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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

Aprender mais sobre desperdício zero!

16.10.17 | Vera Dias Pinheiro

A seguir ao movimento "destralhar" que, se bem se recordam, dei início no verão, vem uma outra preocupação que, de certa forma, acabam ambas por estar interligadas, relacionada com desperdício zero. Estou a falar da quantidade de lixo que fazemos diariamente e da quantidade de embalagens e plástico que desperdicamos em nossas casas. Se calhar, desse lado, essa é uma preocupação que já existe e, talvez, tenham dicas para partilhar - se tiverem, por favor, deixem nos comentários ao post - mas por aqui, sinto que extrapulamos muito aquela que deveria ser a nossa pegada ecológica.


Por um lado, tenho a consciência de que isso poderá ser fruto do nosso próprio estilo de vida, do consumo, da forma "fast" como levamos a vida, como se isso de alguma forma fosse sinónimo de torná-la mais prática e cómoda. Por outro, sem dúvida que acumulamos muita coisa e que isso inevitavelmente faz-nos deparar, no dia em que decidimos mandar tudo o que está a mais embora, com demasiado desperdício. Guardamos muita coisa e muitas delas não necessitamos verdadeiramente.


E, sabem que mais, incomoda-me que, ao longo da semana, todos os dias haja um saco cheio de lixo para mandar embora. Não sei como é nas vossas zonas de residência, mas, por aqui, existem dias diferenciados para cada tipo de lixo. E, à excepção do papel, tanto o lixo orgânico como o plástico têm dois dias de recolha.


E se isto não era uma questão há uns tempo atrás, sinto, cada vez mais, a necessidade de dar valor e importância às questões ambientais. As alterações climáticas, os fenómenos da natureza, o descongelamento dos glaciares, enfim, há uma série de eventos que não dominamos, mas que seguramente estão a transformar o mundo em que vivemos e terá um impacto nos tempos que se avizinham que dificilmente conseguimos prever.


Neste sentido, a minha grande questão é encontrar formas de, no nosso dia-a-dia, sentir que estou a contribuir para um mundo melhor e mais sustentável. Nomeadamente, com o impacto que o plástico tem nos Oceanos, reduzir o seu desperdício ao ponto de o conseguir eliminar, senão por completo, seguramente em grande parte.


Tenho consciência de que não consigo transformar o nosso estilo de vida por completo, sobretudo de um momento para o outro, mas quero muito aprender mais sobre este tema. Isso garantidamente. Por isso e, como por motivos profissionais, estou muito atenta à agenda dos eventos do Centro Comercial Alegro, deparei-me com o seguinte tema para este mês de Outubro, do Cultura Alegro de Alfragide: Desperdício Zero. E não podia ter vindo mais a propósito, estas sessões são dadas pela Filipa Silva, ela é a representante do projecto Maria Granel. Se ainda não conhecem, convido-vos a assistir ao vídeo Compras Saudáveis, que foi precisamente filmado neste espaço.


Ora a terceira sessão deste Cultura Alegro é já na próxima quarta-feira, dia 18 de Outubro e a quarta e última sessão no dia 25 de Outubro, sempre no horário das 10h30 às 12h30, na Experience Box (piso 0). O Cultura Alegro é uma iniciativa completamente gratuita, mas não se esqueçam que é necessário fazer inscrição - Inscrevam-se aqui.


Eu organizei a minha vida esta semana para poder estar presente já na próxima sessão, quarta-feira, pois quero  mesmo aproveitar que o assunto está bastante presente para não o deixar adiar ao ponto de sentir que me acomodo novamente a este estilo de vida "fast".


Alguém estaria interessado em fazer-me companhia nesse dia?


Assim como assim, para além de aprendermos um pouco mais sobre as alterações que podemos implementar no nosso dia-a-dia e como ter um estilo de vida mais ecológico e sustentável, ainda podíamos dar não um, mas vários dedos de conversa sobre este e outros assuntos :) Para além disso, é muito melhor saber que temos companhia, em vez de ir sozinha.


  

Pensem nisso :)


Boa noite.


