A Laura já dorme na cama dela
13.02.17 | Vera Dias Pinheiro
Dizer somente que "A Laura já dorme", já era motivo mais do que suficiente para festejar, mas a verdade é que a Laura não só dorme grande parte da noite, como também já o faz na cama dela.
E, na verdade, a pergunta que mais tenho ouvido nas últimas semanas é: "O que é que eu fiz? ou "Como é que eu consegui?". E antes de entrar em detalhes, gostaria de esclarecer que eu não tenho a formula mágica para colocar os bebés a dormir, aquilo que eu vou partilhar é apenas a minha experiência - aquilo que resultou connosco. E também não escrevi sobre este assunto antes, precisamente para não correr o risco de falar cedo demais.
Quando escrevi este post, partilhei como estava a ser difícil lidar com a privação do sono e como a falta de descanso (minha e dela) estava a transformar esta segunda experiência da maternidade completamente caótica e a fazer-me repensar coisas tão importantes como o facto de continuar a dar de mamar ou não. Foi preciso parar tudo à minha volta e colocar a Laura como a prioridade dos nossos dias, em vez de ser ela a entrar nas nossas rotinas.
Depois, devo dizer também que sou uma mãe que gosta de rotinas e de alguma ordem, isso tranquiliza-me. Também sou uma mãe que tem um momento em que fica preparada para passar o bebé para o seu quarto e em que deseja recuperar algum tempo para si (o que acontece após os filhos estarem a dormir). Com a Laura, esse momento chegou um pouco mais tarde, acredito que por causa da amamentação, que eu sempre quis que fosse em livre demanda, que nos fez ter uma ligação muito forte e de permanência uma com a outra.
Sinto que vocês esperam um truque qualquer, mas a única coisa que passou a haver foi consistência nos nossos dias e passamos a fazer tudo da mesma forma e nos mesmos horários. Por isso, se tiver que partilhar algumas dicas, serão apenas estas:
1. Conhecer o vosso bebé muito bem;
2. Determinar os vossos horários;
3. Conseguir interpretar os sinais e o padrão de sono. Regra geral, quanto mais tempo esperarmos para deitar um bebé, pior será e mais tempo levará;
4. Não abrir excepções: o que fazemos num dia, fazemos igual nos seguintes;
5. O pai, a mãe, a avó... todos aqueles que ficam com o bebé estão comprometidos com a rotina que estabelecerem, respeitando-a - posso dizer-vos que tenho uma folha colada no frigorífico com todas as rotinas para não haverem desculpas;
6. Vai levar tempo e o bebé não vai mudar na primeira tentativa, nem na quinta ou na sexta, talvez. Não desistam;
7. Sintam que estão a fazer a coisa certa, não o façam só porque acham que o devem fazer ou porque alguém vos disse que o vosso bebé tem que adormecer sozinho. Se sentem que devem dar colo, dar mama, que o façam, sem remorsos;
8. Não desmotivem se, quando vocês achavam que já estava tudo a correr bem, o bebé volta a ter noites péssimas.
Por aqui, houve dois momentos, um para que a Laura se habituasse à cama dela, onde nunca tinha dormido, o que, progressivamente, nos tem levado ao segundo momento, o actual, que é o de adormecer e dormir efectivamente na cama dela. Na hora de a pôr para dormir, foi preciso encontrar uma referência, algo que a acalmasse, dado que ela não usa chucha, tentei a minha sorte com este boneco musical da Fisher Price, que já tinha visto em casa de uns amigos e tem resultado. Para além disso, acalmo, dou conforto, digo que está na hora de dormir e coloco na cama. Ela chora, mas de protesto. Não saio de lá, coloco a mão no peito, acalma-se, saio do quarto e esta é uma cena que repete as vezes que forem precisas, até que ela adormeça sozinha, mas sentido-se segura. O meu maior receio era durante a noite, quando acordasse. Como seria voltar a adormecê-la? Tem sido tranquilo, mas quando não o é, vem para a minha cama. E não há problema!
