Os aniversários são um teste de stress para as mães
Amanhã o Vicente faz cinco anos e é talvez o ano em que o entusiasmo dele está ao rubro. Neste momento está a contar as horas para que chegue o dia do seu aniversário e sabe exactamente quais os amigos que não podem faltar à sua festa, qual a festa que quer e tem um brilho nos olhos que me faz querer dar-lhe o mundo neste momento. E quando digo isto não me estou a referir ao lado material, pois tal como no natal, o aniversário é uma data especial pela experiência em si. A única parte material no meio disto tudo é mesmo o dinheiro para poder colocar tudo isto em marcha.
A altura do ano não é propriamente a melhor, dado que já venho mais cansada devido ao Natal e ao Ano Novo. São festividades que, quer queiramos quer não, acarretam algum stress, muita azáfama e alguma confusão. Mas independentemente disso, eu sempre consegui ter tudo organizado antes de tudo isso. Claro que havia sempre o stress da comida e de montar tudo e mais alguma coisa, mas estava tudo tratado e especialmente os convites entregues.
É que ser mãe a tempo inteiro é realmente espectacular, no entanto, a pressão que eu coloquei em cima de mim para nunca lhes falhar é enorme e quando sinto que não estou a cumprir, não consigo lidar bem com isso. Eu habituei-me a ser a mãe que assume as rédeas de tudo, que programa tudo e que garante que tudo fica o melhor possível, não importa como, mas tem sido assim.
Acontece que este ano eu não fui essa mãe e não estou habituada a isso. E hoje, véspera do seu aniversário, sinto uma frustração enorme por não ter, pelo menos, salvaguardo que não ia viver o stress de correr Lisboa inteira à procura do tema do Ninjago. E se não fosse este o tema, com outro iria ser a mesma coisa. Afinal, porque é que os nossos filhos querem sempre o mais difícil de encontrar?! O que esgota ou o que não existe?
Esgotou tudo ou, então, eu tive o azar de ter chegado imediatamente a seguir a alguém que levou o último balão, o último pacote de guardanapos, as velas, sei lá… Também não antecipei que hoje muitas lojas iriam estar fechadas por ter estado abertas no domingo, dia 31 de dezembro.
O Vicente faz anos amanhã e o que é certo é que a altura eu queria já ter entregue os convites há mais tempo (porque é mesmo isso que me está a deixar mais ansiosa, na verdade) queria ter encontrado o espaço que eu acho que ia exactamente ao encontro do que ele quer, queria não ter deixado os balões esgotarem... queria não estar enervada e queria, sobretudo, não me sentir desta forma. Racionalmente, não há motivo, mas mesmo assim eu não consigo deixar de sentir "isto" que sinto.
E sim, eu sei que ele se vai divertir e que, mesmo em cima da hora, há amigos que vão conseguir vir e que eu vou perceber que, afinal, o Vicente e os amigos vão adorar tudo. No final, vai tudo acabar bem, como sempre correu, mas podia ser sem estes sentimentos tão ingratos para nós que damos sempre o melhor que podemos. Só que esse melhor difere consoante a fase e o momento que estamos a viver. Certo?
Contudo, também há coisas boas a agradecer, porque a minha amiga Catarina (Detalhes by Cat) deve ter os aniversários já na agenda e já me pergunta apenas o que é que eu preciso da parte dela; também já tenho o bolo encomendado e hoje, quando tive aquele momento de mais ansiedade, houve alguém que fez acontecer o impossível para domingo. É por tudo isto, que eu sei que o resto vai correr bem e que o Vicente vai divertir-se e soprar as velas na companhia dos seus amigos.
Ainda se lembram da festa dos quatro anos?
Boa noite.