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Dieta: Uma péssima altura para ter esta ideia!

20.12.17 | Vera Dias Pinheiro

Voltar ao básico! Ouvir o corpo! Limpar o organismo! Cuidar da mente! E descansar! Estas vão ser as palavras de ordem para os próximos tempos e até voltar a sentir-me bem. Que a cabeça ajude a fazer desta vontade uma certeza.


Pode não ter sido muito inteligente da minha parte iniciar este processo logo agora nesta altura do ano, em que as tentações gastronómicas são muitas. Porém, o meu corpo não me permitiu adiar mais tempo.


E daí a palavra dieta, que não está associada a uma necessidade de perda de peso, mas sim de limpeza do meu organismo. Infelizmente, no meu caso, todas as alterações do meu sistema nervoso afectam directamente a saúde do meu intestino, o nosso segundo cérebro, não é verdade? E não é à toa. Tenho sentido na pele a importância e o peso deste órgão no nosso bem-estar. Portanto, sem grandes dramas, porque felizmente o que tenho trata-se, basta que a cabeça e a mente obedeçam também.


E de onde é que veio tudo isto afinal?


Não é de agora. No entanto, eu senti uma mudança enorme ao passar de um filho para o segundo. A acrescentar a isso, não posso subvalorizar o ano inteirinho que passei sem dormir, a amamentação em exclusivo e em livre demanda (que foi maravilhoso, mas de uma enorme exigência para mim) e as poucas horas que ainda hoje durmo. Felizmente, não que isso se deva à Laura, mas para aproveitar o silêncio da casa e trabalhar.


Para além disso, os meus timings são sempre críticos. Nada acontece de uma só vez, vem tudo aos molhos e tudo de uma só vez. E a maternidade não tem sido excepção. À primeira gravidez, juntei uma mudança de país e de vida, numa fase já de si completamente nova e absorvente para mim, com o meu marido a viajar a maior parte do tempo. À segunda, despedi-me para começar uma carreira por conta própria, completamente do zero e com tudo o que isso significa.


Se acrescentarmos a tal privação do sono e que não tenho apenas um filho, mas dois. Acho que já tenho motivos mais do que suficientes para que, há pelo menos 4 anos, devesse estar mais atenta à minha parte emocional. E nem vou falar dos outros “quiproquós” com que a vida nos defronta não tão raras vezes.


Claro que ando com tudo para a frente sempre. Não abdico do ginásio e até me alimento bem. Mas ultimamente não havia energia para nada e, em termos de trabalho, eram mais as vezes que declinava a minha presença e mesmo para o ginásio, que é uma rotina importante para mim, a energia era pouca. Porém, foi a crescente falta de paciência para os meus filhos, sem eles terem culpa alguma, que me fez suar o alarme.


Era efectivamente mais fácil se nós realmente fossemos capazes de fazer tudo e de estar em todo o lado. Era mais fácil se, ao contrário de seres humanos, fossemos máquinas. Mas isso não é assim, com efeito é preciso saber abrandar o multitasking, as respostas em simultâneo e, às vezes, é preciso deixar de "alimentar" tantas outras pessoas para conseguir alimentar-me também a mim. A sensação que me dava, depois de tudo o que me era exigido, era a de um vazio enorme. Ou seja, não estava a haver um retorno para mim. E, ao que parece, a fonte de alimentação secou - a alimentação aqui é em sentido figurado, obviamente.


Dieta é, portanto, um nome técnico, não se preocupem. Mas é fundamental começar por aquilo que comemos para nos tratarmos. Eu acredito que alimentação cura tanto ou mais do que os medicamentos. E, no meu caso, tanto haviam dias em que eu não comia praticamente nada, seguido de outros em que não haviam horários, fora aqueles em que me dava para comer tudo o que me aparecia pela frente. E por muito que uma pessoa saiba toda a teoria, que sabe, quando somos nós, não é fácil darmos a volta sozinhos.


A ajuda de um profissional com o qual nos identificamos e em quem confiamos é fundamental. E alimentação é tão somente o princípio e a base de tudo. Não sei se alguém desse lado entende o que estou a falar ou que até possa sofrer do mesmo problema que eu. Mas há muito tempo que eu não passo um dia inteiro em que me sinta bem, bastava quase respirar apenas.


Portanto, vamos lá ver se eu consigo ter juízo agora durante o Natal, as férias com toda a família em casa, a passagem de ano, o aniversário do Vicente e a festa de aniversário do Vicente....


#wishmeluck


E se ainda não pararam para ouvir o vosso corpo, façam-no o quanto antes. Se estivermos à espera do momento ideal, ele nunca vai surgir.


 

Boa noite.


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