Filhos: Como eles trazem o caos à nossa vida!
Se um filho já nos trocava as voltas, dois são capazes de virar a nossa vida do avesso - o meu respeito por quem se aventura pelo terceiro, quarto... Tanto está tudo bem como no momento a seguir já não está. São as febres "virais", as diarreias "virais", os ranhos e as tosses ora porque está frio ora porque está calor ora porque a temperatura mudou radicalmente de um dia para o outro, etc. Depois, aparecem os pesadelos nocturnos, os xixis involuntários na cama, a fome, a sede e, ultimamente, o calor! Muito calor!
A Laura certamente que apanhou uma dessas coisas "virais" que aparecem do nada, moem, chateiam e depois passam com a mesma rapidez com que chegaram. Há duas noites que ninguém dorme cá em casa, vamos hoje para a terceira noite e eu penso que mais uma igual às anteriores e eu não aguento... se bem que, no fundo, aguentamos sempre "só mais um bocadinho". Mas, tal como a Laura, eu própria senti que hoje andava aos tombos tanto era o sono. Mas, pronto, uma pessoa habitua-se. É isto a vida! Uma pessoa sabe que os primeiros anos são assim e,depois, crescem e aparecem outras coisas, outras preocupações, outros motivos que nos tiram o sono.
Mas, pronto, dentro do caos, estava tudo normal. Hoje fiquei em casa com ela, pois é normal que fique mais aborrecida, que queira mais mimo, que tenha sono, se bem que não dorme. Tem febre e, por isso, não come. Tudo dentro do normal, como disse. Chegou a hora de ir buscar o Vicente e lá fui eu, sempre com a mesma alegria de o ir buscar, embora sempre sem saber muito bem o que me vai calar na rifa naquele dia. Óbvio que hoje tinha que ser dia não! E, desta vez, o problema foi a exigência de querer comer os smarties que recebeu do aniversário do amigo. E agora, faço um parênteses:
Porque é que se continuam a deixar saquinhos com coisas destes género nas festinhas de aniversário da escola? Porque?! Eu até posso entender o princípio da "oferta" em si, mas, pelo amor de Deus, todos os dias a tentar explicar a uma criança que não se comem coisas daqueles todos os dias, é desesperante!
Adiante! Tive, então, o direito à minha cena no carro no regresso a casa. Atravessamos a rua e ele a berrar, subimos as escadas e o mau feitio continuava. O que já não estava bom, ficou logo pior. Chego a casa, vou ver da Laura e ela está aparentemente na mesma: a tombar de sono, irrequieta, cansada, mas teimosa e sem vergar. Tudo dentro do normal, portanto. No entanto, olho melhor e apercebo-me que tem o lábio inchado, com duas fissuras... A miúda caiu (de sono) e ficou com a marca dos dois dentes de cima. Felizmente (para mim, não para quem ficou com ela), já não sangrava, estava só horrível. Entretanto, a febre dela volta. O Vicente berra. Ela chora, porque tem sono e não quer dormir. O Vicente esperneia, porque ou não ouve ou finge que não ouve o que lhe digo e continua a pedir insistentemente para comer os smartites!
Mães e pais, por favor, vamos acabar com isto. A sério que ninguém leva a mal e os miúdos nem vão reparar. Eles ligam muito mais ao convívio com os amigos, a ver o bolo de aniversario, a soprar as velas. Essas coisas. E se, no final, ninguém lhes oferecer um saquinhos com gomas, chupas-chupas, chocolates, o que seja... a sério, eles nem vão notar a diferença! Vão por mim!
Quanto à Laura, é isto: não se pode vacilar um instante, não se pode deixá-la sozinha, não se pode fazer mais nada quando se está com ela por perto. Ela é um perigo! Ninguém acredita em mim, mas depois quando vêm as marcas "de guerra" são forçados a acreditar que eu digo a verdade e nada mais que a verdade.