18:00: Começar os banhos com calma para evitar as birras
19:00: Começar a acalmar a Laura, dar de mamar e deixá-la na cama com móbil ligado.
19:30: Colocar o Vicente a jantar
21:00: O Vicente vai dormir, mas a irmã ainda não adormeceu e, por isso, passa ela para a minha cama e o Vicente vai para a cama dele OU ela adormeceu e, então, vai o Vicente para a minha cama.
Sempre que tentamos que durmam os dois, a Laura acorda e está tudo estragado.
[Durante a noite é preciso sorte, mas a Laura ainda acorda três vezes por noite e, muitas vezes, está ali num misto entre a fome e a procura de conforto e um conforto que pode levar muito tempo]
Esta semana a Laura chega aos sete meses e não faço comparações entre os dois filhos - cada um é como é - e dentro de alguma normalidade com que até temos vivido esta alteração na passagem de três para quatro, aquilo que tem sido mais difícil são as noites. E se a privação do sono era usada como meio de tortura, vão-se lá imaginar as consequências que o facto de não dormirmos tem em nós.
No início ainda tentei criar rotinas, mas cheguei à conclusão que é praticamente impossível, quando já temos um filho mais crescido e em que, de alguma forma, és apenas tu para os dois a maior parte do tempo, é difícil coordenar os horários. A sesta da manhã é praticamente a única garantida - e não é sempre - e, a partir daí, tudo o que vir a mais é bónus! E as noites, essas já nem vale a pena falar - são como são! Às vezes adormece sozinha e acho sempre que "agora é que é", mas no dia seguinte, continua tudo igual, não adormece sem mim e sem o conforto da mama.
Mas, a verdade é que, ao fim de quase sete meses,
eu já só quero dormir o máximo de tempo que é possível -
e acreditem que cada segundo a mais conta -
e seja de que forma for. Quando vivemos uma situação fora daquilo que é considerado "normal" e tentamos a toda a força colocar as coisas como supostamente deveriam ser, acabamos por andar ainda mais desgastados, ainda mais frustrados e desiludidos, porque não vamos conseguir e, mais uma vez, não existem dois filhos iguais.</p>
E, neste momento, aquilo que todos queremos cá em casa é manter-nos de cabeça sã e o mais descansados possível: o pai precisa descansar e dormir, porque no dia seguinte tem o trabalho à sua espera; o Vicente tem que descansar porque o ritmo do seu dia-a-dia é mais exigente e ele chega estafado à noite; a Laura tem que dormir porque é um bebé e se não o fizer, passamos um dia inteiro sem saber o que lhe fazer; e eu preciso manter a minha sanidade mental, quero continuar a amamentar, preciso descansar para ter paciência para os dois e para todas as tarefas que acumulo durante o dia. TODOS precisamos dormir!
A maioria das noites, a Laura dorme comigo, dormimos as duas - temos uma cama de casal no meu quarto que não dá para três pessoas, já tentamos muitas vezes, mas um acaba por dormir quase de fora da cama. Quando assim é, o Vicente, que dorme quase sempre na sua cama, a meio da noite pega na almofada e vai ter com o pai - afinal, porque raio haveria ele de dormir sozinho se a irmã não dorme, não é? Outras noites, a Laura está tão desinquieta e acaba por ser ela a dormir com o pai e longe de mim para ver se não sente o meu cheiro - e a verdade é que chega lá e adormece no segundo a seguir. Mas depois, há as noites em que conseguimos pôr a Laura a dormir na cama dela e, por muito que tentemos, o Vicente acaba por acordá-la e, por isso, já desistimos e lá vem ele para a nossa cama e lá para o meio da noite tenho os dois comigo.
Tenho sempre para mim que as coisas vão melhorando, mas que o nosso controlo só vai até certo ponto. Haverão sempre muitas opiniões sobre como deveria fazer as coisas; as rotinas e os sonos são um tema muito polémico e um tema muito difícil também. Mas, ao fim de quase sete meses, eu só quero dormir.
Ao segundo filho, a sensação, muitas vezes, é a de que desaprendi muita coisa, pela dificuldade que é criar rotinas com o novo membro da família. Também é verdade que já estávamos numa fase tão tranquila no que dizia respeito às rotinas com os filhos e que agora, tenho um pouco a sensação de que foi tudo pelo ar! Sinto-me a não ser suficiente para os dois e, ainda que a prioridade seja manter a bebé mais protegida, ver o Vicente a chorar, carente e a chamar a atenção, tira-me do "sério" e faz-me sentir alguma impotência e, muitas vezes, é a Laura que acaba por esperar mais um pouco.Mas lá está, acho que o grande problema está em não conseguir desligar entre os dias e estar a acumular o cansaço, por isso, eu só peço que me deixem dormir seja de que forma for!