O pouco tempo que temos para os nossos filhos
Hoje tirei o dia para ser unica e exclusivamente mãe a tempo inteiro dos meus filhos. Foi um dia que lhes dediquei por completo e acho que correu tão bem porque não foi um dia programado. Não houve stress matinal para sair de casa, para comer ou até mesmo para dormir a sesta. Não ouve birras de me enlouquecer e não deixei que o receio de estar sozinha com os dois nos impedisse de aproveitar este sábado... que foi um dia em cheio!
Logo cedo, começamos com as aulas de natação e, mesmo tendo sido a primeira vez que fui sozinha com os dois e não sendo a logística fácil, acabou por correr tudo bem (dentro e fora de água). O Vicente assumiu verdadeiramente a postura de irmão mais velho, comportou-se lindamente, ajudou a tomar conta da irmã e ainda se desenrascou sozinho no banho. No regresso a casa, o Vicente pediu-me para passar no parque, acedi e lá fomos nós. Sempre numa correria contra o tempo, tentando aproveitar tudo ao máximo, embora as manhãs sejam sempre mais curtas. A Laura tem as rotinas mais apertadas, sobretudo com a necessidade que temos em não perder a hora da única sesta que dorme durante o dia.
Depois do almoço, conseguimos fazer os três uma sesta, que tão bem faz ao Vicente e hoje particularmente a mim, pois há duas noites que ando a dever umas boas horas de sono à cama. Acordamos prontos para voltar a sair de casa, pois o dia ia terminar no piquenique do Dia da Criança da Chicco Portugal. O programa perfeito para eles e... para mim.
Uns bons metros de relva cheia de brinquedos, liberdade, imensas crianças, gelatina, pipocas e algodão doce. O que se pode pedir mais para que os miúdos tenham uma tarde em cheio? Brincou-se até o vento se levantar e nos ter lembrado que eram horas de regressar a casa e assim foi. Terminamos o dia com mais brincadeiras e abrimos uma excepção ao jantar: batatas fritas da avó! Um dia não são dias e estes dias excepcionais são importantes para todos.
As últimas semanas têm sido muito exigentes a nível profissional (e as que se seguem também), por isso eu própria tenho andado um pouco mais ausente para eles e, mesmo estando junto deles, acabo por estar a fazer outra coisa que não estar efectivamente com os meus filhos.
Por esta hora já ambos estão a descansar e eu - para não variar - preciso mesmo de trabalhar. Mas o dia encheu-me o coração, talvez até mais a mim do que a eles. E se nos queixamos quando tudo corre mal, temos o dever de elogiar quando tudo corre bem. Hoje foi um dia bom, aos poucos também começo a aperceber-me de que estou a entrar numa fase diferente, a Laura já está mais crescida e ser mãe de dois assume todo um encanto diferente e uma dinâmica familiar também diferente.
Sinto-me completa com estes dois filhos, sinto que ficamos por aqui, pois quero gozá-los ao máximo, vivê-los aos máximo em cada fase do seu crescimento. Não quero que inconscientemente esteja a distanciar-me daquela que se tornou a minha prioridade quando fui mãe pela primeira vez: ter tempo e disponibilidade para acompanhar o crescimento dos meus filhos de perto. Tenho medo de não me estar a aperceber do quão rápido o Vicente está a crescer, porque a cada dia as conversas são diferentes, já sabe contar, o seu raciocínio, a sua esperteza, o seu tamanho, o tamanho das suas vontades... a sua vontade de crescer.
O tempo dá-nos pouco tempo para viver estes primeiros anos que são tão bons, tão especiais e tão únicos. Parece-nos que foi tudo "ontem" e quando vamos a ver, já se passou um ano, dois, três... E não há nem sinal daquele bebé de colo. E mesmo não querendo mais filhos, não vou negar que vou sentir sempre saudades quando vir um bebé.
Boa noite.
Desculpem, mas por razões óbvias não houve Magazine Semanal hoje. Os meus filhos hoje foram a prioridade. <3