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Precisei de tempo, mas agora estou de volta

16.10.17 | Vera Dias Pinheiro

Há profissões que funcionam como um verdadeiro escape ao nosso estado de espírito e existem outras que, pelo contrário, nos expõem. Sobretudo, expõem um lado emocional que pertence à nossa vida privada. Mas não só, a forma como eu quero que vocês me vejam é bem, mesmo nos dias menos bons. Não quero partilhar sorrisos falsos nem tão pouco consigo escrever no vazio. E, na verdade, nestes momentos, quem é que pensa em tirar fotografias de si mesmo (que não aquelas estritamente necessárias)? Eu não, por isso, nos últimos dias, optei por me afastar.


No entanto, ao mesmo tempo, depois de ter partilhado com vocês sentimentos que vos deixaram um pouco preocupadas, quero (e sinto-me no dever) de vos tranquilizar, pois vai ficar tudo bem. Existem momentos na nossa vida em que levamos um banho de realidade e em que nos apercebemos o que significa realmente sermos uma pessoa adulta. Especialmente, o que implica a tomada de decisões enquanto pessoa adulta que somos e da forma como isso implica uma profunda reestruturação interior.


Os efeitos colaterais dos trintas e alguns anos (e não só) não são apenas as rugas, os cabelos brancos e outras coisas que me fazem dizer, algumas vezes e um pouco de forma exagerada, que envelheci. O efeito colateral da idade é o amadurecimento e a capacidade que ganhamos para colocar as coisas em perspectiva e tomar decisões ponderando vários cenários que não apenas o nosso. E isto é muito difícil, porque é fácil entrarmos num dilema interior ao sentirmos que estamos a deixar de ser nós próprios ou a ir contra aqueles que os nossos valores. 


O efeito colateral da idade foi o abrandamento da minha impulsividade e a calma na minha procura pela justiça. Sinto-me capaz de fragmentar os problemas para que a minha energia se foque no que realmente importa, tornando-me mais resistente às supresas da vida. Sei que, pela vida fora, continuarão a existir momentos de desilusão com as pessoas, em que me sinto magoada e até enganada. A confiança essa é, para mim, o mais difícil de recuperar, mas ainda assim, o efeito colateral da idade é aprender a tomar decisões tendo por base um ponto de partida diferente.


Mas para conseguir todo este equilíbrio é preciso tempo para não agir de cabeça quente. E isso só é possível com algum distanciamento, porque são decisões da vida real e não as de um mundo ideal - pois, se vivessemos neste mundo ideal, as pessoas não se magoavam umas às outras, não tínhamos desilusões e não tínhamos que recomeçar tantas vezes.


Tomar decisões de adulto envolve uma capacidade do caraças para sermos racionais, controlar as emoções e os sentimentos. Algo que, há algum tempo atrás, jamais seria possível. Coisas que eu disse jamais fazer, jamais perdoar, etc... hoje tornam-se relativas e obrigam-me a contrariar muitas dessas verdades (outrora) absolutas. Ser adulto é um caminho sem retorno, é um pacto que fazemos com o nosso lado mais racional e cada decisão que tomamos exige muita ponderação. 


Faço um trabalho interno diário para ser esse ser humano mais maduro e equilibrado, que ouve tudo antes de falar, que não julga o outro sem antes olhar para si mesmo - mesmo quando está ferido e tem razão - e que se mostra tal como é. Sei que tenho os meus defeitos, contudo estou igualmente cada vez mais segura das minhas qualidades e isso, para mim, é um motivo de orgulho. 


E agora estou de volta, talvez numa versão um pouco diferente de mim. Nem vos sei explicar muito bem ainda. Esta foi uma pausa necessária para resguardar uma parte da minha vida que é privada e, como escrever envolve muito da minha emoção do momento, estes dias deitei a baixo todas as reservas de energia que tinha, não sendo capaz de vos dizer o que quer que fosse. 


A pessoa adulta em que nos tornamos, transforma a nossa forma de estar na vida e isso não tem que ser necessariamente mau.

Espero que compreendam e, mais uma vez, obrigada por todo o vosso apoio e por estarem sempre desse lado.


 

Um beijinho.


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