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As viagens dos Vs

Mulheres nutridas, famílias felizes

As viagens dos Vs

A chantagem dos quatro anos

29.06.17 | Vera Dias Pinheiro

Tenho por principio que não devemos tentar mudar um comportamento dos nossos filhos oferecendo-lhe uma recompensa. E, sim, o caminho mais eficaz não é de todo o mais fácil .Mas também sempre ouvi dizer que educar não era fácil... ouvi dos meus pais e, hoje em dia, percebo que tinham toda a razão. Os quatro anos são uma fase delicada


Vivemos um pouco na incerteza, sem saber muito bem qual será o estado de espírito e o humor do nosso filho. Tudo muda e em poucos minutos. Do amor, passamos à raiva; da diversão à birra; do tudo bem, para o tudo mal e, sobretudo, as atitudes (para o lado negativo) assumem proporções surreais. Quando vou buscar o Vicente à escola já vou de expectativas moderadas, porque nunca sei bem o que me espera. Regra geral, sou recebida com grande entusiasmo, mas depois, há dias em que é sempre a descer. Ou começa logo à saída da escola, ou durante a curta viagem, ou quando estaciono na chegada a casa, ou, então, em casa e, regra geral, tem a ver com o banho.


Na minha opinião, a sua necessidade de ser sempre do contra tem a ver com a sua enorme necessidade de mostrar a sua personalidade, a personalidade dos quatro anos... No entanto, há coisas que, enquanto mãe, me tiram completamente do sério. Por exemplo, aquela sensação de estar a falar para uma parede, de sermos ignoradas enquanto tentamos de tudo para não extrapolar. Mas, entretanto, chega a um ponto em que não dá mais, deixa de existir diálogo - aliás, monólogo - possível. Só penso no dia em que a pré adolescência nos bater à porta.


A outra coisa que me tira igualmente do sério é ter a sensação de que nada é suficiente para o meu filho. O Vicente tem um dia inteiro dedicado a ele, com tudo e mais alguma coisa e mesmo assim, é capaz de fazer uma birra porque quer mais alguma coisa - regra geral, algo do qual ele não precisa. E isto preocupa-me, confesso, pois, das duas uma, ou é de nós, que os habituamos mal - e eu sinceramente achava que não - ou é mesmo deles.


Vivo diariamente com um nível de exigência muito grande por parte de uma criança de apenas quatros anos que, claramente, abusa da sorte que tem! :)


  • Pede para ir ao parque, vamos ao parque. Está lá todo o tempo que quer, mas, mesmo assim, quando chega a hora de voltar para casa, faz sempre uma cena -  porque, afinal, nada daquilo  foi suficiente para ele.
  •  Chegamos a casa, já tarde e sem tempo para as habituais brincadeiras - porque ele quis ir ao parque. É hora de passar aos banhos. Não, não é! É tempo de fazer uma birra, porque para além do parque, também tem que brincar o tempo que ele quiser em casa.
  • Lá o convenço-o a tomar banho, mas levou tanto tempo a decidir-se que agora é só mesmo jantar e ir dormir. Não, não é! Afinal, também é preciso ver aquele episódio dos desenhos animados que costuma ver antes do jantar - quando há tempo e ele colabora.
  • Pronto, lá gerimos essa parte, tentamos jantar tardíssimo. Tem mesmo que ser lavar os dentes, xixi e cama. Não, não é! Afinal, é preciso ler não uma, mas duas histórias. Claramente, já está para lá das horas de dormir e está super cansado e, a partir daqui, é só birra de cansaço e de sono - que ele jura a pés juntos que não tem!

E no meio da azáfama dos nossos dias, ainda houve tempo para ouvir inúmeras vezes que não sou amiga; que sou feia; ou,então, que se não o deixar fazer alguma coisa, ele atira uma bola ou faz outra parvoíce qualquer. Tudo coisas que ele ouve na escola com os outros amigos da idade dele. Coisas que ele acha engraçado repetir em casa e perceber a nossa reacção.


