluir mais um filho na rotina é exigente e desafiante, mais ainda se o filho seguinte desafiar tudo aquilo que somos e tudo aquilo que temos à nossa volta e que parecia já tão estável.  Foram dois anos de constante reposicionamento, de avanços e de recuos, de medos e de ansiedade e praticamente sem dormir. Mas atenção, pois ser mãe é saber que nada do pior que nos possa acontecer coloca em causa o lado bom. Esse é sempre soberano.Porém, neste momento, sinto que as coisas estão, aos poucos, a mudar. Por um lado, sinto-me a sair da bolha de quem tem bebés, de quem vive com as limitações normais de quem tem filhos pequenos, da exigência e do trabalho que dá. Por outro lado, tenho um filho mais velho, com cinco anos, que está numa fase completamente diferente, que deixou de ser uma criança pequenina para ser uma criança-rapazinho. As conversas, as ajudas, a maneira como podemos contar com ele e a forma como nos faz companhia e preenche os nossos dias onde quer que estejamos, é entrar num mundo novo e igualmente apaixonante. Tenho vontade de descobrir mais e mais deste "novo" Vicente, vontade de conversar com ele e de fazer coisas com ele. E, por fim, enquanto irmãos acontece um novo desabrochar, com os momentos de tensão normais à mesma, mas aquilo que me deixa completamente derretida e com a certeza de que me iria arrepender profundamente de não ter um segundo filho, é uma cumplicidade diária entre eles em crescimento.São notáveis o amor e o carinho que sentem um pelo outro, as conversas que têm, a forma como se protegem e como se entreajudam. A meiguice do Vicente e a adoração da Laura, há momentos em que se cuidam tão bem que até parece que nem precisam mais de mim. É amor que adoça o meu coração todos os dias e que tem contribuindo muito para o meu bem-estar.Esta é a parte tranquila a que me referia. A velocidade de cruzeiro, prende-se com o facto de ser tudo mais fácil e menos exigente fisicamente. É mais fácil fazer um pedido e ser compreendida por ambos, é mais fácil que eles façam coisas sozinhos, é mais fácil na hora da refeição, é mais fácil na hora de sair de casa, é mais fácil no banho. Tudo se está a tornar mais fácil, mais colaborativo, mais harmonioso, mesmo que outras fases e outros dilemas se avizinhem.Ainda assim, agora, o que mais quero é curtir esta fase mais calma da maternidade. Quero "descansar" e ganhar forças e energias para as seguintes. Quero namorar os meus filhos e, ao mesmo tempo, gozar de alguma liberdade que esta fase igualmente nos traz e quero usar tudo isso a favor da nossa vida em família e da nossa união. O próximo ano é o último do Vicente na pré-escola e será o primeiro da Laura na pré-escola, serão novas fases para ambos. Sei, pela experiência das minha amigas, que, a partir do momento em que entram na escola primária, o tempo e o crescimento deles consegue ser ainda mais veloz. Por isso, sei que me vai dar nostalgia e que, nessa altura, até posso vir a pensar num terceiro filho. O tal número mágico que idealmente e antes de saber o quão difícil e trabalhoso tudo isto é, eu tinha na minha cabeça. Sim, retraio-me talvez egoisticamente - e também financeiramente, claro - porque quero outros desafios, quero gozar desta maior liberdade de movimentos para todos nós, quero que a parte física abrande, a fase do “pega aqui”, “dá ali”, “apanha acolá”, etc, etc, etc...É bom que as mães aprendem a olhar para a maternidade de uma perspetiva mais global, que aproveitem todos os lados e de todos os ângulos, que aprendam com as coisas menos boas, mas que saibam igualmente aproveitar as que são realmente boas, sem peso na consciência e sem remorsos. A maternidade é algo muito mais ampla do que apenas o universo dos filhos, é também muito sobre a nova versão que as mulheres descobrem de si próprias e como aprendem a dar volta e a se reinventar a partir dali.Os primeiros anos, mais exactamente os primeiros dois anos, são duros e muito exigentes fisicamente para os pais. Entramos em desgaste pessoal, a relação com o nosso parceiro sofre com isso, é tudo tão bom, mas parece também tão difícil encaixar a nossa vida mais um filho e seguir em frente, sem que antes não pareça o caos. Contudo, é importante não perder isso de vista e não deixar de encarar a maternidade como uma sequência de muitas fases e com a certeza que todas elas passam demasiado rápido.
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