As coisas não se transformam de um dia para o outro, é preciso paciência. Não vou dizer que a Laura passou por isto sem chorar, porque chorou; não vou dizer que não tive vontade de desistir, porque tive; não vou dizer que foi fácil, porque não foi e ainda não o é; mas sinto-a muito mais equilibrada, mais bem-disposta. O fim do dia deixou de ser catastrófico, tomam banho juntos, começam a jantar ao mesmo tempo e na hora de dormir, a Laura vai primeiro do que o irmão. Continuam a haver excepções, dias que não correm bem, mas tenho a certeza que já nos encontramos numa fase muito mais serena.
A Laura levou-me muitas vezes a pensar em pedir ajuda, pensei muitas vezes em falar com a Constança Ferreira, mas eu sabia exactamente o que ela me iria dizer, já o tinha ouvido antes, quando o Vicente era bebé. De certa forma, eu já tinha passado por isto com o primeiro filho, mas é bem verdade quando nos dizem que o tempo apaga tudo o que não queremos guardar, dando lugar somente as coisas maravilhosas da maternidade.
Não desistam dos vossos bebés, porque eles não desistem de vocês.
Quem quiser, está à vontade para me contactar por e-mail ?
Boa noite.
1. Conhecer o vosso bebé muito bem;
2. Determinar os vossos horários;
3. Conseguir interpretar os sinais e o padrão de sono. Regra geral, quanto mais tempo esperarmos para deitar um bebé, pior será e mais tempo levará;
4. Não abrir excepções: o que fazemos num dia, fazemos igual nos seguintes;
5. O pai, a mãe, a avó... todos aqueles que ficam com o bebé estão comprometidos com a rotina que estabelecerem, respeitando-a - posso dizer-vos que tenho uma folha colada no frigorífico com todas as rotinas para não haverem desculpas;
6. Vai levar tempo e o bebé não vai mudar na primeira tentativa, nem na quinta ou na sexta, talvez. Não desistam;
7. Sintam que estão a fazer a coisa certa, não o façam só porque acham que o devem fazer ou porque alguém vos disse que o vosso bebé tem que adormecer sozinho. Se sentem que devem dar colo, dar mama, que o façam, sem remorsos;
8. Não desmotivem se, quando vocês achavam que já estava tudo a correr bem, o bebé volta a ter noites péssimas.
Por aqui, houve dois momentos, um para que a Laura se habituasse à cama dela, onde nunca tinha dormido, o que, progressivamente, nos tem levado ao segundo momento, o actual, que é o de adormecer e dormir efectivamente na cama dela. Na hora de a pôr para dormir, foi preciso encontrar uma referência, algo que a acalmasse, dado que ela não usa chucha, tentei a minha sorte com este boneco musical da Fisher Price, que já tinha visto em casa de uns amigos e tem resultado. Para além disso, acalmo, dou conforto, digo que está na hora de dormir e coloco na cama. Ela chora, mas de protesto. Não saio de lá, coloco a mão no peito, acalma-se, saio do quarto e esta é uma cena que repete as vezes que forem precisas, até que ela adormeça sozinha, mas sentido-se segura. O meu maior receio era durante a noite, quando acordasse. Como seria voltar a adormecê-la? Tem sido tranquilo, mas quando não o é, vem para a minha cama. E não há problema!
As coisas não se transformam de um dia para o outro, é preciso paciência. Não vou dizer que a Laura passou por isto sem chorar, porque chorou; não vou dizer que não tive vontade de desistir, porque tive; não vou dizer que foi fácil, porque não foi e ainda não o é; mas sinto-a muito mais equilibrada, mais bem-disposta. O fim do dia deixou de ser catastrófico, tomam banho juntos, começam a jantar ao mesmo tempo e na hora de dormir, a Laura vai primeiro do que o irmão. Continuam a haver excepções, dias que não correm bem, mas tenho a certeza que já nos encontramos numa fase muito mais serena.
A Laura levou-me muitas vezes a pensar em pedir ajuda, pensei muitas vezes em falar com a Constança Ferreira, mas eu sabia exactamente o que ela me iria dizer, já o tinha ouvido antes, quando o Vicente era bebé. De certa forma, eu já tinha passado por isto com o primeiro filho, mas é bem verdade quando nos dizem que o tempo apaga tudo o que não queremos guardar, dando lugar somente as coisas maravilhosas da maternidade.
Não desistam dos vossos bebés, porque eles não desistem de vocês.
Quem quiser, está à vontade para me contactar por e-mail ?
Boa noite.