A cada dia que passa, penso como posso melhorar e como posso tentar ser mais compreensiva, mas é complicado conversar ou explicar algo. Há coisas para as quais eu não tenho claramente a resposta ainda - lá está a história da tentativa-erro - porém. há uma altura em que os miúdos transformam por completo a sua personalidade, a sua argumentação e fica difícil gerir isso, sabendo que é apenas uma criança.


Claro que, entretanto, eu já dou por mim a puxar pelos meus galões de mãe, dizendo coisas como:


"O meu papel é ser mãe e não amiga"


"É melhor chorares agora do que mais tarde"


"Nem tudo o que se ouve na rua é para repetir, sobretudo quando um adulto está a falar contigo"


"Não se responde à mãe"


"Vamos ficar um minuto em silêncio! "


..... é caso para dizer, nunca digas nunca! Não é verdade?


Quem mais está comigo nesta "crise dos quatro anos"?


Boa noite!


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Workshops Uma enfermeira em casa dos Vs | 2ª Edição

29.06.17 | Vera Dias Pinheiro

 

Terminaram ontem os Workshops "Uma enfermeira em casa dos Vs" no Centro Comercial Alegro Alfragide, no âmbito do Cultura Alegro. Foram quatro as sessões, onde mais uma vez tive a oportunidade de conhecer outras mães magníficas e os bebés tão simpáticos, com quem foi possível criar alguma proximidade e obviamente, uma simpatia especial.

 

Embora já tenha escrito sobre este assunto - após a nossa passagem pelo Cultura Alegro no Alegro Setúbal - o facto de serem pessoas novas e um espaço diferente, faz com que a sensação seja de ser tudo novo. No entanto, de novo só mesmo a experiência, pois a motivação, essa tenho a certeza que é apenas uma:

 

que a partir da minha experiência pessoal enquanto mãe - e tão diferente que foi da primeira gravidez para a segunda - e daquelas que foram as minhas maiores dúvidas e inseguranças, possa contribuir para que cada uma destas mães se sinta mais segura e confiante de si própria e nas decisões que quer tomar para si e para o seu bebé.

 

E, para isso, conto, claro, com o conhecimento técnico e científico da enfermeira Carmen Ferreira, uma profissional em quem confio e que, ainda que tenha a sua opinião, aceita as diferentes abordagens sobre tudo aquilo que envolve a maternidade. Afinal, sabemos tão bem que não existem nem certos nem errados!

 

Aos longo destes workshops, falamos de tudo o que é mais relevante em termos de alimentação do bebé durante o primeiro ano de vida, falamos da amamentação. Mas falamos especialmente de como esta fase (introdução da alimentação complementar) pode ser uma oportunidade para que toda a família se junte ao bebé, adoptando também hábitos alimentares mais saudáveis. No entanto, para isso, é necessário que cada família descubra o que funciona melhor para si que nunca será igual a outra família. Também não assustamos nem procuramos que as pessoas mudem de uma dia para o outro e de forma radical. As mudanças fazem-se aos poucos, com pequenas coisas e a despensa da nossa casa vai respondendo a essa alteração.

 

No fundo, o meu desejo é poder contribuir de alguma forma, por mais pequena e insignificante que seja, que a mãe mais insegura, saiba que a voz dela é a mais importante e que só ela saberá o que ou não melhor para o seu filho. Os seus sentimentos importam, afinal... mulheres nutridas famílias felizes, certo? :)


Agora é tempo de avaliar esta experiência, perceber o que podemos fazer de diferente e de melhor, para depois regressarmos ainda com mais novidades.

 

Muito obrigada a todas as mães, pais e até avós que passaram pelo Cultura Alegro, tanto de Setúbal como Alfragide, foi muito bom conhecer-vos - e estamos a tratar da informação para vos enviar.

 

Muito obrigada ao Centro Comercial Alegro por acreditar em mim, por me ter dado esta oportunidade e por ter disponibilizado sempre tudo o que era preciso.

 

E um muito obrigada à enfermeira Carmen Ferreira por ter aceite o desafio, pois só assim fazia sentido.

 

Prometemos voltar em breve. Até lá já sabem que no Youtube encontram praticamente toda a informação sobre estes Workshops, só é preciso que subscrevam o canal.

 

Boa tarde.

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